Plataforma de recrutamento usa IA em seleção com cuidado para não cometer injustiça

Plataforma de recrutamento usa IA em seleção com cuidado para não cometer injustiça

outubro 26, 2024 Off Por JJ





Conteúdo XP

Imagine chegar em uma entrevista de emprego e, ao invés de falar e ter o currículo analisado por um recrutador, ser selecionado à vaga sem nenhuma interação com um ser humano. Sim, isso já é possível.

Isso acontece na Jobecam, que nasceu como uma empresa de recursos humanos de vídeo-entrevista, em que as pessoas candidatas participam das primeiras entrevistas de seleção sem interação com recrutadores e gestores. Com o tempo, a firma cresceu, conquistou grandes clientes e agregou novos produtos.

“Hoje, somos uma plataforma de recrutamento e seleção, um portal de vagas. Os clientes podem publicar suas vagas. Porém, ao contrário de outros portais, garantimos a confiabilidade das vagas e, ao se candidatarem, as pessoas já participam do processo seletivo via vídeo”, conta Cammila Yochabell, fundadora e diretora da Jobecam, que participou de mais um episódio do programa AcelerAI, do canal XP Educação, apresentado por Diogo França, CTO e head de produtos da Faculdade XP.

Segundo ela, o recrutamento na empresa acontece após a inserção de perguntas pré-definidas e palavras-chaves, para que os candidatos respondam por vídeo sem que haja interação com o contratante.

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Inteligência artificial

Daí, é feito um ranking utilizando inteligência artificial estreita para selecionar os perfis mais aderentes à posição e levá-los para uma nova fase do processo seletivo dentro da plataforma.

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O diferencial da Jobecam é o que eles chamam de redução do viés inconsciente. A seleção por vídeo é feita com imagem não identificável e voz alterada, ou seja, a entrevista pela vaga é totalmente anônima, reduzindo o processo de avaliação das pessoas candidatas baseado na aparência, gênero, cor, etnia, focando mais nas habilidades e competências.

Segundo a fundadora da empresa, mais de 3 milhões de vídeos-hora já foram realizados. “Quando tive a ideia da Jobecam eu falei para mim mesma: hoje tenho um know-how e uma experiência com recrutamento e seleção e gestão de pessoas, e está tudo errado. É ineficiente, e injusto”, lembra.

Valorização das diferenças

 “O maior propósito pessoal, e, obviamente, isso acaba se estendendo para a Jobecam, é promover um mundo que valorize as diferenças. Fazer com que o viés inconsciente dos recrutadores e das gestoras não se sobressaiam à real habilidade e competência do profissional”, diz.

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Nesse processo, a IA (inteligência artificial) tem tido papel fundamental. “Acredito que a gente precisa investir, a gente precisa olhar para frentes de IA, mas numa IA que ela nos ajude a potencializar e economizar o nosso tempo e das pessoas candidatas”, explica.

A executiva ressalta que na Jobecam a inteligência artificial tem sido usada de forma muito técnica. “No final do dia, a gente consegue entregar eficiência, mas com justiça e cuidado”, afirma.

A formação acadêmica de Cammila Yochabell inclui hoje MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Recursos Humanos pela FGV e pós-graduação em Strategies for Business Impact pela Cambridge University.

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“O que vejo e aprendi lá atrás como recrutadora, como muitas vezes uma pessoa candidata mesmo, buscando oportunidades, é que os processos seletivos são chatos, muito pressionados e tensos. Na Jobecam a gente desconfigura isso – é um momento que pode ser, sim, leve”, afirma.