As ações preferidas dos analistas para comprar em junho

As ações preferidas dos analistas para comprar em junho

junho 2, 2020 Off Por JJ

(SHutterstock)

SÃO PAULO – Após forte desempenho do Ibovespa em maio, que encerrou o mês com ganhos de 8,6%, os analistas começam junho otimistas com o movimento de reabertura das economias ao redor mundo e à espera de mais um corte da Selic. Os impactos da crise, as preocupações com o cenário político doméstico e internacional e a novas tensões entre China e Estados Unidos, contudo, seguem no radar.

Mesmo com a retomada da Bolsa no último mês, a cautela prevalece e a preferência recai sobre grandes nomes, de empresas que se beneficiem de uma retomada da demanda por commodities e do dólar mais valorizado, seja por terem uma parte das receitas nos EUA ou por serem exportadoras.

Levantamento feito pelo InfoMoney com as recomendações de 12 corretoras mostra que as blue chips Vale e Petrobras seguiram entre as preferências, assim como JBS e B3. A única mudança do mês ficou por conta das saídas de Banco do Brasil e de Pão de Açúcar, do segmento de alimentos, e da entrada de Lojas Renner, de vestuário.

A expectativa é de que os resultados da companhia sejam impulsionados pelo bom desempenho da empresa no e-commerce, apesar dos fechamentos das lojas por conta da disseminação do coronavírus.

A carteira de ações compilada pelo InfoMoney é divulgada no início de cada mês e conta com os cinco nomes mais recomendados pelas 12 casas de análise consultadas. O número de indicações pode ser maior, quando há empate.

Confira a seguir as ações mais recomendadas para junho, o número de indicações e seu desempenho no ano:

Empresa Ticker Número de recomendações* Retorno no ano**
Vale VALE3 9 -0,6%
JBS JBSS3 7 -12,9%
Petrobras PETR4 7 -32,6%
B3 B3SA3 6 +8,7%
Lojas Renner LREN3 5 -31,2%
Ibovespa -24,4%
*Indicações compiladas das carteiras de ações de Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Necton, Rico, Santander Corretora, Socopa e XP Investimentos.
**Até maio.

Assim como em maio, Vale recebeu nove recomendações para o mês de junho e é a empresa favorita na Bolsa dos analistas.

Segundo a XP, o bom desempenho dos papéis da mineradora no último mês, quando tiveram alta de 13,4%, se deve aos altos níveis de utilização na siderurgia (acima de 90%) na China, bem como pela continuidade na queda dos estoques de minério de ferro para níveis de 2016, favorecendo os preços da commodity.

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A retomada da economia chinesa, o nível reduzido de alavancagem, bem como a forte demanda por minério de ferro conferem, segundo o BTG Pactual, características mais defensivas ao papel, que podem garantir à Vale um bom desempenho em meio à pandemia.

“A preços atuais, vemos as ações precificando uma reversão permanente da curva de minério de ferro para cerca de US$ 60 a tonelada, o que consideramos exagerado”, escreve o time de análise do BTG Pactual, em relatório.

De acordo com a Santander Corretora, a JBS, que recebeu sete menções para este mês, possui um modelo de negócios resiliente, com diversificação de produtos (carne suína, bovina, de frango e alimentos processados) e exposição a diversos países.

A companhia também tende a se beneficiar, segundo os analistas, de um dólar mais valorizado em relação ao real, uma vez que 85% da receita é exposta à moeda americana (com a operação nos Estados Unidos e suas exportações).

A equipe de análise de Ativa também reforça a diversificação geográfica e de produtos e afirma enxergar uma forte geração de caixa alinhada à desalavancagem financeira, com melhorias no perfil da dívida da empresa.

Ainda conforme os analistas, com a reabertura das economias ao redor do mundo, a companhia deve se beneficiar de uma recuperação gradual no mercado de alimentos.

Petrobras (PETR4)

Empatados com a JBS em segundo lugar entre as ações preferidas para este mês, os papéis preferenciais da Petrobras são novidade nas carteiras da Ágora e do BB Investimentos.

Entre as principais justificativas para a recomendação, a equipe de análise da Ágora destaca um cenário de recuperação para os preços do petróleo considerando uma retomada gradual da demanda, com a reabertura das economias globais e com a redução da oferta dos principais países produtores da commodity.

Já o BB Investimentos assinala que a petroleira adotou medidas preventivas para lidar com a crise, como o reforço de liquidez, a diminuição das despesas operacionais, o adiamento de dividendos e a redução da produção em campos de águas rasas, que possuem custos mais elevados.

Ainda entre as ações preferidas dos analistas para junho está a B3, com seis menções para este mês.

Em relatório, o BTG Pactual afirma que a Bolsa brasileira teve seu melhor trimestre de todos os tempos entre janeiro e março deste ano, impulsionado por volumes fortes e margens melhores do que o esperado, principalmente nos contratos futuros.

Outro ponto que joga a favor da companhia, diz a instituição financeira, é o cenário de juros baixos, o que tem estimulado a entrada de novos investidores individuais na Bolsa. No ano até abril, já havia mais de 700 mil novos investidores, com um número total de 2,4 milhões de contas.

“Vemos também grandes atributos, como margens altas, baixa alavancagem financeira e fluxo de receita constante, que nos mantêm positivos em relação a ação”, escrevem os analistas.

Já o time de análise da Socopa afirma que a companhia continuará expandindo seus lucros, como resultado do maior volume de negócios em Bolsa, aumento no número de IPOs e de ofertas de crédito privado.

Lojas Renner (LREN3)

Novidade da seleção de ativos compilada pelo InfoMoney, Lojas Renner, que atua também sob as marcas Camicado e Youcom, recebeu cinco menções para este mês.

De acordo com a Elite Investimentos, apesar do cenário desafiador, a varejista possui uma boa perspectiva no desempenho digital, forte presença no mercado e boa capacidade operacional.

Para os analistas, os papéis LREN3 demonstram oportunidade de entrada, dados os múltiplos históricos e os fundamentos.

A opinião é compartilhada pela Ativa Investimentos, que possui os papéis na carteira desde maio e cita o baixo nível de endividamento da empresa, assim como uma sólida posição de caixa para atravessar, sem maiores percalços, o momento atual.

Segundo o time de análise, a companhia é destaque entre os pares do varejo por ter mostrado grande poder de pricing (determinação de preços), branding (construção e gestão de marca) e disposição geográfica.

“A empresa dá continuidade ao seu acelerado processo de crescimento orgânico, com elevados níveis de investimentos e de transformação digital, destacando-se no pujante e-commerce”, escreve a instituição, em relatório.

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