EUA avançam em campanha para conter disparada do 5G da Huawei

EUA avançam em campanha para conter disparada do 5G da Huawei

junho 26, 2020 Off Por JJ

Dois aparelhos celulares, um ao lado do outro, mostrando em suas telas a bandeiras dos Estados Unidos e o logo da Huawei.
(Shutterstock)

(Bloomberg) – A campanha dos Estados Unidos para conter a influência da chinesa Huawei Technologies ganha impulso. O governo Trump tem conseguido bloquear a oferta de microchips vitais para a empresa, enquanto o governo chinês causa consternação em ambos os lados do Atlântico por sua postura sobre Hong Kong e a pandemia de coronavírus.

O Reino Unido reavalia a escolha da Huawei, enquanto operadoras na Dinamarca e Cingapura optaram por outros provedores para suas redes de telecomunicações. Diante do cenário, Alemanha e França examinam o papel da empresa de que os EUA acusam de roubo, violação de sanções e de abrir caminho para espionagem.

Há apenas alguns meses, os EUA tentavam convencer aliados a não usarem o equipamento da Huawei. Mas em maio, o governo americano deixou a Huawei atada a uma tecnologia desatualizada, negando-lhe o acesso a chips feitos com tecnologia dos EUA. A mudança pode criar uma desvantagem permanente para a Huawei, sem poder atualizar e manter redes 5G de ponta que serão a espinha dorsal das comunicações nas próximas décadas.

Ao mesmo tempo, a política tem sido cruel com as ambições da Huawei. Autoridades na Europa e EUA têm criticado a China sobre a condução da pandemia de Covid-19. E o governo de Pequim atraiu críticas por preparar leis de segurança nacional para Hong Kong, um passo visto como ameaça à autonomia da cidade.

“Há dois anos, ninguém se preocupava em comprar produtos da Huawei; isso não é mais verdade”, disse James Lewis, diretor do programa de política de tecnologia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington. Ele vê “algum progresso” ao convencer outros países em banir a Huawei, “embora muito aquém de um banimento total”.

Como a Huawei está sujeita ao controle do Partido Comunista da China, a empresa pode ser obrigada por lei a cooperar com o aparato de segurança do país, e foi implicada em espionagem, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.

O Pentágono soou o alarme na quarta-feira, incluindo a Huawei em uma lista de 20 empresas que seriam pertencentes ou controladas por militares da China, abrindo caminho para possíveis novas sanções dos EUA. Rob Manfredo, porta-voz da Huawei nos EUA, não respondeu aos pedidos da reportagem.

A Huawei nega as acusações de espionagem, dizendo que perderia clientes se não fosse confiável. A companhia com sede em Shenzhen diz que é uma empresa privada que não pode ser dirigida pelo governo chinês e que nenhuma lei do país exige que empresas nacionais privadas se envolvam em espionagem cibernética.

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