Usiminas (USIM5) cai 5,34% após balanço; expectativa era por resultado fraco – e ele veio ainda pior
julho 28, 2023A Usiminas (USIM5) divulgou nesta manhã de sexta-feira (28) seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2023 (2T23), no qual registrou lucro líquido de R$ 287 milhões, uma baixa de 73% em relação a igual período do ano passado, ainda que ligeiramente acima dos R$ 265,5 milhões previstos pelo consenso Refinitiv.
Os números no geral, contudo, não agradaram o mercado. Os ativos fecharam em queda de 5,34%, a R$ 7,09, na sessão de hoje, também em um pregão de baixa para o minério.
O Bradesco BBI apontou que já se esperavam resultados fracos, mas que eles vieram ainda piores do que o esperado.
O BBI e o Itaú BBA destacam que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 366 milhões da Usiminas no 2T23 veio 20% abaixo de suas estimativas, com queda de 54% frente o 1T23 e de 81% ante o 2T22.
Isso principalmente por custos de aço acima do esperado e volumes de aço um pouco abaixo do esperado no mercado doméstico. Além disso, os resultados do processamento de aço também decepcionaram, enquanto a mineração ficou em linha. O declínio nos volumes domésticos foi de 3% no trimestre.
Na divisão de mineração, a realização mais fraca do preço do minério de ferro e os custos mais altos mais do que compensaram os embarques mais altos.
O Ebitda ajustado da Usiminas também ficou aquém das expectativas do Morgan Stanley, que também ressalta os custos mais altos do que o esperado, apesar das receitas mais altas.
Já o lucro por ação de R$ 0,21 ficou acima do consenso do consenso de mercado de R$ 0,20 e da estimativa de R$ 0,16 do Morgan, impulsionado por maior receita financeira líquida (incluindo resultados cambiais e monetários mais altos) e menor despesa tributária (taxa de imposto efetiva de 17% contra projeção de 24%).
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Com relação ao guidance, os números da Usiminas também vieram abaixo da expectativa do Morgan Stanley e do consenso de mercado, que, esperavam volume de vendas de, respectivamente, 1,047 milhão de toneladas e 1,038 milhão de tonelada. A Usiminas afirmou que espera vendas de 900 mil a 1 milhão de toneladas no terceiro trimestre.
O Ebitda ajustado de R$ 366 milhões da siderúrgica ficou substancialmente abaixo das expectativas do JPMorgan (41,4%) e do consenso (35,0%).
Para JPMorgan, o trimestre foi marcado por uma pequena deterioração nos negócios de aço (volumes em queda em relação ao trimestre anterior), pressões de custos associadas à relaminação do seu Alto-Forno e uma combinação de preços mais baixos e custos mais altos na divisão de mineração.
O BBI aponta ainda a geração negativa de fluxo de caixa livre no 2º trimestre de cerca de R$ 320 milhões, impactada pelo alto capex de R$879 milhões, parcialmente compensada por um impacto positivo de capital de giro de R$401 milhões devido a uma redução nos estoques de placas (agora em 332 mil toneladas ante 450 mil toneladas no primeiro trimestre ) e em contas a receber.
A dívida líquida subiu para cerca de R$ 965 milhões no trimestre (R$ 5,9 bilhões de dívida bruta, R$ 4,89 bilhões caixa), contra uma posição de dívida líquida de R$ 284 milhões no primeiro trimestre, mas com uma relação dívida líquida/Ebitda ainda em um confortável 0,38 vez.
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“O conjunto de números foi muito fracos (..), puxado principalmente por um desempenho ruim da divisão de aço. (…) A previsão de embarques de aço para o 3º trimestre é particularmente desinteressante, com o ponto médio do guidance implicando em uma queda sequencial de 2%, provavelmente explicada pela fraqueza persistente do mercado doméstico”, aponta o BBI.
O banco mantém recomendação neutra para a Usiminas, com preço-alvo de R$ 8,30, já que o ímpeto dos lucros deve permanecer negativo, com pressões contínuas de custos, volumes estáveis/baixos e preços domésticos de aço provavelmente mais baixos, já que o aço doméstico negocia atualmente com um amplo prêmio de 30% sobre as importações.
JPMorgan e Morgan Stanley também possuem recomendação neutra ou equivalente para os ativos, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 7,50 e R$ 8,50.
O BBA, por sua vez, reitera avaliação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para ações da Usiminas e preço-alvo de R$ 7.
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