Mercado projeta contração de 5,9% do PIB neste ano e vê menor espaço para alta da Selic em 2021 e 2022
maio 25, 2020SÃO PAULO – Com o aumento do número de casos de coronavírus no Brasil e um forte impacto sobre a economia, o mercado financeiro trabalha com um menor espaço para a alta da Selic nos próximos dois anos e com uma contração ainda maior para o PIB em 2020.
De acordo com o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (25), a mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pela 15ª vez consecutiva, englobando uma visão ainda mais pessimista neste ano. Agora, os economistas veem contração da economia de 5,89% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 5,12%.
Já para 2021, o mercado elevou a estimativa de crescimento, de 3,20% para 3,50%.
Em relação à taxa básica de juros, a expectativa é de que a Selic suba para 3,29% ao ano em dezembro de 2021 e para 5,13% a.a., ao fim de 2022. No último levantamento, as projeções eram de alta a 3,50% e a 5,25% ao ano, respectivamente.
Para este ano, a estimativa foi mantida em 2,25% a.a., com um corte de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho.
Em meio à fragilidade da atividade brasileira, as expectativas para inflação também foram novamente reduzidas.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta passou de 1,59% para 1,57%, em 2020. Também houve ajuste na projeção para a inflação de 2021, de 3,20% para 3,14%.
No que tange às previsões para o câmbio, o relatório Focus revelou que a estimativa para o dólar neste ano teve alta de R$ 5,28 para R$ 5,40, com leve aumento de R$ 5,00 para R$ 5,03 em 2021.
Top 5
Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos na categoria “Top 5” do relatório Focus, houve revisões nas estimativas para inflação, Selic e câmbio.
Segundo o relatório do BC, o grupo “Top 5 médio prazo” vê a taxa básica de juros encerrando 2021 em 2,88%, frente à estimativa de 3,50% a.a. na semana anterior. A projeção para 2020, por sua vez, foi mantida em 2,25% ao ano.
Com relação à inflação medida pelo IPCA, a projeção de alta foi reduzida de 1,61% para 1,33% e preservada em 3,00%, em 2021.
Já a expectativa para o dólar teve queda de R$ 5,40 para R$ 5,30, em 2021, sem alterações para este ano, quando a moeda deve encerrar dezembro em R$ 5,50.
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