Escolas da cidade de São Paulo não vão reabrir em setembro, diz prefeito

Escolas da cidade de São Paulo não vão reabrir em setembro, diz prefeito

agosto 18, 2020 Off Por JJ

Escolha fechada devido ao coronavírus
(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

SÃO PAULO – Pesquisa feita a partir da testagem de alunos da rede municipal de ensino de São Paulo indicou que 16,1% das crianças e adolescentes entre 4 e 14 anos foram infectados pelo novo coronavírus e contraíram a doença. O percentual é maior do que entre a população geral da capital paulista que, segundo o estudo divulgado na semana passada, tem 10,9% de pessoas que já foram contaminadas pelo vírus.

A pesquisa divulgada hoje (18) pela prefeitura foi realizada a partir de exames para indicar a presença de anticorpos em 6 mil dos 676 mil estudantes da rede de ensino municipal. Os jovens foram divididos em três grupos por faixa de idade: de 4 a 5 anos; de 6 a 10 anos; de 11 a 14 anos. O percentual dos que tiveram contato com o vírus variou de 16,5%, entre os mais jovens, a 15,4%, para os mais velhos.

A pesquisa também mostrou que os alunos negros foram significativamente mais contaminados, com um percentual de 17,8% de crianças e adolescentes pretos e pardos que tiveram o vírus. Entre os estudantes brancos, o índice ficou em 13,7%.

Assintomáticos

Cerca de dois terços (64,4%) dos jovens que foram contaminados pelo coronavírus não desenvolveram os sintomas.

As famílias da maioria dos alunos informaram que aderiram completamente ao isolamento social (74,1%) e 24,1% disseram que cumpriram parcialmente as medidas para evitar o contágio com o vírus. Menos de 2% disse não ter seguido as recomendações.

O estudo mostra ainda que 25,9% dos jovens da rede municipal tem contato com pessoas com mais de 60 anos, grupo de risco para a covid-19.

Volta às aulas

Para o prefeito Bruno Covas, os resultados mostram que não é possível retornar às aulas em setembro, seja na rede pública, seja nas particulares. Segundo Covas, novas pesquisas serão feitas para avaliar a possibilidade da retomada do ensino presencial em outubro.

“O retorno das crianças às aulas seria temerário em um momento como esse, em que estamos controlando a doença na cidade de São Paulo. É muito mais complicado manter o distanciamento social dentro da sala de aula, dentro da escola, do que em bares restaurantes e outros estabelecimentos já autorizados ao retorno”, justificou.

Na avaliação de Covas, as dificuldades em manter o distanciamento dentro das escolas e o alto percentual de jovens que não desenvolvem os sintomas faz com que as crianças e adolescentes aumentem o risco de circulação do vírus. “Nesse momento, a volta às aulas representaria um grande vetor de disseminação e ampliação da doença na cidade”, enfatizou.

A prefeitura pretende fazer uma nova pesquisa envolvendo também os alunos de escolas particulares e da rede estadual na capital paulista.

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