Ibovespa fecha em alta seguindo EUA em meio a depoimento das techs e decisão do Fed; dólar avança a R$ 5,17

Ibovespa fecha em alta seguindo EUA em meio a depoimento das techs e decisão do Fed; dólar avança a R$ 5,17

julho 29, 2020 Off Por JJ

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (29) acompanhando o desempenho positivo das bolsas americanas, que foram puxadas pelas ações de empresas de alta tecnologia. Hoje foi dia de depoimento no Congresso americano dos presidentes das maiores companhias do setor como Apple, Amazon, Facebook e Microsoft para se defenderem de acusações de práticas anti-competitivas.

Entre os índices acionários dos EUA, o Nasdaq, que só acompanha as techs, foi o que mais subiu, registrando ganhos de 1,35% contra 0,61% do Dow Jones e 1,24% do S&P 500.

Hoje foi também dia de decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que manteve as taxas de juros dos Estados Unidos entre 0% e 0,25% ao ano. O Fomc reforçou também o compromisso de comprar títulos e dar prosseguimento aos programas de empréstimos e liquidez tomados para combater a crise do coronavírus.

No comunicado, o banco central dos EUA destaca que o crescimento econômico está melhor do que nos piores momentos da pandemia, mas ainda não voltou a patamares anteriores aos efeitos do isolamento social utilizado para evitar maior contágio da Covid-19.

O que também puxou diversas ações foi a temporada de resultados no Brasil, que levou ações do Santander (SANB11) e CSN (CSNA3) a fortes altas, ao passo que Minerva (BEEF3) foi a maior queda do índice apesar de reportar números superiores aos projetados pelos analistas. Leia mais sobre os destaques de ações aqui.

No Brasil, o governo tenta encontrar uma forma de financiar suas promessas e espera enviar no próximo mês para o Congresso Nacional a proposta de criação de um imposto, aos moldes da CPMF, para financiar a desoneração da folha de pagamentos e a atualização do Bolsa Família, que passaria a se chamar Renda Brasil.

O Ibovespa fechou hoje em alta de 1,44% a 105.605 pontos, bem perto da máxima do pregão atingida aos 105.703 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 27,885 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial teve leve alta de 0,28% a R$ 5,1715 na compra e a R$ 5,1723 na venda. Já o dólar futuro para agosto tem alta de 0,52% a R$ 5,177 no after-market da B3.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 fechou estável a 2,72%, o DI para janeiro de 2023 teve valorização de um ponto-base a 3,79% e o DI para janeiro de 2025 avançou quatro pontos-base a 5,39%.

Já o pacote trilionário de estímulos anunciado esta semana pelos Republicanos segue em impasse no Congresso americano.

Apesar das notícias sobre o avanço nos testes para uma vacina contra a Covid-19, o aumento dos casos de contaminação preocupa os investidores, que temem um abalo no ritmo de recuperação da economia global.

Radar corporativo

A empresa de meios de pagamento Cielo registrou no segundo trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões, ante lucro de R$ 428,5 milhões entre abril e junho de 2019.

A receita líquida da empresa, na comparação anual, caiu 12,5%, para R$ 2,4 bilhões. O Ebitda somou R$ 236 milhões, redução de 69,7% ano a ano.

O resultado decorre dos efeitos econômicos da pandemia da Covid-19, embora a empresa venha de trimestres consecutivos de queda do lucro devido ao aumento da concorrência. A empresa informou que vai ajustar a sua estrutura de custos e capital para enfrentar um cenário de forte queda dos resultados.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
NTCO3 6.73164 47.09
CSNA3 6.42276 13.09
CYRE3 4.36477 26.78
VALE3 3.99403 62.75
SANB11 3.94517 31.09

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
BEEF3 -5.02035 14
CIEL3 -3.51563 4.94
MRFG3 -3.01003 14.5
AZUL4 -2.97398 20.88
GOLL4 -2.72537 18.56

Já a CSN apresentou lucro líquido de R$ 446 milhões, ante prejuízo de R$ 1,3 bilhão em igual período de 2019. Os preços mais elevados do aço contribuíram para esse resultado.

A alavancagem da empresa, que é a relação entre dívida líquida e Ebitda, subiu para 5,17 vezes (no primeiro trimestre, era de 4,78 vezes). A companhia afirmou que vai reduzir a alavancagem para 3,75 vezes até o final do ano e a 3 vezes até o final de 2021, mas não detalhou como irá chegar a esse resultado.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
NTCO3 6.73164 47.09
CSNA3 6.42276 13.09
CYRE3 4.36477 26.78
VALE3 3.99403 62.75
SANB11 3.94517 31.09

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
BEEF3 -5.02035 14
CIEL3 -3.51563 4.94
MRFG3 -3.01003 14.5
AZUL4 -2.97398 20.88
GOLL4 -2.72537 18.56

E a Minerva registrou lucro líquido de R$ 253,4 milhões no segundo trimestre. Em igual período do ano passado, teve prejuízo de R$ 113,3 milhões.

O Ebitda atingiu R$ 590,2 milhões, crescimento de 2% no comparativo anual e margem Ebitda chegou a 13,4%.

No setor bancário, o Santander registrou um lucro líquido gerencial de R$ 2,136 bilhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 44,6% em relação ao primeiro trimestre.

A carteira de crédito ampliada do banco chegou a R$ 463,4 bilhões, alta de 0,7% na comparação com o primeiro trimestre. A inadimplência recuou 0,6 ponto percentual, para 3%.

Novos marcos

O plano para o novo mercado de gás deve ser votado nos próximos dias pela Câmara dos Deputados e ajudar a destravar investimentos na ordem de R$ 43 bilhões, segundo cálculo do governo divulgados pelo jornal “O Estado de São Paulo“.

O plano seria necessário para garantir o “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no início de sua gestão.

O plano prevê o acesso das empresas privadas à infraestrutura de escoamento e transporte de gás natural, entre outros itens.

O Palácio do Planalto também vai propor ao Congresso Nacional reduzir de 30 para 20 anos a renovação de contrato sem licitação na lei do saneamento, segundo reportagem do jornal “Folha de São Paulo“. O projeto de lei seria uma tentativa de evitar a derrubada de um dos vetos feitos por Jair Bolsonaro (sem partido) ao novo marco legal do setor.

O marco legal, como aprovado pelo Congresso, previa a renovação do contrato, sem licitação, por mais 30 anos, mas foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, junto com outros dez dispositivos.

Nova CPMF

O governo vai enviar em agosto uma proposta ao Congresso Nacional para a criação de um imposto digital que terá uma base de incidência maior que a antiga CPMF, segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo

Esse imposto, com alíquota de 0,2%, tem potencial de arrecadação de R$ 120 bilhões e viabilizaria a desoneração da folha de salários das empresas, financiar o programa social que vai substituir o Bolsa Família e aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda.

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