Tesouro direto: juros caem com IPCA abaixo do esperado em março; prefixados chegam a pagar 11,81%

Tesouro direto: juros caem com IPCA abaixo do esperado em março; prefixados chegam a pagar 11,81%

abril 11, 2023 Off Por JJ

A terça-feira (11) começa c0m as atenções voltadas à inflação oficial do país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)  desacelerou para 0,71% em março, após subir 0,84% em fevereiro, e soma agora seis meses seguidos de alta, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,65%. No ano, a inflação acumula evolução de 2,09%. Os dados divulgados hoje ficaram abaixo do consenso Refinitiv, que previa inflação de 0,77% no mês e de 4,70% na comparação anual.

Outro destaque: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, embarcam para a China. A viagem tem como objetivo tratar de relações comerciais e do cenário político global. Com relação ao arcabouço fiscal, Haddad disse ser “provável” que a proposta seguirá para o Congresso até sexta-feira (14) junto da PLDO, que precisa ser apresentada até sábado (15).

Os índices futuros dos Estados Unidos sobem nesta manhã de terça-feira, com investidores montando posições às vésperas do índice de preços ao consumidor (CPI) americano de março, que deve dar sinais sobre como Federal Reserve (Fed) lidará com sua política monetária na reunião de maio.

No Tesouro Direto, às 9h18, primeira atualização do dia, os juros dos títulos públicos apresentavam queda.  A exceção estava entre os ativos atrelados à inflação. O Tesouro IPCA+ 2045 oferecia retorno de 6,27%, ligeiramente acima dos 6,26% desta segunda-feira.

O Tesouro Prefixado 2026, que apresentava o piso das taxas entre os papéis prefixados, tinha retorno de 11,81% ao ano, abaixo dos 11,92% de ontem. Já o Tesouro Prefixado 2033 oferecia remuneração de 12,54% ao ano, menor do que os 12,63% da sessão anterior.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na manhã desta terça-feira (11): 

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Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

 

Arcabouço fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10), que as decisões políticas sobre o novo arcabouço fiscal já estão tomadas e que o momento é de trabalho “técnico” para aperfeiçoamento da redação. Ele afirmou ainda que, em relação ao que divulgou sobre a proposta na semana retrasada, não houve alterações internas pelo governo. “Não tem nenhuma alteração em relação ao que foi dito naquele dia”, disse Haddad.

As linhas gerais da regra proposta pelo governo para substituir o atual teto de gastos foram apresentadas no dia 30 por Haddad, mas o texto final, com ajustes, ainda não é público. O arcabouço prevê zerar o déficit primário no ano que vem, gerar superávit de 0,5% do PIB em 2025 e saldo nas contas públicas de 1% em 2026, com tolerância de 0,25 ponto porcentual para cima e para baixo.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse, nesta segunda-feira, que o texto do novo arcabouço fiscal deve ser votado em um mês na Casa, após ser enviado pelo Ministério da Fazenda, o que pode ocorrer ainda nesta semana. “Minha prioridade é consolidar a votação das metas fiscais”, declarou. O parlamentar também afirmou que trabalha para que a reforma tributária seja aprovada até o fim de junho pelos deputados.

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Guimarães disse que tem ouvido até mesmo da oposição comentários favoráveis à regra fiscal que substituirá o atual teto de gastos. De acordo com ele, há um “ambiente muito propício” para uma tramitação célere do texto. “Define-se o relator do arcabouço, tem urgência constitucional, porque é um projeto de lei complementar. Então, é tocar a vida e votar o quanto antes. Eu acho que dá para votar em um mês”, afirmou, em entrevista coletiva sobre a marca de 100 dias do governo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o texto do arcabouço fiscal será enviado ao Congresso junto com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que precisa chegar ao Legislativo até o dia 15, no fim desta semana.

IPCA

O IPCA desacelerou para 0,71% em março, abaixo do esperado. A inflação, em 12 meses, ficou em 4,65%. O grupo Transportes foi o destaque no índice de março, sendo responsável pelo maior impacto (0,43 ponto porcentual) e maior variação (2,11%).

Em seguida vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram em relação a fevereiro, contribuindo com 0,11 p.p. e 0,09 p.p., respectivamente.

Por outro lado, Artigos de residência (-0,27%), que teve alta de 0,11% em fevereiro, foi o único grupo pesquisado a registrar queda este mês. Os demais ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação.

Segundo André Almeida, analista da pesquisa, a gasolina teve variação de 8,33% no mês e foi o subitem com maior impacto individual no índice de março (0,39 p.p.), trazendo grande peso na alta verificada em Transportes. O etanol (3,20%) também subiu.

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“Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela MP 1157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre esses combustíveis a partir de 1º de março”, explicou.

Enquanto isso, o gás veicular (-2,61%) e o óleo diesel (-3,71%) continuaram em queda em março.

As passagens aéreas, que haviam recuado 9,38% em fevereiro, caíram 5,32% desta vez. Reajustes em tarifas de táxi em Belo Horizonte, em ônibus intermunicipal na região metropolitana do Rio de Janeiro, além de ônibus urbano em quatro áreas de abrangência do índice, também influenciaram em Transportes.

“O IPCA de março teve como principal surpresa a queda dos alimentos, oscilando perto de zero”, diz Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset. Ele acrescentou, no entanto, que continua observando a inflação anualizada entre 5% e 6%. “Número bom (IPCA de março), mas que não muda muito a história dos últimos meses. A gente continua cauteloso”, afirmou.

Campos Neto no Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi convidado a comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no próximo dia 25, às 9 horas. Ele deverá ser questionado sobre as taxas de juros do País, em 13,75% ao ano, que são as maiores em termos reais – descontada a inflação – do mundo. Campos Neto tem sido alvo de críticas de várias alas do governo por causa da Selic, inclusive pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou ao tema hoje.

Havia a previsão de que Campos Neto fosse até a CAE na semana passada, mas a data foi desmarcada por causa do Feriado de Páscoa. Em evento realizado na última quarta, 5, ele já tinha sinalizado que deveria ser chamado para essa data, que foi oficializada pela comissão nesta segunda-feira, 10.

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Inflação China

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China avançou 0,7% em março em relação ao ano anterior, informou nesta terça-feira (11) o Departamento Nacional de Estatísticas do país. Na comparação com fevereiro, os preços caíram 0,3%. O consenso Refinitiv esperava inflação estável (0,0%) na comparação mensal e alta de 1,0% na anual.

Para Dong Lijuan, estatístico do departamento, a inflação moderada pode ser atribuída em grande parte à ampla oferta no mercado consumidor, já que a produção e o consumo continuaram a se recuperar em março.

Os preços dos alimentos caíram 1,4% mês a mês, diminuindo a inflação mensal ao consumidor em cerca de 0,27 ponto porcentual, de acordo com os dados oficiais. Especificamente, a oferta suficiente de vegetais e de carne de porco, um item básico na China, desempenhou um papel importante na redução do nível geral de preços.

Já a inflação ao produtor na China caiu 2,5% em março, ante mesmo mês de 2022, dentro do esperado. O PPI ficou estável na comparação mensal; mesmo com demanda aquecida no mês, base de comparação alta motivou a deflação.

Bolsas mundiais

Os mercados mundiais amanheceram positivos nesta terça-feira (11), antes da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA na próxima quarta (12), que deve fornecer mais informações sobre os rumos da política monetária do Federal Reserve (Fed).

Além disso, investidores estarão atentos as falas do presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, do presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, e o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari.

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de terça-feira, com investidores montando posições às vésperas do índice de preços ao consumidor (CPI) de março, que deve dar sinais sobre como BC americano lidará com sua política monetária na reunião de maio.

Além disso, agentes do mercado acompanharão de perto outra temporada de balanços corporativos, com vários grandes bancos dos EUA programados para divulgar seus relatórios trimestrais pela primeira vez desde a crise bancária em março.

Em indicadores, a Federação Nacional de Empresas Independentes divulgará os resultados mais recentes de seu índice de pequenas empresas antes da abertura do mercado.

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria, com o Banco da Coreia mantendo as taxas de juros em 3,5%, em linha com as expectativas. O BC sul-coreano manteve as taxas pela segunda vez consecutiva enquanto o país enfrenta uma taxa de inflação de 4,2%.

O bilionário Warren Buffett disse ao Nikkei que planeja aumentar suas participações em ações japonesas. Em entrevista à Bolsa japonesa, Buffett disse que está considerando investimentos adicionais que aumentariam suas participações nas cinco principais tradings do Japão, mencionando sua participação de 7,4% na Itochu.

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Os mercados europeus operam com alta nesta terça após um feriado de Páscoa prolongado, com a maioria dos setores e principais bolsas negociando no azul.

As ações de mineração operam com fortes ganhos de 3%, seguidas por automóveis, que sobem cerca de 1,3%. Alimentos e bebidas é o único setor a negociar em território negativo, com queda de 0,1%.