As ações mais recomendadas pelos analistas para comprar em julho

As ações mais recomendadas pelos analistas para comprar em julho

julho 2, 2020 Off Por JJ

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(dima_sidelnikov/Getty Images)

SÃO PAULO – Em ritmo de recuperação dos mercados, com o Ibovespa encerrando o último mês com alta de 8,8%, aos 95 mil pontos, analistas começam julho na busca por assimetrias, mas ainda cautelosos, de olho nos balanços do segundo trimestre e em uma segunda onda de contaminações pela Covid-19.

Desta forma, a preferência continua a ser por grandes nomes, que possam se sair relativamente melhores da crise, como empresas expostas à variação cambial e fortes geradoras de fluxo de caixa, com balanços sólidos.

Levantamento feito pelo InfoMoney com as recomendações de corretoras mostra que, assim como em junho, as blue chips Vale e Petrobras seguiram entre as ações preferidas. O mesmo aconteceu com a JBS e a Bolsa brasileira, B3.

A única mudança do mês ficou por conta da saída de Lojas Renner e da entrada de Banco do Brasil, em meio a um portfólio do banco mais defensivo nas linhas de crédito, com exposição a segmentos como o do agronegócio e do consignado.

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A carteira de ações compilada pelo InfoMoney é divulgada no início de cada mês e conta com os cinco nomes mais recomendados pelas 12 casas de análise consultadas. O número de indicações pode ser maior, quando há empate.

Confira a seguir as ações mais recomendadas para julho, o número de indicações e seu desempenho no ano:

Empresa Ticker Número de recomendações* Retorno no 1º semestre**
Vale VALE3 9 +4,92%
Petrobras PETR4 7 -28,60%
B3 B3SA3 6 +31,40%
Banco do Brasil BBAS3 5 -38,28%
JBS JBSS3 5 -16,13%
Ibovespa -17,8%
*Indicações compiladas das carteiras de ações de Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Necton, Rico, Santander Corretora, Socopa e XP Investimentos.
**Fonte: Economatica

Assim como no mês anterior, a mineradora Vale é a companhia mais recomendada pelos analistas para investir em julho, com nove menções.

Com desempenho positivo de 4,9% no primeiro semestre, VALE3 é novidade na carteira da Ágora, que vê os papéis com um desconto de 25% a 30% em relação aos pares australianos.

A avaliação é de que a produção robusta de aço chinesa, baixos estoques de portos de minério de ferro na China e temores de interrupções de parcela do fornecimento no Brasil devem continuar a apoiar os preços da commodity em níveis “saudáveis”.

“Esperamos que as ações da Vale sejam reavaliadas, impulsionadas pelos menores riscos após Brumadinho e com espaço para dividendos consideráveis em 2020/21”, escrevem os analistas da Ágora, em relatório.

Além de preços mais elevados do minério de ferro, a Santander Corretora considera que a demanda pela commodity de alta qualidade possa reavivar no curto prazo, em decorrência de eventuais medidas de estímulos econômicos adotados na China, como a priorização de obras de infraestrutura.

Petrobras (PETR4)

Com sete menções, as ações preferenciais da Petrobras também estão entre as mais recomendadas para julho.

O papel, que saiu da carteira do BTG Pactual em abril, voltou a compor a seleção de ativos recomendados pela casa neste mês. Segundo os analistas, com uma maior estabilidade do preço do petróleo, a ação pode ser impulsionada por sua própria agenda de produção do pré-sal de baixo custo, desalavancagem e alocação otimizada de capital.

A opinião é compartilhada pela Elite Investimentos, que espera ainda que, assim como aconteceu no primeiro trimestre, a redução no custo de extração e a boa geração de caixa impulsionem os resultados da companhia.

Em um ambiente de Selic na mínima histórica, com investidores aceitando cada vez mais risco de forma a aumentar a rentabilidade de seus portfólios, a B3 registrou em maio 2,6 milhões de investidores, um aumento de 58,2% na comparação com o mesmo período de 2019.

O resultado, de acordo com a XP, que incluiu os papéis da Bolsa brasileira em sua carteira recomendada, faz com que a companhia seja um bom veículo para aproveitar a entrada consistente de pessoas físicas no mercado de renda variável, que tem mantido, segundo os analistas, um aumento de volume acima do esperado.

No primeiro semestre, as ações da B3 tiveram alta de 31,4%, ante queda de 17,8% do Ibovespa.

O maior apetite dos investidores faz com que muitas ofertas interrompidas por conta da pandemia voltem ao radar e possam ser realizadas neste semestre, diz a Elite Investimentos.

“Seguimos otimistas com a companhia no longo prazo e, mesmo negociando com múltiplos elevados, seus fundamentos continuam demonstrando um horizonte positivo”, escreve o time de análise.

Banco do Brasil (BBAS3)

Novidade na seleção compilada pelo InfoMoney, Banco do Brasil recebeu cinco recomendações para julho.

Em relatório, a Ativa Investimentos, que incluiu o papel em sua carteira deste mês, diz ver um desconto demasiado no setor bancário com destaque para o BBAS3, que possui uma carteira de crédito conservadora ante os pares, dada sua elevada participação em crédito rural.

Já a XP reitera sua recomendação de compra com base no valuation descontado, bem como no fato de que o banco deve se beneficiar em 2020 por fatores não dependentes da economia, como a redução de provisões operacionais e pelo custo de captação mais barato via depósitos judiciais.

“Acreditamos que o banco possua liquidez e esteja solvente, o que é especialmente importante no atual momento”, escrevem os analistas.

Empatada com Banco do Brasil, JBS recebeu cinco recomendações para este mês.

Na avaliação do BTG Pactual, a recente depreciação do real e o forte momento na maioria das divisões da companhia devem permitir à JBS manter os resultados operacionais crescendo em 2020.

“Em um mundo com escassez de carne após o surto da peste suína africana, e com a demanda de proteínas demonstrando ser altamente inelástica ao preço e bastante resistente, acreditamos que a JBS oferece uma proposta convincente para investidores que não têm visibilidade de receita e lucro em outros lugares”, escrevem os analistas.

Já a Ativa Investimentos destaca a forte geração de caixa da companhia, alinhada à desalavancagem financeira e a melhorias no perfil da dívida. A diversificação geográfica e o portfólio ampliado de empresas também justificam a recomendação.

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