Butantan deve adiar entrega de resultados finais da CoronaVac à Anvisa, diz jornal
dezembro 14, 2020
SÃO PAULO – O Instituto Butantan deve adiar a entrega de resultados da fase final dos testes da CoronaVac, vacina feita pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A previsão inicial informada por João Doria, governador de São Paulo, era de que até está terça-feira (15) o Butantan enviaria a documentação final exigida pela agência para dar início a uma potencial aprovação. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Doria anunciou que a vacinação em São Paulo começa em 25 de janeiro. Mas, se os resultados de eficácia não forem entregues à agência até amanhã, um possível atraso no cronograma é de se esperar.
De acordo com a coluna do jornal, não há previsão de uma nova data para que a Anvisa receba os resultados do estudo clínico do imunizante.
O InfoMoney entrou em contato com o governo do estado para entender melhor a situação, mas não obteve resposta até o momento de publicação desta matéria.
Vacinação no Brasil
A vacina defendida por João Doria vem causando uma série de desentendimentos entre o governo paulista e o governo federal. Na última terça-feira (8), durante reunião do Ministério da Saúde com governadores, o ministro Eduardo Pazuello e Doria trocaram farpas.
Na reunião, o governador de SP perguntou ao ministro da Saúde se o governo federal estaria favorecendo as empresas ocidentais por alguma questão política e destacou o investimento federal na AstraZeneca e na Pfizer, sendo que nenhuma das duas tem a aprovação da Anvisa – assim como a CoronaVac.
O ministro respondeu que “tentar acelerar é justo”, mas que não se pode “abrir mão de segurança e eficácia” – referindo-se ao Plano Estadual de Imunização apresentado por Doria na segunda-feira passada (7), com data prevista de início para 25 de janeiro.
Vale lembrar que, durante essa mesma reunião, os governadores levantaram outra possibilidade, mais rápida do que levaria a aprovação da Anvisa. É a aplicação da Lei n° 14.006/de 28 de maio de 2020, apelidada de “Lei Covid”, que permite o uso da vacina no Brasil se o imunizante tiver o aval de uma agência sanitária no exterior, sem depender de uma aprovação nacional.
Na prática, se uma vacina estiver autorizada por uma agência internacional presente nos EUA, Europa, Japão ou China, em 72h a Anvisa estará com a responsabilidade de revalidá-la, certificá-la para uso em território nacional.
Reino Unido, Bahrein, Canadá, México, Arábia Saudita e EUA já aprovaram em caráter emergencial as vacinas para suas populações. Nesta segunda-feira, os EUA devem iniciar a vacinação. Os lotes iniciais, que reúnem 3 milhões de doses, já começaram a deixar a fábrica da Pfizer em Michigan para ser distribuídos entre os estados do país.
Por aqui, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu 48 horas para que o Ministério da Saúde dê uma data para início e para o término do plano nacional de imunização dos brasileiros contra o coronavírus. A decisão foi comunicada na tarde do último domingo (13) e o prazo já está contando. O governo federal entregou seu Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 no sábado (12), mas não constam datas de vacinação.
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