Ibovespa sobe 2,9% na semana e encosta nos 103 mil pontos com reforma em foco; dólar vai a R$ 5,38
julho 17, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa se descolou das bolsas americanas e subiu 2% nesta sexta-feira (17), encerrando a semana com ganhos de 2,86% e renovando sua máxima desde 4 de março, quando fechou a 107.224 pontos.
Animou os investidores locais as recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principalmente sobre a Reforma Tributária.
Ontem, Guedes disse na Expert XP 2020 que irá entregar a primeira parte da Reforma Tributária na terça-feira (21) no Senado. O texto tratará da criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, sendo resultado da unificação de impostos federais e estaduais. “Vamos começar com o IVA dual e acabar com o PIS/Cofins. Isso já está na Casa Civil”, afirmou Guedes.
Contudo, sobre a criação de uma nova CPMF o ministro se defendeu, declarando se tratar de uma tributação de base mais ampla no comércio eletrônico, mas não “o mesmo imposto mudando de nome”. Pelo Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escreveu que não há espaço para discutir uma nova CPMF.
“Nossa carga tributária é alta demais, e a sociedade não admite novos impostos”, destacou Maia, que também afirmou querer aprovar uma Reforma Tributária em parceria com o Senado e com a participação do governo federal.
Com isso, o Ibovespa fechou esta sexta com alta de 2,32% a 102.888 pontos e volume financeiro de R$ 29,369 bilhões.
O dólar comercial, por sua vez, teve valorização de 1,02%, a R$ 5,3816 na compra e R$ 5,3824 na venda. Já o dólar futuro para agosto sobe 1,00% a R$ 5,385 no after market.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu cinco pontos-base a 2,94%, o DI para janeiro de 2023 perdeu sete pontos-base a 4,02% e o DI para janeiro de 2025 recuou sete pontos-base a 5,49%.
No radar externo, os investidores aguardam a reunião das lideranças europeias em Bruxelas para tentar chegar a um acordo sobre um fundo de 750 bilhões de euros de recuperação para a região.
Nos Estados Unidos segue a preocupação com o avanço das infecções pela Covid-19. Na quinta-feira, o país registrou mais de 77 mil novos casos, um novo recorde, chegando a 3,6 milhões de casos até o momento. No mundo, os casos do novo coronavírus já confirmados totalizam 13,9 milhões, com quase 600 mil mortes.
Panorama político
Na esfera política, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, foi transferido para a reserva do Exército. O movimento se deu após a crise iniciada pelas críticas de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas Forças Armadas, a permanência do general na ativa já era vista com incômodo por estabelecer uma relação direta entre a instituição e o governo. Por essa razão, a ida de Ramos para a reserva acabou sendo antecipada.
Já fora do governo, o jornal Folha de S.Paulo, mostra que o policial militar aposentado Fabrício Queiroz depositou R$ 25 mil em dinheiro vivo na conta da mulher do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem era assessor, uma semana antes de o casal quitar a primeira parcela na compra de um imóvel em construção no Rio.
Queiroz é suspeito de ser o operador do esquema de “rachadinhas” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Dados da quebra de sigilo bancário obtidos pelo Ministério Público do Rio indicam que o depósito, junto com outras movimentações financeiras na conta da dentista Fernanda Bolsonaro, foi feito para dar cobertura ao pagamento da entrada no imóvel.
Panorama corporativo
O Conselho de Administração da Profarma confirmou a realização da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da sua controlada d1000 Varejo.
Mesmo com a oferta, a Profarma continuará com o controle da empresa (participação superior a 50%).
A CSN anunciou na noite de quinta-feira um novo acordo de pré-pagamento sobre fornecimento de minério de ferro à trading Glencore, no valor de US$ 115 milhões. Os recursos vão ser utilizados para a redução de endividamento.
O acordo envolve fornecimento de 4 milhões de toneladas de minério de ferro em até 5 anos. Segundo a CSN, os valores previstos no acordo podem ser ampliados futuramente, dependendo do interesse das partes.
O novo contrato ocorre um ano depois que a CSN assinou acordo com a Glencore envolvendo fornecimento de aproximadamente 10 milhões de toneladas de minério de ferro em cinco anos por um valor de US$ 250 milhões.
Maiores altas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
ELET3 | 14.69007 | 40.52 |
ELET6 | 12.52398 | 41.06 |
CIEL3 | 10.16598 | 5.31 |
MRFG3 | 9.15179 | 14.67 |
WEGE3 | 7.13107 | 58.44 |
Maiores baixas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
CVCB3 | -1.8018 | 21.8 |
GOLL4 | -1.23633 | 20.77 |
AZUL4 | -0.95238 | 21.84 |
MRVE3 | -0.19324 | 20.66 |
Já a Eztec, em sua prévia operacional, divulgou vendas de R$ 123 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 67% na comparação com igual trimestre do ano passado.
Já a Tenda, que atua no segmento do “Minha Casa, Minha Vida”, reigistrou vendas de R$ 576,4 milhões, alta de 20,1%.
(Com Agência Estado e Bloomberg)
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