Varejo brasileiro perde 21% de faturamento em março, com maior baque de até 80% em serviços
abril 2, 2020SÃO PAULO – O varejo brasileiro sofreu um baque de 21% em queda de faturamento no mês de março na comparação com fevereiro, um reflexo da escalada do novo coronavírus no país. Ano a ano, a queda é ainda maior, de 22,6%. Os números são de um estudo da companhia de pagamentos Cielo com dados acumulados até a última quarta-feira (1).
As comparações mensais mostraram que a maior diferença foi vista na quarta semana de março, quando medidas de quarentena já estavam em vigor em boa parte do país, com estabelecimentos comerciais de portas fechadas em praças como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
No total, a diferença de faturamento entre a quarta semana de março e período equivalente em fevereiro foi de 52,3%, número que foi levemente amenizado na semana atual (a partir do dia 29 de março até 1º de abril), para 45,1% de queda no atual. O estudo compara os mesmos dias da semana para realizar a equivalência.
Setorialmente, o grupo de bens não duráveis foi o único que apresentou faturamento maior em março, graças a uma alta nas vendas nas três primeiras semanas do mês. Vale lembrar que, na semana de 15 de março, os supermercados acusaram aumento na frequência de clientes e começaram a ter falta de certos produtos nas prateleiras. Já na semana passada, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) acusou um retorno do ritmo normal de compras, mas disse esperar uma nova corrida por produtos em breve, para reabastecimento dos lares.
O setor de serviços, que inclui Turismo, Transporte, Bares, Restaurantes, Serviços Automotivos, Autopeças, entre outros, muitos dos quais quase totalmente paralisados, teve a maior queda, em 45,9% no período, chegando ao limite de 80,4% na quarta semana. A malha aérea atual do Brasil é 91% menor que o originalmente previsto, de acordo com a Anac.
No panorama anual, ou seja, comparando março de 2019 e março de 2020, o padrão se repete: o setor de bens não duráveis apresentou melhora de 13,9%, enquanto a maior queda ficou com serviços (54%). A pesquisa excluiu o Carnaval em ambos os anos.
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