Auxílio emergencial bloqueado por fraude será liberado após comprovação, seguindo calendário, diz Caixa
julho 22, 2020SÃO PAULO – A partir desta quinta-feira (23), os trabalhadores que tiveram o auxílio emergencial bloqueado devido a fraudes devem seguir o calendário definido pela Caixa para comprovar sua identidade e liberar os valores. As orientações foram dadas na tarde desta terça-feira (22) pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
Os clientes nessa situação devem seguir o mesmo calendário do auxílio e somente ir à agência, com o documento original em mãos, a partir da data indicada no mês de aniversário. “Queremos evitar aglomerações nas filas. Não adianta liberar o cadastro, se o depósito do dinheiro será feito mais para frente”, disse o executivo.
Na terça-feira (21), Guimarães havia informado, em entrevista ao InfoMoney, que dos pouco mais de 65 milhões de brasileiros que já receberam o auxílio, 5% foram bloqueados pelo banco por fraude, ou cerca de 3 milhões de pessoas.
Na coletiva de imprensa desta quarta-feira, ele disse que a Caixa separou as contas bloqueadas em dois grupos: contas com fraude comprovada ou com suspeita; e um segundo grupo, com contas que não têm indícios de golpe, mas que apresentam “inconsistências cadastrais”, ou seja, algum tipo de contradição nas informações apresentadas.
“Precisamos combater a fraude no pagamento do auxilio. É algo muito grave e estamos investigando. Realizamos os bloqueios e 51% dessas contas são de trabalhadores que precisarão ir às agências para fazer o desbloqueio. Com o segundo grupo, que não apresenta indícios de fraude de maneira clara, mas tem inconsistências, o procedimento será digital”, explica.
No caso das pessoas que se enquadram no segundo grupo, será necessário enviar a documentação novamente para efetivar o cadastro, por meio do aplicativo Caixa TEM. Uma mensagem dentro do aplicativo indicará a necessidade de enviar os documentos que faltam por meio do WhatsApp.
“Fundamental frisar que isso [a mensagem pedindo documentação] só vale para o aplicativo do Caixa TEM. Nenhum outro app tem validade nesse processo. Relevante isso para evitar qualquer tipo de envio de documentação para qualquer pessoa que não seja efetivamente do banco”, diz.
O objetivo é agilizar a resolução desse problema, segundo Guimarães, que complementou dizendo que o banco possui o número exato de CPFs bloqueados por estado, mas que ainda não revelará os dados para evitar interferências na investigação dos casos em curso.
Confira as mensagens que os trabalhadores vão receber em cada caso dentro do app Caixa TEM:
Investigação
O Ministério da Cidadania informou em nota que enviou à Caixa 1.303.127 CPFs para bloqueio e investigação de possíveis fraudes. “Não é possível ainda afirmar que esses CPFs sejam considerados cancelados ou inelegíveis para receber o benefício. Qualquer indício de ilegalidade é imediatamente informado à Polícia Federal e os pagamentos são suspensos”, diz a nota.
Mas Guimarães explicou que há uma diferença entre as fraudes identificadas pela pasta da Cidadania e pela Caixa. “São dois tipos de fraudes. As que o ministério identifica são fraudes de cadastro e em relação a isso a Caixa apenas acata a decisão e não se envolve porque não temos acesso à essa base de dados. Esse tipo de fraude está fora da gestão da Caixa”, explica.
Ele reitera que a Caixa investiga fraudes operacionais, que envolvem a criação de contas que desviam o dinheiro da pessoa que teria direito a receber o valor.
Filas
Um dos problemas que marcou o processo de pagamento do auxílio emergencial foi o excesso de filas nas agências – que geraram aglomeração durante a pandemia. Ainda que isso tenha acontecido principalmente no início dos pagamentos, por causa da confusão gerada com os calendários, nesta semana há relatos de aumento das filas novamente.
“Houve filas e queremos minimizá-las. Elas são esporádicas e incomparáveis com o que aconteceu no início do pagamento. Importante lembrar que as pessoas devem ir às agências de acordo com o calendário do auxílio”, reiterou o presidente.