Bolsonaro fala em interferência externa nas eleições dos EUA e Mourão cutuca Joe Biden

Bolsonaro fala em interferência externa nas eleições dos EUA e Mourão cutuca Joe Biden

novembro 3, 2020 Off Por JJ

Jair Bolsonaro
(Foto: Alan Santos/PR)

SÃO PAULO – Em uma mensagem nas redes sociais o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou sobre as eleições nos Estados Unidos e comentou sobre um possível risco de interferência externa no processo.

Segundo ele, “há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências” na eleição americana. Os eleitores dos EUA vão às urnas nesta terça-feira (3) para decidir entre a reeleição do republicano Donald Trump ou troca de comando do país para o democrata Joe Biden.

Bolsonaro apontou que estas suspeitas se dão por conta do poder dos EUA influírem no que acontece no mundo todo. “É inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais”, disse ele.

Nas últimas semanas, Trump questionou diversas vezes o processo eleitoral deste ano, em especial a questão do voto pelo correio, que, segundo ele, abre margem para fraudes. Além disso, ele já indicou que em caso de derrota deverá questionar o resultado e pedir recontagem de votos em alguns estados.

Em sua publicação, Bolsonaro ainda comentou sobre o Brasil, dizendo que no país, “em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando às eleições de 2022”.

“Não se trata apenas do Brasil. Devemos nos inteirar, cada vez mais, do porquê, e por ação de quem, a América do Sul está caminhando para a esquerda. Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçada. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia”, completou o presidente.

Apesar deste breve comentário, Bolsonaro foi aconselhado por diplomatas e assessores próximos a esperar a declaração de um resultado oficial da disputada eleição americana ante de se manifestar, segundo duas fontes disseram à Reuters.

De acordo com a publicação, o presidente acompanha de perto as eleições nos EUA e hoje de manhã se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o assessor para assuntos estratégicos da Presidência, almirante Flávio Rocha, e com o assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, para analisar o cenário e definir a estratégia de reação ao resultado.

A recomendação feita ao presidente, de acordo com uma das fontes, é que, dado ao cenário imprevisível da eleição, o presidente brasileiro se abstenha de cumprimentar um vencedor antes do anúncio do resultado oficial, o que deve levar alguns dias, mesmo que um deles, Trump ou o democrata Joe Biden, se declare vencedor.

Mourão fala sobre Amazônia

Enquanto isso, falando com jornalistas no Palácio do Planalto, o vice-presidente, General Hamilton Mourão (PRTB), criticou a política ambiental dos EUA, cutucando o democrata Joe Biden, que já fez comentários públicos sobre o Brasil.

Mourão, que é presidente do Conselho Nacional da Amazônia, afirmou que o democrata não devia querer cuidar dos problemas do Brasil. “Pode ser que a equipe do Biden tenha uma ação mais incisiva. Mas vamos lembrar que os EUA estão entre os países que mais emitem gás carbônico no mundo. Então primeiro eles têm que resolver os problemas deles, para depois vir para o nosso”, disse.

Durante o primeiro debate com Trump, Biden propôs que países de todo mundo se reúnam para fornecer US$ 20 bilhões para a preservação da Amazônia e disse que o Brasil enfrentará “consequências econômicas significativas”, caso o país não pare a destruição da floresta e se ele for eleito.

Na época, Bolsonaro criticou a ideia, mas o embaixador do Brasil nos EUA disse que seria uma ajuda bem-vinda. Mourão, por sua vez, ficou dividido, mas disse que “quando o presidente fala, ele fala por todos, pelo governo”.

Apesar disso, o vice-presidente afirmou que o Brasil irá manter boas relações com qualquer candidato que vencer a disputa. “O relacionamento do Brasil com os Estados Unidos é um relacionamento de Estado para Estado, independente do governo que estiver lá. Óbvio que cada governo tem suas prioridades, suas características pontuais, mas, no conjunto da obra, vamos continuar com as mesmas relações”, disse.

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