Ações de Marfrig sobem 5% em sessão pré-balanço, com recomendação e após dados da China; bancos e Petrobras caem
março 8, 2021SÃO PAULO – A sessão é de queda para a Bolsa brasileira, com poucas ações registrando ganhos na sessão desta segunda-feira (8), como é o caso de frigoríficos, em meio a recomendações positivas e boas notícias vindas da China.
Em destaque, o gigante asiático informou ter importado 1,6 milhão de toneladas de carne nos primeiros dois meses do ano, mostraram dados de alfândegas no domingo, com alta de 27,6% na comparação anual, à medida que o país, principal consumidor de proteína animal do mundo, buscava criar estoques para lidar com escassez no mercado doméstico. Os embarques cresceram frente aos 1,26 milhão de toneladas do mesmo período do ano anterior com a China vendo sua produção de carne suína, a mais consumida, ainda afetada pelos surtos de peste suína africana iniciados em 2018.
A alta em destaque é para a Marfrig (MRFG3), com ganhos de cerca de 5%. A companhia também divulga resultados após o fechamento do mercado. Ainda no radar, o Credit Suisse reiterou recomendação equivalente à compra para a ação e elevou preço-alvo para R$ 23, destacando que a Marfrig está em posição de se beneficiar dessa demanda devido a um novo nível estrutural de margens na América do Sul, bons resultados da National Beef, conexão da Marfrig com os Estados Unidos, boa execução de gestão, cumprimento de metas estratégicas, desinvestimentos. JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) também avançam, cerca de 1%.
As ações das principais blue chips, por sua vez, registram queda, com destaque para os ativos de bancos, em meio à maior aversão ao risco; vale destacar que os ativos do setor bancário subiram forte na semana passada. Os ativos de Petrobras (PETR3;PETR4) também caem, cerca de 2%. A sessão é de leve queda para o petróleo após os preços do petróleo brent terem subido mais cedo para além de US$ 70 por barril pela primeira vez desde o início da crise do coronavírus nesta segunda-feira, após o Senado dos Estados Unidos ter aprovado um pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão e com um grupo do Iêmen atacando instalações de petróleo na Arábia Saudita.
Segundo a XP, da perspectiva da Petrobras, a contínua alta dos preços do petróleo coloca pressão adicional sobre a política de preços de combustíveis da empresa. “Com base em nossos cálculos, a companhia precisaria realizar um reajuste nos preços de diesel de +13,0% para retornar à paridade de importação, enquanto os preços de gasolina precisariam de uma elevação de +11,0%. Continuamos vendo uma perspectiva incerta para a manutenção pela Petrobras de uma política de precificação de combustíveis alinhada com as referências internacionais”, avaliam os analistas.
Ainda no radar dos investidores, a Movida (MOVI3) comunicou nesta segunda-feira que pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que reprove a operação para a combinação de negócios entre a Localiza (RENT3) e a Unidas (LCAM3).
De acordo com fato relevante, a companhia requereu na sexta-feira sua intervenção como terceira interessada no ato de concentração e pediu a reprovação citando “preocupações concorrenciais dela decorrentes”.
Segundo o Credit Suisse, a notícia é marginalmente negativa para RENT3 e LCAM3. “Esperávamos que a Movida tivesse uma postura mais neutra. No entanto, acreditamos que isso não mudará significativamente a probabilidade de aprovação de fusão e aquisição”, apontam os analistas. As ações RENT3 e LCAM3 registram baixa de mais de 4%. Veja mais clicando aqui.
Confira no que ficar de olho:
PetroRio (PRIO3)
Entre as recomendações, a PetroRio foi elevada para outperform (desempenho acima da média do mercado) pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 126 para os ativos PRIO3, um potencial de valorização de 26% em relação ao fechamento de sexta-feira. O preço-alvo anterior era de R$ 90.
A recomendação foi revisada após a aquisição de uma participação adicional na Wahoo anunciada na quinta-feira e o forte ímpeto do preço do petróleo (ajudado pelo tema da “reflação” global). As novas estimativas incorporam PetroRio com 100% de propriedade do campo Wahoo e uma taxa de câmbio de R$ 5,50 em 2021 (versus R$ 5,20 no modelo anterior).
“Embora os riscos de Wahoo sejam maiores do que o resto do portfólio da PetroRio (sem reservas registradas ainda), a agenda para 2021 é amplamente positiva, com uma forte perspectiva para os preços do petróleo e mais fusões e aquisições. Os riscos estão concentrados em 2022 com resultados para novos poços perfurados em Wahoo”, avaliam os analistas.
A Petrobras informou que recebeu ofícios do Ministério de Minas e Energia e do Ministério da Economia com seis indicações para a próxima Assembleia Geral Extraordinária, para exercerem a função de membros do Conselho de Administração da
companhia. São eles:
1 – Eduardo Bacellar Leal Ferreira – Presidente do Conselho
2 – Joaquim Silva e Luna
3 – Ruy Flaks Schneider
4 – Márcio Andrade Weber
5 – Murilo Marroquim de Souza
6 – Sonia Julia Sulzbeck Villalobos (esta indicada pelo Ministério da Economia)
A União ainda pode realizar mais duas indicações de membros ao Conselho de Administração da companhia.
De acordo com a XP Investimentos, o mercado deverá monitorar com atenção as indicações da União para o Conselho da Petrobras, em particular no caso de membros que não faziam parte do Conselho anteriormente e excetuando o General Joaquim de Silva e Luna, cuja indicação já era de conhecimento amplo para a posição de Conselheiro e Presidente da Petrobras.
“Por hora, ainda não há data agendada para a realização de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar sobre a indicação dos Novos Conselheiros e do novo Presidente da Petrobras em substituição ao Sr. Roberto Castello Branco”, apontam os analistas, que mantêm recomendação de venda nas ações da Petrobras, com preços-alvo de R$ 24 por ação para PETR4 e PETR3.
Já o Credit Suisse apontou que a escolha dos nomes foi positiva. “Foram três novos nomes, todos com experiência na indústria de óleo e gás e no setor privado. Outros três nomes, todos ligados ao segmento militar, já eram conhecidos”, avaliam os analistas em breve nota.
A XP ainda comentou a tendência de alta do petróleo. Da perspectiva da Petrobras, a contínua alta dos preços do petróleo coloca pressão adicional sobre a política de preços de combustíveis da empresa. “Com base em nossos cálculos, a companhia precisaria realizar um reajuste nos preços de diesel de +13,0% para retornar à paridade de importação, enquanto os preços de gasolina precisariam de uma elevação de +11,0%. Continuamos vendo uma perspectiva incerta para a manutenção pela Petrobras de uma política de precificação de combustíveis alinhada com as referências internacionais”, avaliam os analistas.
Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4)
Os analistas da XP atualizaram as estimativas para as ações da Gerdau, Metalúrgica Gerdau e Usiminas, elevando o preço-alvo da Gerdau de R$ 25 para R$ 32 por ação com a alta nos preços do aço e melhores vendas de aços longos. A expectativa é de um aumento de 6% nas vendas de aço no Brasil em 2021 na comparação anual (versus projeção de alta de 5% anteriormente). “O setor de aço no Brasil tem espaço para aumentos de preços devido ao dólar mais alto e aos preços internacionais saudáveis”, avaliam. A recomendação para Gerdau e Metalúrgica Gerdau é de compra e de Usiminas é neutra.
Para Metalúrgica Gerdau, os analistas mantiveram o desconto justo de 20%, em linha com a média histórica, e atualizaram o preço-alvo de R$ 11,70 para R$14,50 por ação.
O preço-alvo para Usiminas foi elevado de R$ 12 para R$16,50 por ação com os novos preços de commodities e uma recuperação mais rápida do que o esperado no setor automotivo.
“Em nossa opinião, os preços mais altos do minério de ferro e os aumentos nos preços do aço devem melhorar os resultados da empresa em 2021. O novo Ebitda esperado para 2021 de R$ 5 bilhões implica uma margem de 23% (versus 20% anteriormente). “Temos uma recuperação gradual dos volumes esperado para 2021 (alta de 6% na base anual) com expectativa de melhor demanda e um movimento de reabastecimento no setor automotivo. Esperamos alta de 40% nos preços do aço para montadoras em abril”, avaliam os analistas.
Notre Dame (GNDI3) e Hapvida (HAPV3)
No radar corporativo, a Notre Dame Intermédica publicou na sexta-feira detalhes da assembleia geral extraordinária (AGE) convocada para 29 de março, que votará a proposta de fusão com a rival Hapvida. Dentre as propostas a serem votadas está a incorporação da Intermédica pela a Hapvida. Além disso, a agenda da reunião prevê distribuição de um dividendo de R$ 4 bilhões aos acionistas da Intermédica.
Se aprovada a proposta, a união deve criar a maior rede de hospitais do país, num negócio avaliado em cerca de 100 bilhões de reais, com 8,4 milhões de clientes de saúde e 70 hospitais espalhados pelo país. A Hapvida terá 53,6% da empresa combinada após a transação.
Focus Energia (POWE3)
A Focus Energia, que atua em comercialização e geração de energia renovável, assinou contrato com a espanhola Soltec Power Holdings, para a aquisição de equipamentos para um projeto fotovoltaico no Brasil.
O acordo envolve o fornecimento pela Soltec Power dos chamados seguidores solares, que permitem que os painéis de uma usina acompanhem o movimento do sol durante o dia com o objetivo de aumentar a produtividade.
A Soltec disse que fornecerá à Focus 852 megawatts em seguidores, ou “trackers”, e que o início da fase de instalação do projeto está previsto para julho de 2021.
Os seguidores serão do tipo bifacial, e atenderão a uma primeira fase do empreendimento solar, que tem potencial para expansões futuras, de acordo com a fornecedora.
A Soltec disse em nota que já fechou acordos para fornecer 2,2 gigawatts em seguidores solares no Brasil, de um total em 8,4 gigawatts em equipamentos como esses negociados pela empresa no mundo. A fabricante tem sede em Molina de Segura, em Murcia, na Espanha.
A Focus, que levantou cerca de 765 milhões de reais em uma oferta inicial de ações em fevereiro, tem planos de construir usinas solares para venda da produção no chamado mercado livre de eletricidade, onde grandes empresas como indústrias negociam contratos de suprimento de energia diretamente com fornecedores.
A estratégia da empresa prevê a construção do chamado projeto solar Futura, na Bahia, que teria potencial para até 3 gigawatts em capacidade.
Arco
No setor de educação, a Arco fechou a compra dos sistemas de ensino COC e Dom Bosco, da Pearson, por R$ 920 milhões. O pagamento será feito em dinheiro.
Com o negócio fechado, a Arco ganha uma maior fatia de mercado, consolidando sua liderança frente à Cogna (que também estava interessada na compra da duas marcas da Pearson).
O Bradesco BBI avalia que a aquisição é positiva para a Arco, por avaliar que se trata de um mercado em que a escala é vital para diluir custos e obter informação de mercado. O Bradesco BBI vê perspectiva de valorização para a Arco a partir de sinergias. As compras também podem ampliar o alcance da Arco para novas faixas de preço, e permitir mais oportunidades de vendas, já que apenas 25% dos clientes de COC e Dom Bosco utilizam produtos suplementares da Arco.
O BBI destacou que o anúncio ocorre semanas após Vasta ter anunciado a aquisição do sistema de ensinos Eleva, em um outro movimento de consolidação do mercado. O banco reafirmou avaliação em outperform, com preço-alvo de US$ 52 para a Arco, frente os US$ 33,7 de fechamento dos ADRs negociados na Nasdaq na sexta-feira.
O Morgan Stanley também comentou a aquisição de COC e Dom Bosco pela Arco que, afirma, abre espaço para crescer sobre novos segmentos e acelerar a incorporação de novos clientes. O banco diz esperar que a Arco enfrente obstáculos para o crescimento orgânico. Por isso, diz acreditar que a Vasta oferece uma perspectiva melhor como investimento.
O banco mantém avaliação equal-weight (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) para a Arco, com preço-alvo de US$ 43.
O Credit Suisse também comentou o anúncio de compra de COC e Dom Bosco pela Arco, dizendo avaliar que o caixa de R$ 1,4 bilhão da Arco é o suficiente para cobrir os pagamentos no curto prazo. O banco diz que mantém uma avaliação positiva em outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) para a Arco, devido à previsão de novas fusões e aquisições, e uma estimativa de resultados muito melhores em 2022. O banco mantém preço-alvo de US$ 55, frente aos US$ 33,7 negociados na sexta (5) pelas ADRs da Arco listadas na Nasdaq.
O Bradesco BBI repercutiu os resultados operacionais da CCR para a semana de 26 de fevereiro. O portfólio de estradas com pedágio se manteve estável, com alta de 1% na comparação anual, ajustada de forma a remover os efeitos do ano de 2020, que contou com um dia extra no mesmo período. Na comparação com a semana anterior, houve redução de 1,9%. O tráfego ajustado de passageiros na mobilidade urbana teve queda de 52% na comparação anual, e de 13 pontos percentuais em relação à semana anterior. Concessões de aeroportos mantiveram uma performance estável, caindo 57% na comparação anual e 1,4% na comparação com a semana imediatamente anterior.
A Gafisa firmou contrato com a BM Empreendimentos visando o ingresso no empreendimento ‘Cidade Matarazzo’, na cidade de São Paulo, de acordo com fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira.
O contrato foi assinado pela subsidiária Gafisa Propriedades e se refere à aquisição de suítes privativas com serviços de hotelaria da Rosewood.
O ‘Cidade Matarazzo’, localizado próximo à avenida Paulista, na área do antigo Hospital Matarazzo promete criar um novo espaço de convivência, aliando tecnologia, moda, beleza, gastronomia, cultura e hotelaria de altíssimo padrão. O empreendimento será aberto a toda a população.
O Credit Suisse fez previsões para a Marfrig, tendo em vista as importações de carne bovina pela China, alta de 2,8% na comparação anual, a 2,8 milhões de toneladas. O banco diz que a Marfrig está em posição de se beneficiar dessa demanda devido a um novo nível estrutural de margens na América do Sul, bons resultados da National Beef, conexão da Marfrig com os Estados Unidos, boa execução de gestão, cumprimento de metas estratégicas, desinvestimentos.
No mercado americano, a rápida vacinação da população deve acelerar a recuperação, com normalização do setor alimentar. No mercado internacional, a dinâmica também deve ser positiva. A exposição da empresa ao mercado americano deve contribuir para seu desempenho neste ano, o que contribui para sua avaliação positiva sobre a Marfrig, com avaliação de outperform.
O Credit elevou o preço-alvo para a empresa de R$ 20 para R$ 23, frente aos R$ 14,98 negociados na sexta (5).
3R Petroleum (RRRP3)
A 3R Petroleum fechou, através da subsidiária OP Energia, um contrato com a DBO Energia para que as empresas construam uma parceria para potenciais aquisições de ativos offshore de exploração de petróleo no Brasil. De acordo com a petroleira, esse contrato se tornará eficaz caso sejam cumpridas determinadas condições precedentes.
Com a parceria, a DBO se tornará acionista minoritária da OP, que seguirá sob controle da 3R. De acordo com o comunicado, a OP passará a deter 100% dos direitos do Polo Peroé, que fica na Bacia do Espírito Santo, e de outros ativos que forem adquiridos.
A OP tem habilitação de Operador A perante a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que permite que opere blocos e concessões em terra (onshore) ou mar (offshore), inclusive em águas ultra profundas.
Especializada em ativos de petróleo maduros, que demandam recuperação de produção, a 3R tem competido por ativos colocados à venda pela Petrobras. No início de fevereiro, a empresa comprou da estatal, através da OP e em parceria com a DBO, o Polo Peroá, por um valor de US$ 55 milhões. O ativo ainda não foi incorporado aos números de produção da companhia.
Segundo a 3R, o novo acordo com a DBO pretende fortalecer a parceria entre as companhias, “reproduzindo os mútuos esforços” de aquisição de Peroá na disputa de outros ativos offshore colocados à venda pela Petrobras.
Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3)
A Lojas Americanas afirmou na sexta que pretende manter sua estratégia de abertura de lojas físicas, mesmo com a forte migração de compras para o comércio eletrônico, disseram executivos da companhia nesta sexta-feira. “A abertura de lojas faz parte da nossa estratégia”, disse o diretor-presidente da Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, durante teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre, frisando que, dentro do plano de longo prazo, a expectativa é de abrir cerca de 150 novas unidades em 2021.
A B2W, controlada pela Lojas Americanas, quer ampliar sua atuação no segmento de entrega de alimentos em 2021, após fazer parcerias no ano passado, o que inclui além de entrega de itens de supermercado, refeições de restaurantes, afirmaram executivos da empresa na sexta. “Fizemos as parcerias para entendermos esse mercado, mas pretendemos expandir daqui para frente”, afirmou o diretor de relações com investidores da B2W, Raoni Lapagesse, em teleconferência com analistas.
(Com Reuters e Agência Estado)
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