BofA prevê corrida de emissores de títulos da América Latina em dezembro

BofA prevê corrida de emissores de títulos da América Latina em dezembro

outubro 30, 2020 Off Por JJ

(Bloomberg) — Emissores da América Latina provavelmente irão acessar mercados de títulos em dólar rapidamente quando a volatilidade das eleições nos EUA diminuir, de acordo com Max Volkov, responsável por mercado de capital de dívida para América Latina do Bank of America.

“Minha mensagem para emissores a partir de 2021 é chegar cedo, em grande quantidade e com prazos longos”, disse Volkov em entrevista na terça-feira. “Em dezembro, pode haver uma corrida por emissões”, disse Volkov, que prevê financiamento antecipado por grandes emissores soberanos que normalmente esperariam até janeiro.

Governos responderam por cerca de 40% dos US$ 152 bilhões em dívida nova da América Latina neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Instituições financeiras ficaram na segunda posição, e Volkov espera que o setor permaneça ativo em 2021.

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Volkov acredita que os cupons permanecerão baixos nos próximos três a seis meses, o que seria mais um incentivo para emitir. “Os custos de financiamento agora são muito atraentes”, disse.

O refinanciamento será um grande fator de impulso para a captação de fundos em 2021, com até US$ 175 bilhões em dívida corporativa da América Latina e cerca de US$ 60 bilhões de governos com vencimento nos próximos cinco anos, de acordo com Volkov.

Projetos ambientais e sociais também impulsionarão as vendas de títulos da região no próximo ano, disse Volkov. A pandemia expandiu a dívida sustentável, com emissão recorde de títulos sociais.

“O ESG é uma tendência que veio para ficar e que só fica mais forte”, disse em referência à sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança. “O número de discussões que temos com clientes é impressionante.”

Volkov observou forte demanda pela emissão da Suzano de US$ 750 milhões em títulos sustentáveis e pela estreia da Coca-Cola Femsa com a venda de US$ 705 milhões em títulos verdes. Isso resultou em melhores preços para os emissores, acrescentou Volkov, que trabalhou nas vendas.

O Bank of America participou de cerca de 7,3% das emissões de títulos da América Latina neste ano, tornando-se o quinto maior subscritor da região, de acordo com ranking da Bloomberg.

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