Aedes aegypti: Aracaju tem médio risco para surtos ou epidemia
fevereiro 6, 2024O primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 foi apresentado nesta terça-feira, 06. Além dos dados do estudo, a Prefeitura também anunciou o Plano de Intensificação de Controle do mosquito para nortear as ações de combate.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 12 de janeiro, buscando mapear a infestação do mosquito pela capital sergipana. Segundo a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, o LIRAa indicou infestação geral de 1,0, considerado como Médio Risco para surtos ou epidemias, um aumento de 25% em relação ao último LIRAa de 2023, realizado em novembro, que apontou índice de 0,8, o menor dos últimos 20 anos.
O levantamento é classificado em três níveis: baixo (de 0,0% a 0,9%), médio (de 1,0% a 3,9%) e alto (acima de 4,0%), e é realizado a cada dois meses, sendo uma ferramenta de monitoramento da presença da larva do aedes, transmissor das arboviroses dengue, zika, chikungunya.
Conforme os registros de notificações e confirmações de casos das doenças provenientes do Aedes aegypti, houve uma redução total de 66% dos casos em Aracaju, se comparado ao mesmo período no ano passado. Entretanto, apesar da redução de casos, o resultado da LIRAa alertou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Dos 48 bairros de Aracaju, 25 bairros foram classificados com baixo risco [satisfatório], 23 bairros com médio risco [alerta] e nenhum bairro classificado como alto risco”, destaca Waneska.
Registros
Neste ano, em Aracaju, foram notificados, até o momento, 160 casos de dengue, 25 de chikungunya e 3 de zika; destes, foram confirmados, 7 casos de dengue, 5 de chikungunya e nenhum de zika. Se comparado ao mesmo período de 2023, que corresponde às primeiras cinco semanas do ano, houve uma queda de 50,7% dos casos de dengue, 88,3%, de chikungunya e 25%, de zika. No total, houve uma redução de 66% dos casos de arboviroses em Aracaju.
Principais locais de criadouros
Ainda de acordo com Waneska, os principais criadouros do Aedes aegypti, na capital, são depósitos de armazenamento de água ao nível do solo, como lavanderias e tonéis, que representam 54,4% dos locais com foco.
“Os depósitos domiciliares, vasos e pratos de plantas são o segundo maior problema, com um índice de 39,8%; lixo, entulho e resíduos sólidos em quintais representam 5,8%. Neste LIRAa foi encontrado foco de mosquito Aedes aegypti em um terreno baldio. Entre os meses de novembro de 2023 e janeiro de 2024, nota-se uma redução de 15,4% de foco de Aedes aegypti nos depósitos de armazenamento de água. No mesmo período, no entanto, houve um aumento de 39,6% de foco do mosquito em pequenos depósitos, bem como em lajes e sanitários em desuso”, explica a secretária.
Classificação do plano de intensificação
O plano é classificado por níveis de transmissão e, para cada nível, existem ações definidas. No nível 1, há o aumento de casos por três semanas consecutivas. Nesse nível, serão desenvolvidas visitas domiciliares para educação em saúde, trabalho que é realizado pelos agentes de endemias; eliminação de criadouros do Aedes aegypti; avaliação de notificações por semana epidemiológica; bloqueio de transmissão nos locais com maiores índices de notificações; monitoramento semanal através do painel da sala de situação; atualização das equipes de saúde através do protocolo de diagnóstico e manejo clínico do paciente.
No nível 2, há aumento de casos acima de três semanas consecutivas e surgimento de óbitos. Nesse nível, serão desenvolvidos a intensificação das ações de campo nos bairros; monitoramento semanal através do painel da Sala de Situação; solicitação apoio da SES para a aplicação do carro fumacê; garantia de atendimento na USF; garantia de suporte laboratorial; divulgação informações epidemiológicas semanalmente para a imprensa local.
No nível 3, há manutenção sustentada de casos graves e aumento absoluto de óbitos. Nesse nível, serão desenvolvidos a garantir atendimento exclusivo em oito Unidades de Saúde da Família; garantia de ala exclusiva de atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento Dr. Nestor Piva e Desembargador Fernando Franco.
No nível 4, são registrados casos notificados em ascensão, elevado número de casos graves e aglomerados de óbitos. Nesse nível, deverão ser realizadas ampliação do atendimento das USFs nos finais de semana e feriados; e ampliação de atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento Dr. Nestor Piva e Desembargador Fernando Franco.
Com informações da Ascom/PMA