Prêmios pagos pelos títulos do Tesouro Direto recuam nesta segunda-feira

Prêmios pagos pelos títulos do Tesouro Direto recuam nesta segunda-feira

julho 20, 2020 Off Por JJ

Hands holding Brazilian real notes - Money from Brazil - Notes of Real - Brazil BRL banknote
(Sidney de Almeida/Getty Images)

SÃO PAULO – Com as atenções voltadas para a cena política doméstica, os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam queda na manhã desta segunda-feira (20).

O foco recai sobre a entrega, nesta semana, da primeira fase da Reforma Tributária elaborada pelo Ministério da Economia.

De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o texto tratará da criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, sendo resultado da unificação de impostos federais e estaduais. “Vamos começar com o IVA dual e acabar com o PIS/Cofins. Isso já está na Casa Civil”, afirmou o ministro, durante sua participação na Expert XP na quinta-feira.

No sábado, o presidente Jair Bolsonaro defendeu que o imposto sobre transações proposto pelo ministro da Economia não é igual à CPMF. “A proposta de Guedes visa desonerar a folha de pagamento”, disse Bolsonaro a apoiadores reunidos em frente ao Palácio da Alvorada.

Mercado hoje

No Tesouro Direto, entre os papéis indexados à inflação, o juro pago pelo título com vencimento em 2026 cedia de 2,32% para 2,25% ao ano, nesta manhã, enquanto o prêmio oferecido pelo mesmo papel com prazo em 2045 recuava de 3,67% para 3,58% ao ano.

Já entre os títulos com retorno prefixado, o papel com juros semestrais e vencimento em 2031 pagava uma taxa anual de 6,55%, frente os 6,56% oferecidos anteriormente. O papel prefixado 2023, por sua vez, pagava 4,08% a.a., a mesma taxa apresentada no pregão anterior.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta segunda-feira (20):

Fonte: Tesouro Direto

Menor contração do PIB em 2020

O mercado financeiro revisou, pela terceira semana consecutiva, a estimativa para a contração da atividade brasileira e agora vê uma queda menor, de 5,95%, para o PIB neste ano. É o que mostra o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (20).

Na semana anterior, a expectativa era de retração de 6,10% da atividade. Já para 2021, a estimativa é de expansão de 3,50% do PIB.

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No que tange à inflação, os economistas ouvidos pela autoridade monetária preveem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com alta de 1,72% e, o próximo, com alta de 3,00% – as mesmas estimativas apresentadas na semana anterior.

Em relação à Selic, a expectativa dos agentes continua a mesma do último relatório, de que a taxa básica de juros terá um corte residual de 0,25 ponto percentual, em agosto, encerrando dezembro em 2,00% a.a., e subindo para 3,00% ao ano em 2021.

Cena externa

No ambiente internacional, os investidores estão atentos hoje à cúpula da União Europeia e ao pacote de recuperação da região por conta dos impactos da pandemia. Na reunião em Bruxelas, os líderes dos 27 países do bloco discutem o modelo para o pacote de ajuda de 750 bilhões de euros. Esse é o quarto dia de negociações.

Enquanto isso, pesam sobre os mercados, neste início de semana de agenda esvaziada de indicadores, as preocupações com o aumento das infecções pela Covid-19, principalmente nos Estados Unidos e na Ásia. A intensificação desses casos levanta o temor de que os governos possam impor restrições de circulação mais rígidas, tornando ainda mais lenta a recuperação da economia.

“Nosso cenário base permanece para uma recuperação econômica contínua, mas os dados mais recentes indicam uma recuperação mais lenta e instável”, disse, à Bloomberg, Shane Oliver, chefe de estratégia de investimentos da AMP Capital Investors.

Oliver afirma que além da possibilidade de novos bloqueios, as eleições americanas, em novembro, também são um fator de risco.

Em um ambiente de maior aversão ao risco, o Citi avalia ser “questão de tempo” para que a cotação do ouro ultrapasse a máxima histórica alcançada em 2011.

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