Análise técnica: O que esperar das ações da Vale (VALE3) em 2024?
dezembro 28, 2023As ações da Vale (VALE3) passam por um movimento de recuperação neste final de ano, levando analistas técnicos a projetarem que o papel esteja se encaminhando para a sua máxima histórica.
No acumulado do ano, até o fechamento desta quarta-feira (27), as ações da mineradora recuavam 6%, mas bem longe das mínimas de 2023, após avançarem 21,5% nos últimos três meses.
Dentro da análise técnica, isso significa que o papel se afastou do seu suporte – região de preços em baixa, que geralmente atrai compradores (pois estão baratos) – e começou a procurar novos pontos de resistência, que, pelo contrário, chama vendedores (ao ficar caro).
No entanto, quando a ação rompe as resistências imediatas, estas se tornam suportes (princípio da bipolaridade), fazendo com que o preço do papel procure novas resistências – mais elevadas (quando a tendência de curto prazo é de alta).
Outro movimento observado na Vale é o de acumulação, como trouxe o InfoMoney, em 26 de outubro. Na ocasião, indicadores técnicos apontavam para a entrada de grandes investidores, fazendo com que o papel “acumulasse compradores” e se valorizasse.
Nesse intervalo de dois meses, o preço da ação da Vale subiu de R$ 63,44 para os R$ 77,40, registrados no pregão desta quarta-feira – alta de 22%. Esse movimento de ganhos se iniciou após o papel se aproximar da mínima do ano (suporte), na região dos R$ 60.
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Claro, todo esse desenvolvimento tem forte correlação com o preço do minério de ferro, cuja cotação é sustentada, basicamente, pelo desempenho da economia chinesa. Portanto, anúncios de estímulos por parte de Pequim puxam as cotações da Vale e do minério.
Do contrário, uma desaceleração econômica chinesa afeta o preço do minério e contamina as ações da Vale.
Para entender quais são as perspectivas para 2024, o InfoMoney consultou grafistas, com o objetivo de traçar até onde a ação da Vale pode chegar.
VALE3: Análise técnica
A analista técnica do PagBank, Bianca Passerini, aponta que, graficamente, a ação da Vale está lateralizada pelo gráfico mensal.
No entanto, com suporte nos R$ 68,02 e trabalhando acima de sua média móvel exponencial de 200 períodos, com bom saldo de volume, ela tende a buscar os R$ 90,39.
Enquanto isso, na análise do gráfico semanal, veja abaixo, a configuração segue quase a mesma: lateralização, papel acima da média móvel exponencial de 200 períodos e bom saldo de volume.
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“A diferença entre os tempos gráficos fica nas bandas de Bollinger. Enquanto, no semanal, elas estão apontadas para cima, no mensal, mostram-se abertas, indicando volatilidade para o ativo”, explica ela.
Com isso, reforça a analista, para que a Vale consiga alcançar o alvo – de R$ 90,39 – precisa superar a sua banda de Bollinger superior, nos R$ 77,65, que serve como resistência.
“Mesmo assim, a projeção é positiva para VALE3”, acrescenta.
Curto prazo: ações da Vale
Para Rodrigo Cohen, analista e co-fundador da Escola de Investimentos, ao analisar o gráfico semanal, mais abaixo, se observa que as ações da Vale avançam bastante, acompanhando a valorização do preço do minério.
“Temos o topo histórico da Vale, com a cotação máxima perto de R$ 91,00 (veja seta abaixo), que deverá ser atingida, caso o minério e a Bolsa continuem subindo, e o dólar não atrapalhar muito. Ou seja, temos um upside, aí, até R$ 91,00, pelo gráfico semanal”.
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Médio prazo: VALE3
Partindo para a análise mensal – veja gráfico logo abaixo –, Cohen aponta que é possível observar um topo triplo. Ou seja, a Vale testou três vezes essa zona, de R$ 91,00, e não conseguiu romper.
“Logo após atingir, nas três oportunidades, caiu. Agora vai ser a quarta vez. Possivelmente, ela vai buscar, e, por enquanto, é isso que aparece também no gráfico mensal”, destacou.
Segundo ele, a Vale rompeu a linha de tendência baixista (desenhada em vermelho, no gráfico abaixo) e, agora, a princípio, está com força para manter essa tendência altista.
Por fim, com base no gráfico anual, é possível observar que, desde 2016, a Vale não fechou nenhum ano com desempenho negativo.
Confuso sobre o que é suporte e o que é resistência? Confira nosso guia sobre análise técnica
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Portanto, a menos que a ação dispare mais de 6% no último pregão do ano, nesta quinta-feira (28), ela voltará a terminar o ano com perdas.
O que esperar das ações da Vale?
Em resumo, a analista técnica do PagBank, Bianca Passerini, entende que, no médio prazo, a perspectiva para a ação é positiva. Para o investidor, porém, será fundamental acompanhar o preço do minério de ferro.
“Mesmo que a ação da Vale não tenha acompanhado, por algumas semanas que se passaram, a recuperação do preço da commodity, o minério não deixa de influenciar o desempenho de VALE3.”
Conforme ela, olhando também para o gráfico semanal do minério de ferro futuro, a commodity pode engatar uma tendência de alta, “estando com bom saldo de volume.”
Os preços do minério se encontram na faixa dos US$ 138 (equivalente a 985 yuans) e podem atingir os US$ 142,10, aponta Bianca.
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“Depois de atingido esse ponto, é preciso acompanhar a reação do ativo. Caso ele engate quedas, iria até os US$ 99,05. Se continuar subindo, buscaria os US$ 159,65.”
No mesmo sentido, Cohen cita a necessidade do acompanhamento das cotações do minério de ferro, já que a correlação do ativo com a commodity é muito grande, “independente do momento e do governo”.
Entretanto, ele aponta que o minério avançou ao longo do ano, mesmo com algumas quedas, e “a Vale não acompanhou esse desempenho, como poderia ter ocorrido.”
“Podemos considerar também que tivemos um ano bem conturbado pós eleição, resultados da Vale que não foram benéficos, mas, no âmbito geral, a companhia não acompanhou o minério.”
“Então, vamos ver se isso vai continuar acontecendo”, finalizou.
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