Ibovespa opera entre perdas e ganhos com as atenções voltadas à Europa; dólar opera estável

Ibovespa opera entre perdas e ganhos com as atenções voltadas à Europa; dólar opera estável

julho 20, 2020 Off Por JJ

SÃO PAULO – O Ibovespa opera em leve baixa nesta segunda-feira (20) depois de subir 2,9% na semana passada. Vale destacar que esta sessão marca o vencimento de opções sobre ações, o que deve adicionar volatilidade ao índice.

No radar, os investidores estão atentos à cúpula da União Europeia e ao pacote de recuperação da região. Na reunião em Bruxelas, os líderes dos 27 países do bloco discutem o modelo para o pacote de ajuda de 750 bilhões de euros. Esse é o quarto dia de negociações.

No Brasil, a atenção está voltada para a entrega nesta semana da primeira fase da reforma tributária elaborada pelo Ministério da Economia, que deve contemplar a unificação do PIS e Cofins.

Às 10h13 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha leve alta de 0,13% a 103.022 pontos.

Já o dólar futuro para agosto tem queda de 0,22% a R$ 5,377. Enquanto isso, o dólar comercial, por sua vez, tem leve variação negativa de 0,01% a R$ 5,382 na venda.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 2,94%, o DI para janeiro de 2023 recua três pontos-base a 4,00% e o DI para janeiro de 2025 registra perdas de um ponto-base a 5,48%.

Entre os indicadores nacionais, o Relatório Focus do Banco Central mostrou que os economistas do mercado financeiro aumentaram levemente suas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. De uma recessão de 6,1% projetada na semana passada, a estimativa mediana foi para uma queda de 5,95% esta semana. Para 2021 a projeção foi mantida em 3,5% de crescimento.

Já em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a projeção mediana se manteve em 1,72% para 2020 e em 3% para 2021.

A expectativa para a taxa de câmbio continuou em R$ 5,20 para 2020 e em R$ 5,00 para 2021.

Por fim, as projeções para a taxa básica de juros Selic não se alteraram para 2020 e seguem em 2,00% ao ano e também continuam em 3,00% ao ano para 2021.

Também pesam sobre o humor dos investidores as preocupações com o aumento das infecções pela Covid-19, principalmente nos Estados Unidos e Ásia. A intensificação desses casos levanta o temor de que os governos possam impor restrições de circulação mais rígidas, tornando ainda mais lenta a recuperação da economia.

“Nosso cenário base permanece para uma recuperação econômica contínua, mas os dados mais recentes indicam uma recuperação mais lenta e instável”, disse, à Bloomberg, Shane Oliver, chefe de estratégia de investimentos da AMP Capital Investors.

Oliver afirma que além da possibilidade de novos bloqueios, as eleições americanas, em novembro, também são um fator de risco. A temporada de balanços segue nos EUA na semana, com Microsoft entre os destaques.

No mercado de commodities, o petróleo estende as perdas, com o WTI mantendo-se na faixa de US$ 40 o barril. O minério tem leve queda na bolsa de Dalian, na China. Vale destacar a projeção do Citi, de que o minério de ferro afundará para US$ 80 no 4º trimestre com recuperação de estoques.

Reforma tributária

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e líderes partidários apoiam a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, em unificar a cobrança da PIS e Cofins, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“. No entanto, defendem uma discussão mais ampla para a reforma tributária.

A unificação faz parte do que seria a primeira fase da proposta de reforma tributária do governo federal, que Guedes prometeu entregar até terça-feira.

A ideia de líderes partidários é que o texto da equipe econômica seja acoplado a uma proposta mais abrangente. Atualmente, há duas PECs (propostas de emenda à Constituição) que envolvem simplificação de tributos no Congresso: a 45, na Câmara, e a 110, no Senado.

Guedes também planeja, em uma das etapas da reforma tributária, criar um imposto sobre transações digitais, aos moldes da antiga CPMF. No final de semana, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que esse novo tributo não é a CPMF, mas se esquivou de responder se é favorável à proposta.

Fundeb

A Câmara dos Deputados dá início nessa semana à votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), mas o governo federal tenta alterar a proposta em discussão desde 2016.

Segundo o jornal “O Estado de São Paulo“, o governo tenta limitar o suo dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para o pagamento de salários de professores e quer que parte dos recursos do Fundeb seja destinado ao novo programa Renda Brasil.

As modificações foram propostas às vésperas da votação e incluem ainda o início da vigência das novas regras para 2022. Especialistas em educação afirmam que isso criaria um vácuo de recursos para o próximo ano, já que o fundo atual tem vigência apenas até o final de 2020.

Panorama corporativo

As operadoras TIM, Vivo e Claro apresentaram no final de semana uma proposta conjunta pela unidade móvel da operadora Oi. Segundo os comunicados entregues à CVM, as empresas pediram à Oi o direito de cobrir potenciais propostas que a empresa brasileira possa ter recebido pelos ativos.

O preço mínimo estabelecido pela Oi para os ativos de telefonia móvel é de R$ 15 bilhões e, segundo a empresa, foi feita mais de uma proposta por essa unidade. No entanto, não foi revelada a identidade dos candidatos, os valores ou o número de propostas.

Além do valor do negócio, a Oi deverá levar em conta uma proposta que garanta a aprovação do negócio mais rápida pelos órgãos reguladores.

Já a estatal de energia Eletrobras informou que o conselho de administração da empresa aprovou a concessão de adiantamento para futuro aumento de capital (Afac) da subsidiária Eletronuclear. Essa é uma das etapas para retomar as obras na usina nuclear de Angra 3.

A elétrica disse em comunicado ao mercado, divulgado na sexta-feira à noite, que a operação com sua subsidiária de geração nuclear envolverá R$ 1,052 bilhão em 2020 e R$ 2,447 bilhões em 2021.

E as empresas de proteína tenta evitar boicote a seus produtos. Uma das primeiras a se movimentar é a Marfrig. A empresa deverá adotar a rastreabilidade de gado, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.

A empresa marcou para esta quinta-feira o lançamento de um compromisso com o desmatamento zero e a rastreabilidade.  A intenção, segundo a reportagem, é comprovar que a origem da proteína servida nas mesas da Europa e das maiores economias não saiu de área desmatada. Com isso, evita-se entrave à exportação.

Também no radar, a Vale deve apresentar recuperação em sua produção e lucratividade no segundo trimestre, em meio ao fortalecimento dos preços do minério de ferro no período. A estimativa média de cinco analistas consultados pela Bloomberg é de uma produção de 69 milhões de toneladas de abril a junho. A mineradora divulga relatório de produção após o fechamento dos mercados.