LVMH pode desistir de compra da Tiffany, diz jornal
junho 3, 2020SÃO PAULO – A compra da Tiffany & Co pelo grupo francês de artigos de luxo LVMH está cada vez mais incerta, segundo o jornal especializado em moda “WWD”.
De acordo com a publicação, a joalheria enfrenta uma situação de deterioração no mercado americano provocada pela pandemia do coronavírus e pela agitação social nos EUA, o que gera preocupação no megaconglomerado de luxo.
O conselho da LVMH convocou uma reunião em Paris para discutir o assunto, informou o “WWD”, citando fontes que participaram desse encontro.
A empresa francesa também teria manifestado preocupação com a capacidade da Tiffany de cobrir todos os seus covenants de dívida – compromissos de contratos de financiamento ou empréstimos que servem para proteger os interesses dos credores – no final da transação, que deveria ser concluída em meados do ano.
O mercado reagiu mal à notícia: as ações da Tiffany fecharam o pregão da última terça (2) em queda de quase 9%, cotadas à US$ 115,87. Procuradas pelo “WWD”, a Tiffany não respondeu e a LVMH se recusou a comentar o assunto.
Uma possível anulação ou adiamento da fusão entre as companhias foi recebida negativamente por analistas do banco UBS.
“A LVMH é historicamente conhecida por seu bem-sucedido histórico de fusões e aquisições a longo prazo e como o maior consolidador do setor”, diz o banco, acrescentando que “qualquer potencial decisão de reconsiderar” o acordo poderia levar a uma recuperação mais lenta da LVMH para o pós-pandemia do que era esperado.
LVMH e a aquisição
A LVMH, proprietária da Louis Vuitton, concordou em novembro de 2019 em comprar a Tiffany por US$ 16,2 bilhões, naquela que seria sua maior aquisição até agora. O acordo, fechado em US$ 135 por ação, fortaleceria o menor negócio atual da LVMH, a divisão de jóias e relógios, que já abriga marcas como Bulgari e Tag Heuer.
Fundada em Nova York ainda no século XIX, a Tiffany & Co. é a maior referência em joias do mundo. Entre as mais de 70 marcas do grupo estão nomes conhecidos no mundo da moda e dos artigos de luxo, como Christian Dior, Marc Jacobs, Givenchy e Kenzo.