Ibovespa Futuro sobe forte mais uma vez diante de maior liquidez no mercado internacional e espera por dados dos EUA
junho 5, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta, estendendo uma série de cinco ganhos consecutivos do índice à vista nesta sexta-feira (5). Lá fora, após uma breve correção no dia anterior, os futuros dos índices dos Estados Unidos voltam a subir, na esteira da reabertura econômica das economias desenvolvidas e de mais estímulos promovidos pelos bancos centrais.
Por aqui, as manifestações pró-Democracia marcadas para domingo entram no radar dos investidores. Representantes do governo e do Distrito Federal irão se reunir para definir se a Força Nacional de Segurança Pública deve ser utilizada nos protestos que ocorrerão na Esplanada dos Ministérios.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu para que seus apoiadores não vão às ruas no fim de semana e chamou os manifestantes contra seu governo de “marginais”. Os protestos ocorrem em um momento em que o número de vítimas fatais pela Covid alcança um novo recorde, com 1.473 óbitos em 24 horas.
Às 09h12 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para junho tinha alta de 1,55% a 95.250 pontos.
Já o dólar futuro para julho opera em queda de 1,03% a R$ 5,072. O dólar comercial, por sua vez, tem baixa de 1,03%, a R$ 5,0757 na compra e R$ 5,0787 na venda.
O mercado aguarda às 9h30 a divulgação do Relatório de Emprego dos Estados Unidos referente a maio, para o qual a mediana das projeções dos economistas compilada no consenso Bloomberg aponta para uma perda de 7,5 milhões de vagas e aumento da taxa de desemprego a 19,1%.
Para analistas, apesar da taxa elevada, os dados do Departamento de Trabalho americano podem começar a mostrar alguns sinais de melhora.
“Provavelmente temos uma janela de talvez três meses em que os dados continuarão melhorando. Isso vai gerar um cenário muito favorável para as ações continuarem se recuperando”, afirmou, à Bloomberg, Peter Chatwell, chefe de estratégia do Mizuho International.
Protestos nos EUA
Mesmo com ameaça de mobilização do Exército, as maiores cidades americanas continuam registrando protestos nos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial.
Teve início na quinta-feira a série de cerimônias de George Floyd, assassinado no início da semana passada pela polícia de Minneapolis.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar de ter condenado a morte de Floyd, tem adotado um tom severo em relação às manifestações. Essa postura fez a associação de defesa dos direitos civis ACLU apresentar uma denúncia judicial contra o presidente, que na última segunda-feira usou a ação da polícia contra uma manifestação pacífica que ocorria em frente à Casa Branca.
Panorama corporativo
Mesmo com a escalada das mortes e contaminações pelo novo coronavírus, as empresas começam a se preparar para a reabertura de seus negócios. A brMalls informou esperar que até julho esteja com todos os seus shoppings em funcionamento.
A empresa divulgou, na noite de quinta-feira, um lucro líquido ajustado de R$ 130 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 24% na comparação com os três primeiros meses de 2019.
Na mesma base de comparação, a receita líquida caiu 5,8%, para R$ 295,976 milhões. Já o Ebitda passou de R$ 232,512 milhões para R$ 245,812 milhões, uma alta de 5,7%.
Fora da temporada de balanços, a Centauro fixou em R$ 30 o preço de sua ação no “follow on”. Com isso, a varejista de artigos esportivos levantou R$ 900 milhões, segundo informou o jornal “Valor Econômico”.
Os recursos serão utilizados, principalmente para o pagamento da compra da operação brasileira da Nike.
Os funcionários da companhia área Gol aprovaram, na quinta-feira à noite, proposta de acordo coletivo que inclui programas voluntários de licença não remunerada, demissão voluntária (PDV), aposentadoria ou redução de salário e jornal (“part-time”), segundo a “Folha de S.Paulo”.
Caso não ocorra adesão voluntária a esses programas, a empresa pode fazer dois programas de redução compulsória de jornada e salário, que irão vigorar até 2021.