Governo defende que Petrobras reduza preço do gás natural para produção de fertilizantes

Governo defende que Petrobras reduza preço do gás natural para produção de fertilizantes

março 5, 2024 Off Por JJ

Em evento para empresários e representantes da cadeia produtiva do agronegócio, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu que a Petrobras (PETR4) faça um esforço para reduzir os preços cobrados pelo gás natural, principal insumo para a produção de fertilizantes nitrogenados.

O Brasil importa cerca de 85% de todo o volume de fertilizantes nitrogenados usados na agricultura, uma vez que o custo da produção interna é muito elevado, exatamente por causa do do gás.

“É preciso fazer um esforço, e tenho certeza que a Petrobras vai fazê-lo, para tornar o custo do gás natural menor. É importante esse esforço para redução de insumos”, disse o vice-presidente e também ministro da Indústria e Comércio.

Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil

Alckmin lembrou que a Petrobras cobra cerca de US$ 12 por milhão de BTU, enquanto nos Estados Unidos o valor médio é de US$ 3. Segundo ele, a diferença está na forma de extração. Enquanto o gás americano é retirado do solo em áreas continentais, a Petrobras precisa ir a 300 quilômetros da costa e perfurar 5 mil metros para extrair o insumo.

A estatal passou anos tentando negociar a venda dos seus ativos para sair do mercado de fertilizantes. Não conseguiu, e agora tenta agora reativar as operações de algumas unidades, que seguem fechadas.

Em entrevistas recentes, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná, será a primeira do gênero da estatal a ter suas operações retomadas, no segundo semestre de 2025. 

Já a fábrica de nitrogenados de Três Lagoas (MS) também poderá ressuscitar nos próximos anos. A planta chegou a ser vendida para um grupo russo, mas o negócio acabou sendo desfeito. Outras que têm potencial para ampliar a oferta de fertilizantes são as que estão arrendadas para a Unigel, na Bahia e em Sergipe.  

Em fevereiro, Petrobras e a Norueguesa Yara assinaram um memorando de entendimento para realização de estudos para tentar viabilizar parcerias no segmento de adubos, insumos industriais e projetos de descarbonização da produção no Brasil.

No que se refere aos fertilizantes fosfatados, Alckmin lembrou que em 15 dias a chinesa EuroChem vai iniciar as operações de sua mina de fósforo e de sua fábrica de fertilizantes na Serra do Salitre, em Minas Gerais.

Após aportes da ordem de US$ 1 bilhão de dólares, a expectativa é que a produção alcance 1 milhão de toneladas por ano, o suficiente para cobrir 15% da necessidade nacional. “Acreditamos que vamos dar uma boa avançada nos fosfatados”, disse o vice-presidente.

No caso do potássio, Alckmin disse que o governo está otimista com o fim do imbróglio jurídico de cinco anos que cerca o licenciamento ambiental das reservas em Autazes, no Amazonas.

Uma decisão judicial determinou que o processo de licenciamento ambiental será de responsabilidade do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM)

“A expectativa é positiva, porque não há razão para não ter o licenciamento. Estamos importando 97% do cloreto de potássio. Se Autazes acelerar rápido, vamos ter cloreto de potássio aqui dentro”, disse Alckmin.

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