Suzano tem prejuízo de R$ 2 bilhões no 2º trimestre, enquanto lucros de JBS, B3 e Hering avançam; veja mais balanços
agosto 13, 2020SÃO PAULO – Caminhando para sua reta final, a temporada de resultados do segundo trimestre passa por um dos dias mais agitados nesta quinta-feira (13).
Entre os principais números apresentados estão de algumas das maiores empresas da bolsa, como a JBS, Suzano e a própria B3.
Confira os principais balanços:
A JBS teve um lucro líquido de R$ 3,38 bilhões no segundo trimestre de 2020, alta de 54,8% na comparação com os R$ 2,18 bilhões registrados em igual período de 2019. A receita líquida, por sua vez, subiu 32,9% na mesma base de comparação, passando de R$ 50,84 bilhões para R$ 67,58 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado mais do que dobrou, passando de R$ 5,1 bilhões para R$ 10,49 bilhões, uma variação positiva de 105,9%, com destaque para JBS Brasil, JBS USA Beef e JBS USA Pork que registraram, respectivamente, crescimento de 222,8%, 208,7% e 153,7% no Ebitda em IFRS e reais.
A relação entre Ebitda e receita líquida (margem Ebitda) ajustada do trimestre foi de 15,5%, uma alta de 5,5 pontos percentuais na base de comparação anual.
“Em um cenário de inúmeros desafios, mantivemos nossas disponibilidades de caixa em níveis bastante confortáveis, a US$ 4,8 bilhões, e reduzimos nosso nível de alavancagem para 1,75 vez, a menor da história da JBS. Com a geração de caixa, anunciamos o pré pagamento de US$875 milhões em dívidas, o que reduzirá as despesas financeiras em US$ 53 milhões por ano”, destacou a companhia no release de resultados.
A operadora da bolsa brasileira B3 registrou lucro líquido de R$ 891,8 milhões no segundo trimestre, uma alta de 36,2% ante os R$ 654,6 milhões apresentados um ano antes.
Entre abril e junho, o Ebitda da companhia avançou 42%, passando de R$ 999,1 milhões para R$ 1,42 bilhão, com a margem Ebitda também avançando de 70,3% para 74,4%.
A receita líquida da B3 fechou o período em R$ 1,91 bilhão, uma alta de 34,3% ante os R$ 1,42 bilhão do segundo trimestre de 2019, ao passo que as despesas avançaram 7,9% no mesmo período, para R$ 733,4 milhões.
Além dos resultados, a operadora da bolsa também revisou sua projeção de investimentos de 2020 para um valor entre R$ 395 milhões e R$ 425 milhões, acima do cálculo anterior de R$ 300 milhões a R$ 330 milhões. A empresa citou como motivo para a mudança, entre outras coisas, o novo patamar de volumes do mercado, que levaram a aumento da capacidade dos sistemas e plataformas.
A companhia também afirmou que o aumento na projeção é consequência de projetos recentemente aprovados com o objetivo de adicionar produtos e serviços aos participantes do mercado.
Além disso, a B3 aumentou sua previsão para despesa atrelada ao faturamento, que subiu de algo entre R$ 145 milhões e R$ 165 milhões para a faixa entre R$ 170 milhões a R$ 200 milhões. A companhia citou que a mudança decorre de novos programas de incentivos nos mercados listado e de balcão, além da recuperação, mais rápida que inicialmente prevista, de financiamento de veículos.
A Suzano registrou um prejuízo líquido de R$ 2,05 bilhões no segundo trimestre de 2020, revertendo um lucro de R$ 700 milhões em igual período de 2019, mas abaixo da mediana esperada pelo consenso Bloomberg (estimativa de resultado negativo de R$ 3,16 bilhões).
Na comparação com o primeiro trimestre o prejuízo caiu 84% (no primeiro trimestre de 2020, o prejuízo tinha sido de R$ 13,149 bilhões). ” A variação em relação ao segundo trimestre de 2019 é explicada pelo resultado financeiro negativo, por sua vez decorrente da variação cambial sobre a dívida e pelo resultado de operações com derivativos, parcialmente compensado pelo aumento no resultado operacional.
Em relação ao primeiro trimestre, a redução de R$ 11 bilhões no prejuízo reflete principalmente a variação positiva no resultado financeiro (menor impacto de variação cambial sobre a dívida e derivativos), além da elevação do resultado operacional em 87%”, destaca a companhia.
A receita líquida, por sua vez, foi de cerca de R$ 8 bilhões, alta de 20% na base de comparação anual e acima da expectativa de R$ 7,26 bilhões do consenso Bloomberg. O Ebitda ajustado teve alta de 35%, indo de R$ 3,1 bilhões para R$ 4,18 bilhões, enquanto a margem Ebitda ajustada teve alta de 5 pontos percentuais, indo de 47% para 52%.
Segundo a companhia, as vendas de celulose se mostraram resilientes ao longo do segundo trimestre de 2020 diante dos desafios do cenário macroeconômico decorrentes da pandemia do Covid-19.
“A demanda por celulose foi beneficiada, em um primeiro momento, pelo crescimento da demanda de papéis sanitários (Tissue) e, ao fim do trimestre, sofreu impacto da desaceleração de consumo de papéis de imprimir & escrever e especialidades. Neste contexto, as vendas da Suzano totalizaram 2.778 mil toneladas, ligeiramente inferior (-3%) ao alto volume realizado no primeiro trimestre de 2020 e 25% superior ao segundo trimestre de 2019”, destacou a companhia no release de resultados.
Já as vendas de papéis no mercado interno e externo totalizaram 235 mil toneladas, uma redução de 12% na comparação trimestral e de 22% na comparação anual.
A Cyrela registrou lucro líquido de R$ 68 milhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 40,4% em relação aos R$ 114 milhões de ganhos no mesmo período de 2019, mas 142,8% a mais que os R$ 28 milhões de janeiro a março. No semestre, a construtora lucrou R$ 96 milhões, recuo de 41%.
A Cyrela não divulga Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A margem líquida ficou em 8,1% entre abril e junho, ante 12,2% um ano antes e de 3,7% no primeiro trimestre.
A receita líquida da Cyrela no segundo trimestre foi de R$ 839 milhões, queda de 10,4% na comparação anual. Em três meses, as receitas cresceram 9,7%.
O resultado financeiro da companhia ficou positivo em R$ 7 milhões entre abril e junho, uma piora de 63,6% na comparação anual. A dívida líquida da Cyrela fechou junho em R$ 905 milhões, avanço de 7,9% em três meses. O nível de alavancagem, medido pela relação dívida líquida/patrimônio líquido, passou de 16,1% para 17,1%, na mesma base de comparação. O indicador excluindo financiamento passou de 8,2% para 6,6%, em três meses.
A empresa de concessões CCR reverteu de lucro para prejuízo no segundo trimestre deste ano, refletindo a queda de tráfego de rodovias e aeroportos por contado isolamento social. Com isso, a empresa registrou prejuízo comparável de R$ 164,7 milhões entre abril a junho, contra lucro de R$ 329,5 milhões um ano antes.
O tráfego consolidado no trimestre das rodovias sob concessão da CCR, incluindo o Sistema Anhanguera/Bandeirantes e a Via Dutra, caiu 22,1% na comparação anual, enquanto na mobilidade urbana o declínio foi de 73,6%, atingindo 95% em aeroportos.
Já o Ebitda ajustado pela mesma base encerrou o período em R$ 819,4 milhões, queda de 39,7% ano a ano.
Cia. Hering (HGTX3)
A empresa de varejo de moda Cia. Hering teve uma forte alta de 212% em seu lucro líquido no segundo trimestre, que chegou a R$ 126,85 milhões, contra um ganho de R$ 40,68 milhões um ano antes.
Esta melhora expressiva se deu por conta do desempenho positivo de R$ 113,1 milhões no resultado financeiro, dez vezes maior que o apresentado no segundo trimestre do ano passado.
Já a receita da companhia, caiu 67%, para R$ 118,8 milhões, com um recuo de 69,4% nas vendas mesmas lojas. Enquanto isso, o Ebitda fechou o período em R$ 73,36 milhões, crescimento de 59% em um ano. Em termos ajustados, o Ebitda foi negativo em R$ 41,4 milhões.
Assim como outras varejistas, o destaque ficou para o desempenho das vendas online, que tiveram salto de 165% no período, para R$ 40 milhões.
(Com Agência Estado)
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