“O que é confortável, raramente é rentável”; Equitas explica as mudanças na carteira do fundo

“O que é confortável, raramente é rentável”; Equitas explica as mudanças na carteira do fundo

julho 16, 2020 Off Por JJ

Equitas Selection Advisory
Luis Felipe do Amaral, gestor da Equitas, no evento do InfoMoney (Crédito: Flavio Santana/Biofoto)

O Coffee & Stocks de hoje conversou com Luis Felipe Amaral, fundador da Equitas e gestor do premiado fundo de ações Equitas Selection (ele foi um dos três melhores fundos de ações do Brasil entre 2017 e 2019, segundo Ranking InfoMoney) mas que, como quase todos os fundos de ações do Brasil, não passou imune da coronacrise – até o momento, o Equitas Selection tem perdas de 22% em 2020.

Ao longo da crise, ele fez alguns movimentos na carteira do fundo, e um destes movimentos foi a inclusão de duas ações que passaram por dificuldades e estão tentando iniciar uma reviravolta operacional: CVC e Via Varejo. “O que é confortável, raramente é rentável”, disse o gestor, após explicar a inclusão delas.

Via Varejo entrou no fundo como uma das maiores posições após o forte desempenho da varejista durante a pandemia, enquanto a CVC ainda tem uma participação pequena (2,5%) dentro da carteira. Apesar de pequena, a compra de CVC chama atenção pelo fato de não ter sido a primeira vez que a Equitas monta posição na empresa.

“Nós carregávamos posição desde 2016 e saímos completamente no início de 2019. Quando entramos era uma ação que negociava a 13 vezes o lucro projetado e quando saímos já estava 26 vezes o lucro. […] mais recentemente, a empresa vem passando por uma tempestade perfeita e teve até uma troca de gestão. O Leonel de Andrade [atual CEO] é um craque. Acompanho o trabalho dele há algum tempo e acredito que escolheram a pessoa correta para o que a empresa precisa […] é uma história que pode dar bastante alegria no médio/longo prazo”, contou Amaral.

Boom de cotistas
Apesar da queda do Equitas Selection no ano, o fundo foi disparado o que mais ganhou cotistas no ano: teve entrada líquida de 29,2 mil novos cotistas no 1º semestre. “O fundo vinha ganhando cotistas desde a entrada nas plataformas em 2018 e já nos comunicávamos bastante com eles, explicando as nossas características para justamente estabilizar o nosso passivo […] hoje, o brasileiro não tem outra alternativa a não ser tomar mais risco. Com os juros nos patamares que estão, os investidores acabam ficando sem alternativa”, disse o gestor.

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Quando perguntado sobre os motivos do desempenho e os aprendizados tirados no ano, o gestor respondeu: “demoramos para internalizar o tamanho do problema; nós subestimamos o potencial do que acabou acontecendo […] Essa crise parece que veio com o nosso número. Tínhamos posição em Petrobras, Intermédica, Azul, Localiza, Iguatemi e Renner, empresas que foram atingidas em cheio dada a crise de mobilidade”.

Das empresas da carteira, Petrobras saiu do fundo, enquanto Intermédica, Equatorial e Sabesp foram aumentadas. No final da Live, ele ainda deu um recado para todos os atuais cotistas da Equitas: “Crises como essa são imprevisíveis, mas vão acontecer de novo […] de tempos em tempos vai haver algum movimento forte e precisamos estar preparados para isso. Não coloque em ações, o dinheiro que vai precisar no curto prazo.”

Confira tudo o que foi conversado no Coffee & Stocks de hoje clicando na imagem abaixo.

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