Dia das Mães: 60% dos brasileiros vão comprar presentes, que estão mais caros em 2023
maio 13, 2023O Dia das Mães é comemorado neste domingo (14) e, para quem não se programou com antecedência, o fim de semana promete ser agitado com a busca pelo presente de última hora. Além da correria será preciso preparar o bolso: os produtos e serviços estão, em média, 7,2% mais caros em 2023 na comparação com o ano passado, segundo estudo da XP baseado em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Neste ano, a expectativa é que cerca de 128,7 milhões (60%) de brasileiros comprem algum presente em alusão à data e movimentem algo em torno de R$ 33,2 bilhões no comércio e nos serviços, segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Pela praticidade, o comércio digital pode ajudar quem procura presentes de última hora. Muitas varejistas já fazem entregas de um dia para o outro ou mesmo no mesmo dia garantindo a chegada do produto escolhido. Promoções e fretes grátis são outros atrativos.
Garimpar as promoções é a estratégia mais eficaz para minimizar a elevação dos preços. Os números mostram que se uma família optar por comer fora de casa no domingo, por exemplo, o custo da refeição será 8% maior do que a realizada no ano passado.
Apesar disso, pesquisa do Mercado Pago feita com mais de 30 mil usuários mostra que os consumidores pretendem gastar mais neste ano do que em 2022: 47% deles disseram que o valor do presente será maior e 40% afirmaram que vão gastar o mesmo que em 2022.
“Dos participantes da pesquisa, 29% pretendem gastar entre R$100 e R$200, enquanto 24% afirmaram que devem investir acima de R$300”, conta Ignácio Estivariz, head de Banco Digital do Mercado Pago.
Veja a variação das categorias de produtos e serviços de 2022 para 2023, segundo dados da XP:
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- Joias e bijuterias: +1,3%
- Eletrodomésticos: +6,1%;
- Almoçar fora: +8%;
- Livros: + 11,5%;
- Bolsa: +12%
- Móveis: +12,4%;
- Perfumes: + 13,5%;
- Pacotes turísticos: +14,2%.
- Sapatos: +14,1%
- Roupas: + 14,3%;
- Itens de maquiagem: +17%;
- Hospedagens: + 19%;
- Eletroeletrônicos: -1,7%;
- Celulares: – 3%
- TV, som, itens de informática: – 10,8%
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Ainda segundo o estudo, se o recorte for ampliado para desde o começo da Covid-19, a média dos preços chegam a 26,9%. Ou seja, a cada ano é preciso gastar mais para presentear as mães.
Por que os preços subiram?
Segundo Alexandre Maluf, economista da XP, a alta nos preços das refeições oferecidas em bares e restaurantes é explicada, entre outras causas, pela elevação no valor dos alimentos.
“Tivemos elevação no preço dos alimentos em 2021 e 2022 por conta do problema da escassez de chuvas, que refletiu nas contas de luz no comércio. Com a reabertura da economia, após o arrefecimento da pandemia, o setor de serviços experimentou uma recuperação forte e isso acabou gerando um efeito de recomposição de salários que pressionou também o custo dos restaurantes. Tudo isso acaba sendo repassado ao consumidor”, explica.
Sobre o vestuário, a alta pode estar atrelada ao preço do algodão, matéria-prima utilizada na confecção das peças. Em 2022, foi registrado o maior patamar histórico do preço da commodity agrícola, por conta de quebras de safra, segundo o economista.
Maluf explica ainda que a alta no preço de maquiagens e perfumes tem relação com a indústria petroquímica “que foi afetada pelo aumento de preços do petróleo e gás natural [energia geral], devido à escassez dos insumos ocasionada com a guerra entre Ucrânia e Rússia”.
Já nos segmentos de hospedagens e pacotes turísticos, a carestia ainda presente reflete os impactos da Covid-19, que afetou toda a cadeia do turismo. “Agora, as empresas do setor querem recompor suas grandes perdas ao mesmo tempo em que a população também está mais ávida a viajar. Tivemos também efeitos da passagem aérea, que subiu, também devido ao aumento no valor dos combustíveis da aviação”, completa Maluf.
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Na contramão da maioria, alguns produtos apresentaram queda de preço. No acumulado de 12 meses, TV, som, itens de informática (-10,8%) e celulares (-3,0%), por exemplo, tiveram baixas. Maluf lembra que o setor de eletroeletrônicos passa por uma recuperação, com a cadeia de suprimento de chips ensaiando um primeiro retorno à normalidade.
“Com a alta dos juros, as famílias acabam por consumir menos esses produtos por conta da restrição ao crédito e renda (efeitos da política monetária)”, destaca o especialista da XP.