Ações da Kodak desabam quase 30% após investigações suspenderem empréstimo de US$ 765 milhões
agosto 10, 2020SÃO PAULO – Depois de ressurgir nas últimas semanas, as ações da Kodak desabaram quase 30% nesta segunda-feira (10) após informações de que o DFC, órgão dos Estados Unidos responsável por avaliar financiamentos de projetos privados no país, suspendeu o empréstimo de US$ 765 milhões anunciados pela companhia.
No fim de julho, o próprio FDC informou que iria emprestar o valor para a empresa, famosa pelos equipamentos de fotografia, para a criação de uma nova área, que iria produzir ingredientes químicos para a formulação de medicamentos de combato à Covid-19.
O problema surgiu na última sexta-feira, quando o The Wall Street Journal informou que a Kodak virou alvo da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) por conta da disparada das suas ações.
Os papéis fecharam hoje com perdas de 27,89%, cotado a US$ 10,73.
Apenas nos dias 28 e 29 de julho, o valor dos papéis da companhia foi multiplicado em 13 vezes, um salto que chegou a cerca de 2.700% em quatro dias. O rali, porém, teve início com uma alta de 25% um dia antes da assinatura oficial do contrato para a criação da Kodak Pharmaceuticals, o que gerou suspeitas de uma possível manipulação das informações.
De acordo com o site Business Insider, um dos pontos da investigação aponta que o o presidente da empresa, Jim Contienza, teria operado de forma duvidosa no mercado antes do anúncio.
Já a Kodak se defende dizendo que o Wall Street Journal, que também foi o primeiro a dar a notícia da criação da área farmacêutica da companhia, teria furado um embargo para publicar a informação.
A empresa já disse que nomeou um comitê especial para supervisionar e revisar internamente as atividades recentes e partes relacionadas com o anúncio. Enquanto todas as investigações acontecem, o empréstimo que fez a companhia ressurgir na Bolsa segue suspenso.
A Kodak entrou com pedido de falência em 2011, conseguindo se recuperar em 2013, mas nunca recuperou sua força. Atualmente, não existe nenhuma corretora ou banco que faça cobertura da companhia, ou seja, não existem análises ou preço-alvo para a ação.
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