Bolsas mundiais sobem em semana de BCE e balanços nos EUA; minério e petróleo avançam e mais assuntos do mercado hoje
julho 18, 2022Os mercados asiáticos fecharam em alta, mesma direção de operação das bolsas da Europa e índices futuros de Nova York nesta segunda-feira (18), com investidores apostando que o Federal Reserve será menos agressivo em sua próxima reunião. O Wall Street Journal informou no domingo que o Fed está a caminho de elevar as taxas de juros em 75 pontos-base em sua reunião no final deste mês.
Os temores de recessão dominaram o sentimento dos mercados nas últimas semanas, já que investidores temem que uma ação agressiva do Fed – em um esforço para domar a inflação de décadas – acabará levando a economia para uma recessão.
Depois dos dados de inflação piores que o esperado, divulgados na semana passada, a atenção do investidor se volta à temporada de balanços corporativos nos EUA. JPMorgan, Morgan Stanley e Wells Fargo já divulgaram seus números do segundo trimestre e apresentaram um desempenho pior que o esperado. Nesta segunda-feira (18), é a vez de Goldman Sachs e Bank Of America.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) deve confirmar na quinta-feira (21) o primeiro aumento do juro em mais de uma década, mesmo assim, em níveis mais brandos do que o Fed.
Já agenda brasileira de indicadores está praticamente esvaziada nesta semana e o Congresso entra em recesso após promulgar a PEC dos Auxílios. Assim como nos EUA, o destaque também é o calendário corporativo. Por aqui, a temporada de balanços ainda está engatinhando e na quarta-feira (20), a WEG (WEGE3) vai divulgar os números do segundo trimestre.
Amanhã, saem os números de produção da Vale (VALE3) no segundo trimestre. O Citi prevê estabilidade para a produção do minério de ferro, em 76 milhões de toneladas.
Na seara política, o presidente Jair Bolsonaro se reunirá hoje (18), às 16h, no Palácio do Alvorada, com embaixadores para denunciar supostas fraudes no sistema eleitoral. Segundo o presidente, serão apresentadas provas sobre irregularidades nas eleições de 2014 e 2018.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta segunda-feira (18), com Wall Street antecipando uma semana movimentada de lucros corporativos.
Os principais índices estão saindo de uma semana de baixa, apesar de um rali de alívio na sexta-feira com investidores apostando que o Federal Reserve será menos agressivo em sua próxima reunião.
Conforme destaca o Wall Street Journal, autoridades do Federal Reserve sinalizaram que provavelmente aumentarão as taxas de juros em 0,75 ponto percentual no final deste mês, pela segunda reunião consecutiva, como parte de um esforço agressivo para combater a inflação alta.
Os formuladores de políticas deixaram a porta aberta para um aumento maior de pontos percentuais na reunião de 26 a 27 de julho. Mas alguns deles simultaneamente jogaram água fria na possibilidade em entrevistas recentes e comentários públicos antes do período de silêncio pré-reunião de política monetária, que começou no sábado. Algumas autoridades apontaram sinais de que a atividade econômica está se abrandando à medida que aumentam as taxas em um ritmo historicamente acelerado.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), +0,91%
- S&P 500 Futuro (EUA), +1,05%
- Nasdaq Futuro (EUA), +1,34%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacifico fecharam em alta, com exceção do Japão fechado por um feriado nesta segunda-feira (18).
Em dados econômicos, o índice de preços ao consumidor da Nova Zelândia subiu 7,3% no trimestre de junho de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa é uma alta de 32 anos para o país, e o principal fator foi o aumento dos preços de construção e aluguéis de moradias, disse o Stats NZ.
No final desta semana, os investidores estarão atentos às atas da reunião do Reserve Bank of Australia, à decisão da China sobre a taxa básica de empréstimos de um ano e cinco anos e a decisão da taxa de juros do Banco do Japão.
- Shanghai SE (China), +1,55%
- Nikkei (Japão), fechado por feriado
- Hang Seng Index (Hong Kong), +2,70%
- Kospi (Coreia do Sul), +1,90%
Europa
Os mercados europeus sobem estendendo os ganhos da última sexta-feira em semana marcada pela decisão sobre juros do Banco Central Europeu.
O BCE deve elevar o juro pela primeira vez em mais de uma década na próxima quinta-feira (21).
- FTSE 100 (Reino Unido), +1,43%
- DAX (Alemanha), +1,36%
- CAC 40 (França), +1,46%
- FTSE MIB (Itália), +1,18%
Commodities
Os preços do petróleo sobem após abrirem em baixa, com preocupações se voltando para o aumento dos casos de Covid-19 na China e a perspectiva de bloqueios novamente reduzindo a demanda de combustível no principal país importador de petróleo do mundo.
Por outro lado, os problemas de oferta no petróleo seguem em destaque. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a líderes árabes no último sábado que os EUA continuarão sendo um parceiro ativo no Oriente Médio, mas não conseguiu garantir compromissos com um eixo de segurança regional que inclua Israel ou um aumento imediato da produção de petróleo.
Já no mercado de minério, os futuros de Dalian e Cingapura se recuperaram acima da marca de US$ 100 na segunda-feira, com a China, maior produtora de aço, tentando aliviar as preocupações com as dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor imobiliário. Contudo, as preocupações persistentes da COVID-19 limitaram os ganhos.
- Petróleo WTI, +2,45%, a US$ 99,98 o barril
- Petróleo Brent, +2,67%, a US$ 103,86 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 2,18%, a 679,00 iuanes, o equivalente a US$ 100,76
Bitcoin
- Bitcoin, +3,90% a US$ 22.252,68 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A terceira semana de julho terá como destaque as decisões de política monetária e a temporada de resultados. As atenções se voltam à Europa, onde o Banco Central Europeu (BCE) fará sua reunião de política monetária na próxima quinta-feira (21). A expectativa é que os juros na União Europeia sejam elevados pela primeira vez em 11 anos. De acordo com pesquisa da Reuters, o BCE deve subir a taxa em 25 pontos base.
Na terça-feira (19), sai o índice de preços ao consumidor do bloco econômico – a média das projeções do mercado aponta para uma alta mensal de 0,8%.
Brasil
8h: Índice IPC-S semanal
8h25: Boletim Focus
11h: Paulo Guedes, ministro da Economia, participa da cerimônia de posse do novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento
15h: Balança comercial semanal
EUA
11h: Índice do mercado imobiliário – NAHB
3. Bolsonaro se reúne com embaixadores
O presidente Jair Bolsonaro se reunirá nesta segunda-feira (18), às 16h, no Palácio do Alvorada, com embaixadores para denunciar supostas fraudes no sistema eleitoral. Segundo o presidente, serão apresentadas provas sobre irregularidades nas eleições de 2014 e 2018.
Bolsonaro disse que 40 embaixadores confirmaram presença na reunião de hoje.
PEC dos Benefícios na mira do TCU
Ministros do TCU avaliam que a PEC dos Benefícios terá problemas quando passar pelo crivo da Corte, fontes disseram à Bloomberg. O principal entrave é o trecho que trata da criação do estado de emergência. O mecanismo foi incluído na PEC para driblar a legislação eleitoral. Quando chegar a hora, os técnicos do governo que elaboraram a proposta podem acabar respondendo a um processo na corte de contas, segundo uma fonte que acompanha o assunto de perto.
Recesso parlamentar
Após uma semana bastante corrida, a Câmara dos Deputados inicia a partir de hoje (18) o período de recesso parlamentar, que vai até o dia 31 de julho. Com a chegada do período eleitoral, a expectativa é que os parlamentares realizem um esforço concentrado para a votação de matérias logo na primeira semana de retorno aos trabalhos, na semana de 1º a 5 de agosto.
Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) uma das propostas que pode ser votada pelos deputados é a que trata do rol taxativo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre as coberturas dos planos de saúde. A proposta, contudo, depende da construção de um acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
4. Covid
No último domingo (17), o Brasil registrou 55 mortes e 13.065 casos de covid-19 em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h.
A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 250, elevação de 17% em comparação com o patamar de 14 dias antes.
A média móvel de novos casos em sete dias foi de 57.645, o que representa alta de 1% em relação ao patamar de 14 dias antes.
Chegou a 168.189.450 o número de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 78,29% da população.
O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 179.379.709 pessoas, o que representa 83,50% da população.
A dose de reforço foi aplicada em 98.013.859 pessoas, ou 45,62% da população.
Os estados de SP, RJ, MA, TO e AP não separam os números de terceira e quarta dose. Por esse motivo, os percentuais de reforço podem estar inflados.
5. Radar Corporativo
A Petrobras (PETR3; PETR4) concluiu na sexta-feira (15) a oferta de recompra de títulos globais feita por sua subsidiária integral Petrobras Global Finance (PGF). O montante total pago foi de US$ 790,8 milhões, considerando os preços ofertados pela companhia e excluindo os juros capitalizados até a data de liquidação.
A estatal também aprovou seu primeiro programa de recompra de debêntures. A empresa poderá recomprar até o volume total das debêntures das 5ª, 6ª e 7ª emissões.
Segundo comunicado, o valor de recompra será de, no máximo, o valor nominal atualizado de cada série. O programa de recompra terá duração de um ano.
A Vale (VALE3) concluiu a venda de seus ativos do Sistema Centro Oeste para a J&F Mineração Ltda., controlada da J&F Investimentos, com o recebimento de US$ 150 milhões. Segundo a empresa, esta transação reforça a estratégia da Vale de simplificação de portfólio, com foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, e pautados pela alocação de capital disciplinada.
A Klabin (KLNB11) informou o encerramento da 14ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor principal total de R$ 2,5 bilhões, com taxa correspondente a IPCA + 6,7694% ao ano e prazo de 12 anos.
De acordo com a companhia, as debêntures foram objeto de colocação privada, subscritas integralmente por companhia securitizadora e vinculadas a certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)
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