Má alimentação é prejudicial para quem deseja perder peso
julho 3, 2023Você é o que você come. Essa frase, apesar de ser um clichê, é uma expressão verdadeira, pois são os nutrientes dos alimentos ingeridos que abastecem as células do corpo. A alimentação influencia diretamente na produtividade e causa uma série de problemas como indisposição, fadiga, má digestão, além de causar danos à saúde mental e física.
A professora do curso de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit), Bruna Nabuco, explica o que é considerado uma má alimentação. “O corpo dá alguns indicativos para a necessidade de uma reeducação alimentar. Uma pessoa que possui uma má alimentação quando apresenta um desequilíbrio na ingestão de nutrientes, seja excesso ou déficit de qualquer nutriente. Por isso, a importância de construir hábitos alimentares saudáveis com uma variedade de todos os nutrientes”, diz.
Uma dieta desequilibrada não oferta nutrientes suficientes para o adequado funcionamento do organismo. “O déficit de algumas vitaminas e minerais, por exemplo, são capazes de provocar alterações importantes no metabolismo e até mesmo provocar algumas doenças”, aponta”, complementa.
Segundo a nutricionista, pesquisas recentes indicam que um padrão alimentar saudável. “Com uma alimentação saudável, o corpo é capaz de fornecer todos os nutrientes de que o organismo necessita para estar bem e equilibrado. Contribuindo para uma boa saúde mental, agindo na prevenção ou tratamento de transtornos psíquicos, como ansiedade e depressão, e também melhorias no humor e bem-estar em geral. Isso se deve ao efeito de alguns nutrientes, como os anti-inflamatórios, antioxidantes presentes em alguns alimentos, como as frutas e verduras, peixes e oleaginosas”, salienta.
Por outro lado, a má alimentação afeta vários processos do organismo. “Uma alimentação adequada é uma necessidade vital do ser humano, logo quando se tem uma alimentação inadequada o organismo fica vulnerável ao desenvolvimento de diversas doenças, como por exemplo, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose, obesidade, entre outras. Hoje sabemos que o consumo exagerado de alguns alimentos e bebidas podem gerar diversos problemas, e a longo prazo diminuir a qualidade de vida sua até mesmo aumentar as chances de mortalidade”, destaca.
Bruna ressalta que o sistema endócrino e a alimentação andam lado a lado, ou seja, se um indivíduo não possui uma boa alimentação, é muito provável que apresente alguma alteração hormonal. “Um dos principais hormônios do nosso organismo, a insulina, sofre alteração no seu funcionamento e produção quando consumimos em excesso açúcares (carboidratos simples), e esse quadro pode levar ao desenvolvimento do diabetes e as suas complicações, além do ganho de peso acelerado. O cortisol, hormônio responsável pela regulação do estresse no nosso organismo, também pode ficar desregulado com a má alimentação, e sabemos que alguns nutrientes contribuem para o melhor funcionamento do cortisol, e assim promover uma melhor qualidade de vida”, frisa.
Outros hormônios também são influenciados pela ingestão de alguns nutrientes, como a serotonina, testosterona, progesterona, entre outros. “Logo, se você apresenta algum tipo de desregulação hormonal, equilibrar a alimentação pode ser um forte aliado para balancear a produção dos hormônios”, aponta.
No Brasil, existem altos índices de desnutrição, ao mesmo tempo que revela número alarmantes de pessoas com sobrepeso. Um país que vai ao extremo entre a fome mostra que existe pouca informação sobre a educação alimentar.
“Considero que a desnutrição e a obesidade são consequências dos péssimos indicadores de desigualdade social e econômica que o país apresenta. O acesso a alimentos saudáveis não são muitas vezes dificultado apenas pelo poder econômico. Soma-se a isso a falta de informação e até mesmo o status social que o consumo de alimentos ultraprocessados representa. A forte mídia e a facilidade no acesso aos alimentos ultraprocessados em relação ao seu custo e a praticidade que eles oferecem são fatores importantes que levam ao consumo excessivo e consequentemente ao excesso de peso”, destaca.
Por outro lado, convivemos com indivíduos que não conseguem ter acesso ao mínimo necessário. “Situações de fome que levam a quadro lamentáveis de desnutrição devido ao baixo poder aquisitivo e a falta de políticas públicas que promovam melhores distribuição e acesso aos alimentos”, explica.
A professora do curso de Nutrição destaca como a nutrição atua no combate da desinformação a respeito da alimentação saudável. “Nós temos a missão de difundir o conhecimento sobre as boas escolhas alimentares e de como facilitar o acesso a esses alimentos seja qual for a situação em que o indivíduo se encontra. Contamos com diversos campos de atuação para isso, seja no atendimento individual em consultório a uma atuação mais ampla com comunidades através de projetos da área de saúde coletiva. É um desafio diário para nós, principalmente porque a promoção da alimentação saudável envolve aspectos diversos como econômicos, culturais e sociais”, afirma.
Para se ter uma alimentação saudável é necessário mudar os hábitos alimentares. “Existe um mito de que para comer bem, deve-se gastar mais. E isso não é verdade. A mudança para hábitos alimentares mais saudáveis pode ser feita com pequenas atitudes no dia a dia, como por exemplo fazer pesquisa de mercado antes de ir às compras, optar por feiras livres, hortifrutis e mercados menores pode ser uma opção mais viável e mais acessível financeiramente”, diz.
Além disso, ter um bom planejamento alimentar, para não sair comprando alimentos em excesso e acabar desperdiçando, principalmente frutas e verduras. “Priorizar os alimentos que estão mais disponíveis de acordo com cada época do ano, pois, normalmente, eles estão com melhor qualidade e com preços mais acessíveis pode ser uma outra forma de manter uma alimentação saudável. Priorize o consumo de alimentos de verdade e evite os alimentos ultraprocessados, ou seja, os industrializados. Se a pessoa seguir essa orientação, com certeza terá dado o primeiro passo para ter mais saúde através da alimentação”, conclui.
Fonte: Unit