De olho no PCE
fevereiro 29, 2024Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores
Hoje é o dia. Em uma semana cheia de dados, o de hoje é o que mais faz preço ex-ante. Pegue seu café e olho na tela. Se prepare para qualquer coisa. Personal Consumption Expenditures price index, a.k.a. PCE. O mercado está pessimista aqui, e espera algo ao redor de 0.4% no mês que anualizado vai beliscar seus 5%, bastante acima da meta do Fed de 2% no Core. A correlação não é perfeita, mas vale lembrar que tanto o PPI quanto o CPI vieram acima das expectativas na semana passada. O café esfria enquanto o suor desce. Hoje tem barulho.
Barulho igual a Country Garden está fazendo (ainda). Na década de 1990, o Japão teve sua crise imobiliária e o começo da demográfica que levaram o país insular de segunda maior economia do mundo ameaçando a primeira, para hoje ser a quarta (e em queda no ranking). A China não quer seguir o mesmo caminho, mas está com cara. Longe de ser um destino inevitável, o sr. Xi está recebendo como um aviso (eu acho, sei lá o que se passa na cabeça dele – nunca discuti especificamente isso com ele).
Desde o começo do ano a gente viu os discursos do Fed, os dados de inflação e os de atividade forçarem a curva de juros para cima, 40 bps praticamente na curva inteira e praticamente linearmente, dia a dia. No mesmo período, nossa curva aqui fez quase exatamente o mesmo movimento nos mesmos dias. Existe um ditado que diz que se você mover uma cadeira um centímetro por dia, ela chega do outro lado da sala sem ninguém perceber. Os juros longos saíram de 10,48% para 10,82% ao longo dos últimos 2 meses, e pouca coisa respondeu a isso no mercado. Talvez a cadeira já esteja lá na outra parede quando você for se sentar.
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