Maternidade: 10 mitos e verdades sobre a amamentação

Maternidade: 10 mitos e verdades sobre a amamentação

agosto 26, 2020 Off Por JJ

Liz Duque, especialista em Saúde Materno Infantil (Foto: Arquivo pessoal)

Entre as fases mais esperadas por quem está gerando uma vida, a amamentação quase sempre chega acompanhada por dúvidas e pelo medo de não conseguir suprir as necessidades do bebê. Pensando nisso, a especialista em Saúde Materno Infantil, Liz Duque, esclarece 10 mitos e verdades que fazem parte da rotina de muitas mães.

Confira abaixo:

“Meu leite é fraco, o bebê continua com fome”

Mito. O leite materno é sim o principal alimento para o bebê nos dois primeiros anos de vida, complementando todas as necessidades energéticas e tudo aquilo que a criança necessita.

O que acontece é que, mesmo sendo um alimento que deve ser exclusivo nos primeiros meses de vida, o leite materno tem uma digeribilidade maior que as fórmulas artificiais, fazendo com que a digestão ocorra mais fácil e o bebê queira mamar novamente, causando a falsa ideia de que o leite é fraco.

Bebê que mama e continua chorando é sinal de fome

Nem sempre. O choro pode sim indicar situações de desconforto, mas também pode ser a simples vontade de ficar no colo da mãe.

Se o bebê, principalmente enquanto recém-nascido, faz xixi direito significa que ele está hidratado e isso pode ser observado numa troca mínima de seis fraldas por dia, já que o xixi é sempre um bom indicativo mesmo que seja em quantidade pequena. Outra dica é observar o ganho de peso dentro da curva específica de cada bebê, também como um indicativo de que está tudo bem.

Todo bebê deve sempre mamar de três em três horas 

Mito. A livre demanda deve acontecer sem olho no relógio.

Se o bebê está mamando bem a mãe não precisa se preocupar com a hora ou o tempo que a mamada vai durar, considerando que os volumes de produção materna tendem a ser diferentes de uma mulher para outra e estipular horários para mamar não deve ser uma regra.

Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe tem

Verdade. O corpo entende a demanda de leite que o bebê precisa de acordo com a sucção que ele mesmo faz, organizando toda a produção hormonal da mãe.

Depois dos seis meses o leite fica fraco 

Mito. Após os seis meses o leite continua sendo a fonte de tudo o que a criança necessita. Embora após essa faixa etária a criança precise de uma diversidade maior de alimentos e a introdução alimentar seja iniciada, até o primeiro ano de vida a recomendação é de que o leite seja priorizado como principal alimento, como um alimento tão rico quanto era nos primeiros meses.

Toda mulher que deseja amamentar deve preparar os seios ainda na gestação

Mito. A principal preparação é a informação. Optar por bons cursos, procurar referências positivas, se resguardar numa equipe que apoie e incentive a amamentação, fazer a consulta de pré-natal com pediatra e ter uma consultoria de amamentação são exemplos de atitudes que podem fazer a diferença ainda na gestação. Sobre a preparação dos seios, não ha evidência científica que aponte a efetividade na preparação do organismo.

A mulher que tem silicone tem dificuldades maiores para amamentar?

A prótese, em si, não causa problemas. O que pode interferir na amamentação é o tipo de técnica cirúrgica que foi utilizada, a exemplo de procedimentos mais antigos que acabam causando dificuldade para a saída do leite, em casos em que a mulher produz leite normalmente mas pode acontecer de ter dificuldades em sua ejeção.

Técnicas mais atuais não tendem a causar problema nenhum, mas o ideal é que a mulher converse com o seu mastologista para saber qual tipo de procedimento foi/será utilizado e se existe algum tipo de restrição nele.

É preciso amamentar sempre nos dois seios?

O bebê precisa mamar nos dois seios, mas não necessariamente na mesma mamada.

O ideal é que em cada mamada o bebê esvazie aquela mama, passando para a outra para continuar somente se não estiver satisfeito.

Toda mulher que amamenta deve manter uma dieta específica

Mito. Não existe nenhuma restrição para mulheres que amamentam, mas a partir do momento que ela vai identificando, com a ajuda do pediatra, que alguns alimentos causam cólicas ou até mesmo alergias nos bebês ela deve ir fazendo as restrições.

A sabedoria popular fala que alguns alimentos ajudam a aumentar a produção de leite, mas o correto é afirmar que uma dieta balanceada que garante todo um suporte energético para a mãe vai aumentar a produção de leite dela. Além disso, é preciso beber muito mais água que os 2 litros que geralmente são recomendados para uma pessoa que não amamenta.

Apresentar a mamadeira pode fazer o bebê largar o peito

Verdade. O Recomendado é que nos casos de complementação não seja utilizado nenhum outro bico, já que de fato eles podem atrapalhar a amamentação. Como a mama requer muito esforço físico por parte do bebê, é normal que eles prefiram os bicos artificiais pela facilidade que eles trazem, considerando que ele precisaria de meia hora para mamar no peito o mesmo volume que mamaria em cinco minutos numa mamadeira.

Estratégias como a colher dosadora para os bebês recém-nascidos e a alimentação pelo copinho a partir dos dois anos são opções para quem precisa fazer a complementação ou a ordenha.

por Juliana Melo