As ações que subiram mais de 5.000% na Bolsa brasileira e outros destaques dos últimos 50 anos de Ibovespa
novembro 25, 2020
SÃO PAULO – Apesar dos altos e baixos, de tantas crises e problemas políticos, quem investiu em ações com um horizonte de longo (ou longuíssimo) prazo no Brasil ganhou dinheiro.
Um levantamento feito, a pedido do InfoMoney, pela empresa de informações financeiras Economatica mostra que os papéis de companhias como Ambev, Banco Alfa, Cemig, Itaú e Vivo subiram mais de 5.000% desde 1986, quando os dados começaram a ser compilados.
A valorização desconta a inflação medida pelo IGP-DI. Para entrar na lista, as ações precisam ter participado de pelo menos 70% dos pregões no período. Os dados foram apresentados no evento Melhores Empresas da Bolsa, que ocorre nos dias 24, 25 e 26 de novembro (para participar, basta se cadastrar aqui).
Veja a lista:
O que essas ações têm em comum?
Ferreira Ferreira, estrategista-chefe da XP, destaca o fato de serem papéis de companhias de setores mais defensivos. “Nem sempre parecem muito empolgantes para o investidor”, afirma.
Mas, como geram muito caixa, fazem parte de setores pouco voláteis e distribuem dividendos de forma regular entregam bons retornos em prazos mais longos.
“São empresas que estão há muito tempo no mercado. A Cemig não está tão bem agora, mas é um caso de empresa que vive em um setor que consegue gerar mais caixa e quem investiu nela desde 1986 conseguiu se dar muito bem”, disse Thiago Salomão, cofundador e apresentador do podcast Stock Pickers, do InfoMoney, no evento Melhores da Bolsa.
Hoje desconhecido de boa parte dos investidores mais novos e com baixo volume negociado, o Alfa é uma instituição que já foi grande na Bolsa.
Criado por Aloysio Faria, controlador do antigo banco Real que faleceu em setembro deste ano, o Alfa é uma das ações favoritas de Luiz Alves Paes de Barros, sócio da gestora Alaska, que hoje tem 12,63% das ações em circulação do banco.
Ibovespa em 50 anos: máxima em maio de 2008
A Economatica também analisou o comportamento do Ibovespa nos últimos 50 anos. Nesse período, o principal índice de ações da Bolsa subiu 642%, valor corrigido pela inflação medida pelo IGP-DI. Em dólares, a alta foi de 5.188%.
No mesmo período, a poupança rendeu apenas 37%.
A máxima histórica do Ibovespa, ajustada pela inflação, foi atingida em 20 de maio de 2008, aos 165.762 pontos, logo após o Brasil receber o primeiro selo de grau de investimento da agência Standard & Poor’s.
Confira o gráfico do Ibovespa nestes 50 anos:
Para Fernando Ferreira, esta imagem traz algumas lições para os investidores. “Mesmo com todas as crises e histórico volátil do Brasil, com a ditadura, inflação, diversas crises e trocas de moeda, o retorno médio do Ibovespa ainda supera qualquer outro investimento”, avalia.
Quando analisamos esses períodos mais longos, diz Ferreira, é possível notar que sempre que surge uma crise, um ano ruim, mas a recuperação vem em seguida.
Segundo aponta o levantamento, o pior ano da bolsa brasileira na história foi em 1990, quando o Ibovespa caiu 74,11% por conta do confisco da poupança no governo Collor. Porém, logo no ano seguinte, ocorreu a maior alta anual, de 316,38%.
Para o estrategista-chefe da XP, o investidor não deve ser dominado pela emoção e vender tudo quando ocorre alguma queda forte do mercado. Isso porque ele acaba perdendo também boa parte da recuperação. “Não adianta ficar tentando acertar a hora perfeita de entrar e sair da Bolsa”, explica.
Seu conselho é diversificar a carteira e dividir o portfólio destinado a ações. Uma parte deve ser formada por papéis vistos como investimentos de longo prazo (que devem ser mantidos mesmo em momentos de crise). Outra parcela pode adotar uma estratégia mais oportunista e de curto prazo, para aproveitar os altos e baixos do mercado.
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