FIIs de shoppings oferecem melhor oportunidade no momento, mas logística lidera a preferência de gestores
agosto 11, 2020SÃO PAULO – Sob forte impacto das medidas de isolamento social, os fundos imobiliários de shopping centers são os que oferecem a melhor oportunidade do mercado neste momento, segundo 48% dos gestores, dada a forte correção de preços dos últimos meses. Apesar da constatação, o segmento preferido dos profissionais é o de galpões logísticos.
É o que mostra uma pesquisa realizada pela XP entre os dias 3 e 7 de agosto, com 31 gestores de fundos imobiliários.
De acordo com o levantamento, 77% dos entrevistados estimam que os FIIs de logística devem apresentar o maior crescimento de aluguéis no ano (em receita), devido ao avanço do e-commerce e pelo fato de o setor estar exposto ao varejo e à alimentação. Na pesquisa anterior, feita no início de julho, o percentual era de 65%.
O segmento de galpões é considerado um dos mais defensivos em meio à crise, por conta dos contratos atípicos de locação e também diante de um crescimento da demanda.
Matéria do InfoMoney mostrou que ele foi o segmento mais recomendado pelos analistas para investir em agosto, com dois nomes entre os cinco da carteira compilada. Confira a matéria completa aqui.
Com relação aos fundos de shopping centers, a parcela de gestores que veem grande oportunidade em termos de preço subiu de 40%, em julho, para 48%, este mês.
Mesmo baratos, contudo, os papéis do setor ainda devem enfrentar um caminho sinuoso pela frente. De acordo com a pesquisa, nenhum gestor espera que os shoppings liderem o crescimento dos preços de aluguéis no mercado em 2020.
Home office x escritórios
Com a adoção do modelo de trabalho remoto em meio às medidas de isolamento social no Brasil, gestores de fundos imobiliários estão ainda menos otimistas com o segmento de escritórios e têm levantado dúvidas sobre os impactos nas locações no médio e longo prazo.
Segundo a pesquisa da XP, a fatia de gestores que vê um maior crescimento dos aluguéis nos fundos de escritórios em 2020 caiu de 35%, em julho, para 23%, em agosto.
Houve queda ainda nas expectativas de retomada após a crise, com 19% estimando que o setor seja um dos primeiros a se recuperar, frente a um patamar de 30% no mês anterior.
Além disso, quando questionados sobre onde estão as maiores oportunidades hoje no mercado, 35% dizem encontrar boas opções em lajes corporativas, ante 40% em julho.
Perspectivas para o Ifix
Com queda da ordem de 14% no ano até esta segunda-feira (10), o Ifix, índice que acompanha os principais FIIs negociados na Bolsa, deve encerrar dezembro entre a estabilidade e a valorização, com alta prevista de 1% a 10% no ano, segundo 58% dos gestores consultados pela XP. No mês anterior, o percentual que previa essa variação era de 45%.
A fatia de especialistas do mercado que vê uma queda de até 10% no ano, por sua vez, teve leve alteração, de 25% para 23% este mês.
Assim como em julho, a avaliação da maioria dos entrevistados (61%) é de que os preços dos fundos estão justos. Outros 39% afirmam que alguns ainda estão baratos.
Entre os maiores riscos no horizonte, 55% citam uma desaceleração econômica e 19%, uma mudança na tributação de dividendos – assunto que ganhou destaque no último mês.
Segundo a XP a avaliação é de que uma mudança na tributação será um risco para a indústria de FIIs, gerando uma pressão inicial nas cotas.
Na sequência dos principais riscos no radar, aparece o aumento do desemprego no Brasil, com 13% das menções. Uma eventual alta na taxa básica de juros também é citada, mas por apenas 6% dos entrevistados.
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