Taxas de títulos do Tesouro Direto sobem após dados do varejo acima do esperado em maio
julho 8, 2020
SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto têm alta na manhã desta terça-feira (8), com o aumento de aversão ao risco no exterior e após dados do varejo acima do esperado no Brasil.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo subiram 13,9% em maio na comparação com abril – economistas consultados pela Bloomberg esperavam crescimento de 5,9% -, a maior alta da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2000.
Em abril, o indicador registrou queda de 16,8%, refletindo os impactados da pandemia. No acumulado do ano, o desempenho do varejo também é negativo, em 3,9%.
“O aumento [de maio] representa uma recuperação dos meses anteriores, com níveis recordes no campo negativo, tanto no comércio varejista, quanto no comércio varejista ampliado. Porém, essa recuperação não foi suficiente para inverter o sinal nos demais indicadores, como na comparação interanual, que registrava queda de 17,1% em abril, passando a queda de 7,2% em maio”, destaca o IBGE.
Mercado hoje
No início dos negócios desta quarta-feira, o dólar operava próximo da estabilidade frente ao real, cotado a R$ 5,39, por volta das 10h.
No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava uma taxa de 2,49% ao ano, ante 2,46% a.a. na tarde de terça-feira (7). O papel com juros semestrais e prazo em 2030, por sua vez, oferecia uma taxa anual de 3,06%, frente aos 3,04% a.a. pagos anteriormente.
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Entre os papéis com retorno prefixado, o título com vencimento em 2023 pagava 4,14% ao ano, ante 4,08% a.a. no último pregão, enquanto o prêmio pago pelo mesmo papel com juros semestrais e vencimento em 2031 subia de 6,68% para 6,75% ao ano.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (8):
Cena externa
No ambiente internacional, a atenção recai sobre o avanço do número de casos de coronavírus ao redor do mundo, com mais uma sessão de queda das bolsas globais.
Nos Estados Unidos, que já registra cerca de 3 milhões de infectados pela Covid-19, estados como a Flórida já enfrentam escassez de leitos de UTI, enquanto outros estados têm aumento dos casos em meio à reabertura do país.
Robert Shiller, economista e ganhador do Nobel, mostrou preocupação com possíveis efeitos duradouros da pandemia na economia. “Podemos ter novos fechamentos. Isso pode causar uma resposta psicológica pior nessa segunda vez”, disse em entrevista à CNBC, se referindo a uma segunda onda de contágio.
Já a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou ontem, segundo a Reuters, que muitos países estão tomando novos empréstimos e talvez precisem reestruturar suas dívidas.
Além da pandemia da Covid-19, volta a causar preocupação as novas tensões entre Estados Unidos e China. A repressão do governo chinês à oposição em Hong Kong e as restrições da emissão de vistos para autoridades de ambos os lados estão entre as tensões da vez.
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