Alopecia: dermatologista fala sobre queda de cabelo e tratamentos

Alopecia: dermatologista fala sobre queda de cabelo e tratamentos

abril 7, 2024 Off Por JJ

Dermatologista Thâmara Morita é especialista em doenças do cabelo e unhas (Foto: divulgação)

A alopecia, popularmente chamada de calvície, é uma doença que causa a perda de fios de cabelo e pelos pelo corpo, em formas e gravidades variadas. Trata-se de uma doença inflamatória comum que atinge aproximadamente 42 milhões de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Quem traz detalhes sobre o assunto é a médica dermatologista Thâmara Morita, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pós-graduada em doenças dos cabelos e unhas pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e doutora pela Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com a especialista, a condição afeta tanto homens quanto mulheres e pode estar ligada a fatores genéticos, imunológicos ou até mesmo associada à outras enfermidades. “A alopecia androgenética, também conhecida como calvície, tem como sintoma principal o afinamento dos fios. Nos homens, a rarefação é percebida nas têmporas e na região do vértice do couro cabeludo. Já nas mulheres, essa rarefação é mais central e difusa. Já a alopecia areata, também conhecida como ‘pelada’, acomete pessoas jovens, incluindo crianças e adolescentes, e manifesta-se como áreas arredondadas ou ovaladas com ausência total de pelos. O quadro pode afetar não apenas o couro cabeludo, mas também sobrancelhas, cílios e barba, por exemplo. Raramente, pode ocorrer perda de todos os pelos do corpo, quadro conhecido como alopecia universal”, conta.

Alopecia é comum em homens e mulheres (Foto: Freepik)

A Dra. Thâmara Morita explica que também têm sido cada vez mais comum a ocorrência da alopecia frontal fibrosante, doença de desenvolvimento lento e irreversível, mais comum em mulheres adultas, sobretudo no período pós-menopausa. “Apesar de menos comum, nela pode acontecer a redução de pelos nas axilas, braços, pernas, tronco e região. A alopecia frontal fibrosante pode se manifestar também com manchas escuras no rosto e alteração da textura da pele, como a presença de ‘bolinhas’, que deixam a pele com aspecto mais áspero”, detalha a especialista.

Tratamento

A médica salienta que o profissional de dermatologia é o especialista mais indicado para diagnosticar e tratar as doenças do couro cabeludo, pois ele é que vai indicar um método individualizado, observando as possíveis restrições de cada caso. “Para a alopecia androgenética, o tratamento deve ser acompanhado de perto por um dermatologista com atuação na área de tricologia. No entanto, vale ressaltar que esses tratamentos não estão indicados em mulheres gestantes e pessoas com problemas cardíacos, renais ou hepáticos”.

Thâmara Morita explica que tratamento deve feito a partir de orientações de um médico dermatologista (Foto: divulgação)

Ela também destaca que é comum observar um aumento transitório da queda de cabelos nas primeiras quatro a seis semanas de início da medicação, mas que a adesão aos medicamentos é fundamental para o sucesso do tratamento.

“Os primeiros resultados são observados entre quatro e seis meses após o uso do fármaco e, para que sejam mantidos, o tratamento deve ser continuado indefinidamente. No caso de alopecia areata em pequenas áreas, utilizam-se medicamentos tópicos ou injetáveis, como corticosteroides. Já quando áreas maiores são atingidas, o tratamento é realizado com medicações de uso oral. Na alopecia frontal fibrosante, o tratamento geralmente é realizado combinando-se medicações de uso local e oral”, descreve a médica.

Alerta para uso de hormônios

A dermatologista alerta para o crescimento de casos de queda de cabelo em pacientes que fazem o uso indiscriminado de hormônios masculinos, substâncias que provocam uma desregulação no organismo. “No consultório, tem crescido o número de pacientes que usam esses hormônios com o objetivo de aumento de massa muscular e melhora do desempenho esportivo. Quando essa queda ocorre ciclicamente, uma ou duas vezes por ano, ou a cada dois anos, podemos estar diante de um quadro de eflúvio telógeno crônico. Nestes casos, a paciente geralmente se queixa de perda de volume e comprimento dos fios”, finaliza a médica.

Com informações da Assessoria de Imprensa