Brasileira que vive em Portugal ganha na Justiça novo passaporte mesmo sem comprovar quitação eleitoral

Brasileira que vive em Portugal ganha na Justiça novo passaporte mesmo sem comprovar quitação eleitoral

outubro 11, 2022 Off Por JJ

A Justiça concedeu recentemente a uma brasileira, que teve o passaporte vencido durante o período de férias no Brasil, o direito de emitir um novo documento independentemente da situação eleitoral.

Consta nos autos que a brasileira e suas duas filhas, menores de idade, vivem em Portugal e vieram ao Brasil de férias para visitar familiares. Durante o tempo em que permaneceram no Brasil, período anterior às eleições deste ano, o passaporte da mãe venceu e não foi possível a emissão de um novo nos canais administrativos da Polícia Federal devido à falta de regularização eleitoral.

Por isso, o caso foi levado à Justiça. O Juízo Federal da 1ª Vara Cívil e Criminal da Subseção Judiciária de Cáceres, em Mato Grosso, determinou que a Polícia Federal expedisse com urgência o passaporte da requerente “servindo a decisão como mandato, bem como de autorização de embarque internacional de menores.”

Só que a União apelou da decisão alegando que a brasileira “deveria estar quite com a Justiça Eleitoral”, conforme manda o artigo 20 do Decreto 1.983/1996. Também, de acordo com o artigo 91, da Lei 9.504/1994, “nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 150 dias anteriores à data da eleição.”

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O relator da 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Daniel Paes Ribeiro, porém, determinou a expedição do novo documento pela Polícia Federal, citando precedentes da Justiça Federal.

Segundo o magistrado, “se o único óbice à emissão do passaporte da autora diz respeito à regularização de sua situação, junto à Justiça Eleitoral, em decorrência do lapso temporal referente às eleições, não é razoável impedi-la de retornar à sua residência em Portugal em razão desse fato, mesmo porque o prejuízo à requerente e às suas filhas menores seria enorme, já que estão em período escolar”.

(Com informações do portal de notícias do TRF1)