ONG diz que mulheres com câncer esperam por cirurgia há cinco meses

ONG diz que mulheres com câncer esperam por cirurgia há cinco meses

agosto 19, 2020 Off Por JJ

Segundo o HU, as internações e realizações de cirurgias foram reduzidas pelo risco da Covid-19 em todos os hospitais do mundo(Foto: HU-UFS)

A ONG Mulheres de Peito recorreu aos Ministérios Públicos Estadual e Federal para denunciar que algumas pacientes oncológicas estão há, no mínimo, cinco meses sem realizar cirurgia oncológica no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), em Aracaju. Segundo a entidade, algumas mulheres precisam se submeter com urgência a determinados procedimentos cirúrgicos.

“Temos cinco mulheres que integram a ONG que já nós procuraram falando sobre essa demora da cirurgia oncológica”, afirma Aelça Ribeiro, uma das coordenadoras da entidade. Ainda segundo ela, todas as pacientes já terminaram o tratamento quimioterápico, faltando apenas a realização da cirurgia. “Elas estão há no mínimo cinco meses esperando uma cirurgia. Mas temos casos de pacientes que estão na espera desde o fim do ano passado”, lamenta Aelça.

Ainda segundo a coordenadora da ONG, o HU alega que não tem habilitação para realizar determinados procedimentos oncológicos. “Isso é bastante estranho. Porque muitas mulheres da ONG já realizaram cirurgias desse tipo no HU e como agora isso não pode?!”, questiona. “As pacientes estão correndo risco de vida”, completa.

Na visão de Aelça, como o HU alega não poder realizar os procedimentos, seria importante destinar as pacientes para outros locais. “Se não dá mais para fazer no HU, por que não encaminhar as mulheres para o Hospital Cirurgia ou o Huse?”, indaga. “É um tema que precisa de urgência”, avalia.

HU

Em nota, o Hospital Universitário informa que ainda não tem habilitação para realizar cirurgias oncológicas, o que vem sendo amplamente discutido com órgãos como a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju. “Por se tratar de um hospital de ensino, limita-se, por enquanto, a realizar as cirurgias oncológicas que estão dentro da margem acadêmica”, destaca.

Ainda segundo o HU, as internações e realizações de cirurgias foram reduzidas pelo risco da Covid-19 em todos os hospitais do mundo. “No Brasil e em Sergipe não seria diferente. Dentro das novas normativas e quantitativos estabelecidos, a decisão e indicação das cirurgias no hospital continuam sendo dos médicos assistentes, os quais devem ser procurados para análise de cada caso e verificação de sua viabilidade ou não nesse momento”, destaca a unidade hospitalar.

por João Paulo Schneider e Ícaro Novaes