Bolsas caem às vésperas do Fed; dados da China, PIB da Zona do Euro e mais destaques do mercado hoje
janeiro 31, 2023Os mercados mundiais amanhecem negativos nesta terça-feira (31), com investidores se preparando para o início da reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
Agentes do mercado esperam um aumento de 25 pontos-base amanhã (1), mas monitorarão de perto os comentários da autoridade monetária em busca de pistas sobre quanto mais o Banco Central americano pretende aumentar ou quando planeja cortar os juros.
A temporada de balanços nos EUA, por sua vez, segue a todo vapor, com a divulgação de resultados do McDonald’s, Caterpillar, General Motors, Pfizer e Advanced Micro Devices. Os investidores estão atentos aos relatórios trimestrais para saber como algumas das maiores empresas do mundo estão se saindo em meio à alta inflação e aos temores de desaceleração dos gastos do consumidor.
Na China, a atividade manufatureira medida pelo Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) voltou a crescer em janeiro. O PMI da indústria da China registrou expansão pela primeira vez desde outubro de 2022.
Ibovespa hoje: o movimento do mercado nesta terça-feira
Aqui no Brasil, a temporada de resultados ainda está ganhando tração, e esta terça-feira traz apenas o resultado da Indústrias Romi (ROMI3) após o fechamento dos mercados. Também após o fechamento do mercado, saem os números da produção da Vale (VALE3) no quarto trimestre.
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Na frente econômica, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC começa hoje (31) sua primeira reunião de política monetária do ano.
Após encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na segunda-feira (30), que trabalhará para concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda no primeiro semestre de 2023, mas com mudanças, e admitiu ter interesse em entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA abriram em baixa nesta manhã de terça-feira, ampliando as perdas da véspera, com investidores se posicionando para o início da reunião o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed.
Amanhã, às 16h, o Banco Central dos EUA, vai divulgar o seu comunicado, que deve trazer uma nova alta dos juros, com ampla maioria do mercado apostando em alta de 0,25 ponto percentual.
No entanto, todos estarão atentos às entrelinhas do comunicado, assim como ao discurso do presidente Jerome Powell, após a divulgação da nova taxa de juros, em busca de pistas sobre os rumos dos juros no país.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
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- Dow Jones Futuro (EUA), -0,26%
- S&P 500 Futuro (EUA), -0,26%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,47%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com baixa na sessão de hoje, com investidores digerindo uma série de dados econômicos e um potencial aumento da taxa de juros do Fed.
O índice oficial de gerentes de compras (PMI) da indústria da China registrou a primeira expansão desde outubro de 2022, de acordo com o Bureau Nacional de Estatísticas.
A atividade manufatureira da China em janeiro chegou a 50,1, acima do limite de 50 pontos que separa crescimento de contração. O resultado supera as previsões da Reuters de 49,8 e está acima dos 47 de dezembro.
Da mesma forma, o PMI não manufatureiro da China, que compreende os setores de serviços, alimentação e construção, subiu de 41,6 em dezembro para 54,5 de janeiro.
- Shanghai SE (China), -0,42%
- Nikkei (Japão), -0,39%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -1,03%
- Kospi (Coreia do Sul), -1,00%
Europa
Os mercados europeus operam no terreno negativo, com as atenções voltadas para a primeira reunião de política monetária do Fed e para Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro.
O PIB da Zona do Euro subiu 0,1% no quarto trimestre do ano passado, acima do esperado. O consenso Refinitiv previa recuo de 0,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, mas alta de 1,8% na base anual.
O PIB da França, segunda maior economia do bloco, desacelerou de 0,2% para 0,1% no quarto trimestre de 2022. Mesmo assim, superou as expectativas dos analistas.
Investidores ainda aguardam pela divulgação da inflação da Alemanha de janeiro, com consenso Refinitiv projetando alta de 1,1% na comparação com dezembro e de 9,2% na base anual.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,65%
- DAX (Alemanha), -0,61%
- CAC 40 (França), -0,48%
- FTSE MIB (Itália), -0,13%
Commodities
Os preços do petróleo operam com queda na sessão de hoje, depois de cair mais de 2% na sessão anterior devido à ameaça de novos aumentos nas taxas de juros e preocupações com fluxo de petróleo russo.
O mercado também voltou sua atenção para uma reunião virtual planejada para 1º de fevereiro dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e aliados, que deve recomendar a manutenção da atual política de produção do grupo.
A Rússia, por sua vez, continua a abastecer o mercado global com seu petróleo, apesar da proibição da União Europeia e do teto de preços do G7 imposto pela invasão da Ucrânia, o que pressionou os preços.
As cotações do minério de ferro operam com baixa após alta da veśpera.
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- Petróleo WTI, -1,28%, a US$ 76,90 o barril
- Petróleo Brent, -1,06%, a US$ 84,00 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 1,31%, a 866,00 iuanes, o equivalente a US$ 128,16
Bitcoin
- Bitcoin, +0,95% a US$ 22.915,60 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC brasileiro e Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed iniciam hoje (31) sua primeira reunião de política monetária do ano.
Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) está previsto para ser divulgado na terça-feira (31). O Itaú prevê uma desaceleração na criação de empregos formais em dezembro.
Brasil
10h30: Leilão de títulos do Tesouro Nacional
11h: Primeira dia de reunião do Copom
Caged de dezembro
EUA
11h45: PMI Chicago
12h: Confiança do consumidor de janeiro
18h30: Estoques de petróleo API
Alemanha
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10h: Índice de preços ao consumidor de janeiro; consenso Refinitiv projeta alta de 1,1% na comparação com dezembro e de 9,2% na base anual
3. Noticiário econômico
Haddad, Tebet, e Mercadante se reúnem com Febraban
A equipe econômica do governo do Lula se encontra hoje, a partir das 9 h, com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Participam da reunião os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento, Simone Tebet; da Agricultura, Carlos Fávaro; e da Gestão e Inovação Pública, Esther Dweck; além do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A convite do presidente da Febraban, Isaac Sidney, os ministros e o presidente do BNDES falarão aos membros do Conselho da entidade sobre a conjuntura econômica e as ações das respectivas áreas voltadas ao crescimento do país.
Lula defende mudanças em acordo entre União Europeia e Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu alterações em pontos do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (30), os dois líderes participaram de uma entrevista coletiva e abordaram diversos assuntos da agenda bilateral.
Negociado por mais de 20 anos, o acordo UE-Mercosul teve um anúncio de conclusão geral em 2019, mas ainda há um longo caminho pela frente para sua efetiva entrada em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá enfrentar resistências.
4. Noticiário político
Governo espera eleição no Congresso para definir passos de reforma tributária
O atual presidente da Câmara, Arthur Lira, sinalizou que vai apoiar a reforma tributária para ser a marca da sua gestão, mas prefeitos das capitais e representantes dos setores mais resistentes à proposta querem negociar com o governo antes de a tramitação ser retomada no Congresso, informou reportagem do jornal Estadão.
Os detalhes do caminho da tramitação da proposta só vão sair depois da votação das presidências e das mesas diretoras da Câmara e do Senado, prevista para quarta-feira. A preocupação é maior no caso do Senado, onde Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro, disputa o cargo contra o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD).
Barroso ordena investigação de suspeitas de genocídio indígena
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a investigação de suspeitas de prática de genocídio e de outros tipos de crime contra o povo yanomami por parte do governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ordem foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Ministério Público Militar, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Superintendência da Polícia Federal em Roraima.
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As apurações não se limitarão à suspeita de genocídio, mas incluem crimes como quebra de segredo de Justiça, desobediência e delitos ambientais que ameaçaram a saúde, a segurança e a vida de diversas comunidades indígenas.
5. Radar Corporativo
A Petrobras (PETR4;PETR3) informa que recebeu da Karoon Petróleo & Gás Ltda, subsidiária da Karoon Energy Ltd, o montante de R$ 430 milhões, equivalente ao pagamento contingente do preço do barril de petróleo referente ao exercício de
2022.
Segundo comunicado, o recebimento está de acordo com os termos do contrato negociado entre as companhias, referente à venda da totalidade da participação da Petrobras para a Karoon no campo de Baúna (área de concessão BM-S-40), localizado em águas rasas na Bacia de Santos.
As demais parcelas do referido pagamento contingente poderão ser recebidas pela estatal até 2026, dependendo da evolução do preço do barril de petróleo em futuros exercícios.
Copel (CPLE6)
A Copel (CPLE6) concluiu ontem a aquisição dos Complexos Eólicos Aventura e Santa Rosa & Mundo Novo, no valor atualizado (Enterprise Value) de R$ 1,761 bilhão.
Com a adição dessa capacidade, a fonte eólica passa a representar 17% do portfólio de geração de energia do Grupo Copel, beneficiando o seu portfólio com o incremento de energia incentivada e a redução da exposição ao risco hidrológico.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)