Ibovespa Futuro zera perdas entre alertas sobre a Covid-19 nos EUA e dados econômicos

Ibovespa Futuro zera perdas entre alertas sobre a Covid-19 nos EUA e dados econômicos

julho 1, 2020 Off Por JJ

Mercado – ações (Foto: Getty Images)

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quarta-feira (1) seguindo o desempenho dos futuros dos índices americanos, que recuam após as bolsas do país consolidarem seu melhor trimestre em décadas. A correção vem na esteira das preocupações com a segunda onda do coronavírus. Ontem, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse que os EUA podem chegar a 100 mil casos diários em pouco tempo.

Entre os indicadores, os EUA criaram 2,369 milhões de vagas de trabalho em junho no setor privado, mostrou o Relatório de Emprego ADP. O dado veio abaixo da expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para a geração de 2,9 milhões de postos de trabalho no período.

Já na Europa, foram divulgados os dados sobre desemprego na Alemanha, mostrando que 69 mil pessoas perderam o emprego em junho, pouco acima da metade da previsão de 120 mil vagas. Já o PMI do setor industrial apresentou um desempenho acima do esperado.

Às 09h24 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto tinha leve alta de 0,13% a 95.135 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,35% a R$ 5,4568 na compra e a R$ 5,4588 na venda. Já o dólar futuro para agosto opera em leve baixa de 0,21% a R$ 5,451.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem alta de um ponto-base a 2,92%, o DI para janeiro de 2023 cai um ponto-base a 4,02% e o DI para janeiro de 2025 recua dois pontos-base a 5,66%

No cenário político brasileiro, a principal notícia é a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de reabrir as investigações de uma ação eleitoral que avalia abuso de poder durante a eleição de 2018.

Eleições de 2018

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na terça-feira à noite, pela reabertura das investigações que envolvem a invasão de um grupo nas redes sociais que reunia mais de 2,7 milhões contra a candidatura do atual presidente.

Pela decisão da corte (placar de 4 a 3), será possível fazer a coleta de novas provas em ação eleitoral que pode levar o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão à cassação por crimes eleitorais.

Em outra votação, dessa vez no Senado, foi aprovado o projeto de lei sobre as fake news. O governo orientou seus aliados pelo voto contrário. A proposta segue para a Câmara dos Deputados.

Auxílio emergencial

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o auxílio emergencial de R$ 600 será estendido por dois meses. No entanto, explicou que os pagamentos poderiam ocorrer de forma parcelada.

Dessa forma, os pagamentos poderiam se estender por um prazo maior, mas com valores menores.

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, os próximos pagamentos devem ocorrer nos meses de julho e agosto.

Panorama corporativo

A Via Varejo, dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio, anunciou na terça-feira à noite que conseguiu alongar R$ 4 bilhões de suas dívidas que venceriam em média nos próximos 60 dias. Com a readequação, o prazo médio subiu para 1,3 ano.

Essa renegociação foi dividida em duas partes. Na primeira, a varejista vai utilizar R$ 1,5 bilhão em debêntures com vencimento em junho de 2021 e junho de 2022 para comprar notas promissórias com vencimento em setembro de 2020.

Além disso, a empresa refinanciou R$ 2,5 bilhões de operações de antecipação a fornecedores que venceriam neste trimestre.

A empresa lembra ainda que fez uma capitalização que somou R$ 4,4 bilhões, o que faz com que chegue a R$ 8,4 bilhões as medidas para reforço e preservação do caixa.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) retirou a medida cautelar que impedia acordo entre Cielo e WhatsApp para a criação de um sistema de pagamentos. O órgão de defesa, no entanto, afirmou que vai continuar com a investigação.

A retomada da parceria, no entanto, depende de uma outra medida, dessa vez do Banco Central, que bloqueou o acordo por questões relacionadas às bandeiras Visa e Mastercard.

Já a Maestro Locadora de Veículos informou que avalia a realização de uma eventual oferta pública de distribuição primária de ações.