Bitcoin esbarra em resistência e perde os US$ 21 mil diante de falência iminente de mais uma corretora
janeiro 19, 2023
Conforme muitos traders esperavam, a quinta-feira (19) é de baixa para as criptomoedas após o esgotamento de um forte rali que começou no começo da semana passada. O Bitcoin (BTC), que chegou a subir 25%, de pouco mais de US$ 17 mil a US$ 21.500, recua 2% às 7h de hoje e vai a US$ 20.804. Já o Ethereum cede 3,2%, a US$ 1.527, acompanhado de perto por BNB e Cardano (ADA), Dogecoin (DOGE) e Polygon (MATIC), com quedas entre 2,9% e 5,5%.
Segundo a empresa de análise de blockchain Santiment, os ralis de DOGE e outras moedas meme – como a Shiba Inu (SHIB), que disparou ontem e cai 7,2% hoje – são um indicador contrário da saúde do mercado. Quando esses preços disparam, portanto, significa que o mercado está próximo de perder fôlego.
“Toda vez que [o] preço do DOGE começa a subir rapidamente, ocorre uma queda em todo o mercado momentos depois”, escreveu a empresa.
Os preços, no entanto, passaram por forte volatilidade na tarde de ontem logo após o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciar uma coletiva sobre o setor cripto, levantando suspeitas sobre mais um caso grave na indústria. Mas traders se viram aliviados quando as autoridades revelaram que se trava do fechamento e prisão do fundador de uma corretora cripto desconhecida, chamada Bizlato. A empresa é acusada de intermediar lavagem de dinheiro na ordem de US$ 700 milhões.
“Foi um susto, o mercado se preocupou achando que seria um player mais relevante. Acabou sendo um player que eu honestamente não conhecia, nunca tinha ouvido falar”, comentou João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, durante participação ontem no evento Onde Investir 2023, promovido pelo InfoMoney.
A percepção de que o problema era de menor expressão do que o esperado foi o suficiente para interromper a queda acima de US$ 20 mil, nível que foi mantido mesmo depois da notícia de que a Genesis estaria realmente se preparando para abrir falência nos EUA, possivelmente ainda nesta semana. A corretora é uma das subsidiárias do Digital Currency Group (DCG), conglomerado cripto que também é dono do CoinDesk e da gestora de ativos digitais Grayscale. Na quarta, a DCG anunciou a suspensão do pagamento de dividendos a acionistas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para alguns analistas, o comportamento errático do mercado diante da crise prolongada de empresas do setor pode ser explicado, na verdade, por uma suposta correlação entre ativos digitais e a desvalorização do dólar.
“Em nossa opinião, as criptomoedas (e o Bitcoin em particular) têm sido um pouco mal compreendidas. [O BTC] não é um hedge contra a inflação, mas mais um hedge contra a perda do poder de compra, que protege os detentores de libertinagem fiscal/monetária”, avalia Jonah Van Bourg, chefe global de trading da Cumberland.
“Qualquer risco de inadimplência da dívida dos EUA é de fato uma forma de degradação do dólar americano, e o aumento da demanda que estamos vendo (expresso em preços de cripto mais altos) é um apoio a este caso de uso”, afirma.
Por outro lado, Giles Coghlan, analista-chefe de mercado da HYCM, disse ao CoinDesk que a correlação entre ações de empresas cripto e de tecnologia continua, e esse é o fator a ser observado daqui para frente. Ontem, o índice Nasdaq fechou em queda de 1,24% e segue operando em leve baixa de 0,16% no mercado futuro nesta quinta.
“As ações de tecnologia subiram com base na suposição de que a inflação dos EUA está recuando e que as previsões do mercado de dois cortes nas taxas de juros de curto prazo este ano estão corretas. Podemos ver uma recuperação semelhante nos mercados cripto”, disse, descartando qualquer conexão entre o debate sobre o teto da dívida e o rali cripto.
“Em última análise, o rali das criptomoedas deve continuar enquanto as ações de tecnologia estiverem em recuperação. No entanto, como todos os olhos se voltam para a temporada de resultados, as coisas podem mudar rapidamente”, completou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ainda assim, diversas altcoins sobem hoje, com destaque para a Enjin Coin (ENJ), que sobe 16%, Kava (KAVA), com alta de 11% e Frax Share (FXS), projeto DeFi que vem atraindo investidores atrás de remuneração por suas criptos, dando sequência a uma valorização de quase 70% nos últimos 7 dias – hoje, o salto é de mais de 7%.
Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:
Criptomoeda | Preço | Variação nas últimas 24 horas |
Bitcoin (BTC) | US$ 20.804 | -2,00% |
Ethereum (ETH) | US$ 1.527 | -3,20% |
Binance Coin (BNB) | US$ 291 | -2,90% |
XRP (XRP) | US$ 0,387087 | -0,40% |
Cardano (ADA) | US$ 0,333830 | -3,90% |
As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:
Criptomoeda | Preço | Variação nas últimas 24 horas |
Enjin Coin (ENJ) | US$ 0,425937 | +15,90% |
Kava (KAVA) | US$ 1,04 | +11,10% |
Frax Share (FXS) | US$ 9,29 | +7,30% |
Aptos (APT) | US$ 8,00 | +6,50% |
Hedera (HBAR) | US$ 0,057223 | +5,20% |
As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:
Criptomoeda | Preço | Variação nas últimas 24 horas |
Rocket Pool (RPL) | US$ 32,16 | -13,20% |
Monero (XMR) | US$ 157,93 | -9,30% |
Terra (LUNA) | US$ 1,87 | -8,60% |
Internet Computer (ICP) | -8,90% | |
Terra Classic (LUNC) | US$ 0,00016268 | -7,40% |
Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:
ETF | Preço | Variação |
Hashdex NCI (HASH11) | R$ 18,90 | -1,04% |
Hashdex BTCN (BITH11) | R$ 25,40 | +0,51% |
Hashdex Ethereum (ETHE11) | R$ 23,01 | -2,66% |
Hashdex DeFi (DEFI11) | R$ 20,00 | -0,04% |
Hashdex Smart Contract Plataform FI (WEB311) | R$ 14,00 | +1,08% |
Hasdex Crypto Metaverse (META11) | R$ 34,00 | +0,83% |
QR Bitcoin (QBTC11) | R$ 6,59 | -4,21% |
QR Ether (QETH11) | R$ 5,63 | -3,26% |
QR DeFi (QDFI11) | R$ 3,35 | -2,89% |
Cripto20 EMPCI (CRPT11) | R$ 5,43 | -1,09% |
Investo NFTSCI (NFTS11) | R$ 15,37 | -3,51% |
Investo BLOKCI (BLOK11) | R$ 15,93 | 0,00% |
Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (19):
Binance foi uma das principais empresas a negociar com corretora investigada
A Binance foi apontada pelo órgão norte-americano FinCEN, ligado ao Tesouro dos EUA, como a principal receptora e remetente de transações associadas à corretora Bitzlato, que foi fechada e teve o fundador preso.
A FinCEN sugeriu que a Binance é uma empresa ligada “a mercados ou golpes da darknet”.
As três principais contrapartes de recebimento da Bitzlato, pelo valor total de BTC recebido entre maio de 2018 e setembro de 2022, foram: (1) Binance, um VASP ; (2) o mercado darknet conectado à Rússia Hydra; e (3) o suposto esquema Ponzi baseado na Rússia ‘TheFiniko’”, afirmou um documento oficial do órgão.
Durante o mesmo período, as três principais empresas a enviar criptos para a Bizlato foram Hydra, Local Bitcoins e TheFiniko.
“A Binance está satisfeita por ter fornecido assistência substancial aos parceiros internacionais de aplicação da lei em apoio a esta investigação. Isso exemplifica o compromisso da Binance em trabalhar em colaboração com parceiros de aplicação da lei em todo o mundo”, disse um porta-voz da Binance ao CoinDesk.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
OKX divulga prova de reservas com US$ 7,5 bi
A exchange OKX tem US$ 7,5 bilhões em reservas sem incluir seu token nativo, de acordo com uma prova de reservas publicada pela bolsa nesta quinta-feira (19).
Esta é a terceira prova de reservas que a OKX publicou, mas a primeira a mostrar a divisão exata dos ativos.
O relatório mostra que a exchange tem mais ativos que passivos, com uma taxa de reserva de 105% para Bitcoin, 105% para Ethereum e 101% para a stablecoin USDT.
A OKX lidera o ranking de “saúde de reservas”, de acordo com uma métrica criada pela casa de análise CryptoQuant – quanto menos as reservas têm tokens da própria empresa, mais saudável ela é considerada.
Após a OKX, com reservas consideradas “100% limpas”, vem a Binance, 87%, seguida da Bitfinex, com 70%, e Huobi, com 60%.