Bitcoin sustenta ganhos e se mantém acima de US$ 28 mil com expectativa de reunião do Fed

Após uma recuperação impressionante em meio à turbulência do sistema bancário dos Estados Unidos, o Bitcoin (BTC) pisa no freio e “anda de lado” nesta terça-feira (21), em meio à expectativa pela próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que termina na quarta-feira (22). Acredita-se que o Fed eleve os juros em um menor grau ou mantenha as taxas atuais.

A principal criptomoeda do mercado, que entregou ganhos de quase 70% desde o início do ano, opera próximo da estabilidade nas últimas 24 horas, sendo negociada a US$ 28.182 às 8h05. Esse preço, alcançado pela primeira vez no domingo (19), não era visto desde junho do ano passado. As principais altcoins apresentam desempenhos mistos, com Ethereum (ETH) subiu recuando 0,9%, a US$ 1.769 no mesmo horário, enquanto a XRP  avança 1,9%, em US$ 0,39.

O Bitcoin e parte dos demais criptoativos continuam se beneficiando da “tragédia” do sistema bancário dos Estados Unidos. A criptomoeda ganhou cerca de 25% desde 8 de março, quando surgiram os primeiros sinais de problemas em torno do Silicon Valley Bank, que desde então fechou e gerou turbulência no mercado tradicional.

A moeda digital subiu mais de 20% ao longo deste mês, sendo negociada em torno de US$ 28.000, com uma grande valorização no final de semana após a notícia de que o Credit Suisse seria vendido para o UBS por mais de US$ 3 bilhões. Em meio ao caos, especialistas acreditam que o ativo digital descentralizado e livre das amarras do governo pode chegar a US$ 31.000 no curto prazo. Cabe lembrar que o BTC foi negociado pela última vez a US$ 30.000 durante o colapso da plataforma de empréstimos de criptomoedas falida Celsius Network, também em junho.

Aqueles que observam o rali do Bitcoin dizem que a cripto está fora do alcance dos reguladores e do sistema financeiro, o que de certa forma a isola dos problemas que afetam o setor bancário em geral. “Intelectualmente, você pode ver essa atratividade onde não precisa se preocupar com a chegada do Fed”, disse Chuck Cumello, presidente e diretor executivo da Essex Financial Services, à Bloomberg.

“Isso não quer dizer que o Bitcoin não tenha uma série de outros problemas com os quais a pessoa comum deva se preocupar”, disse ele, “mas esse foi um de seus cantos de sereia, foi uma das coisas que levaram e atraíram as pessoas para ele, e não estou surpreso de forma alguma que esteja nesse tipo de ambiente”, completou ele.

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Os maximalistas do Bitcoin (termo para identificar aqueles que apostam todas as fichas no ativo digital) também apontaram outra característica do BTC como uma razão para manter a moeda sob os holofotes – uma suposta proteção contra a inflação graças à sua oferta limitada. Ainda assim, essa proposição foi posta à prova nos últimos dois anos, já que a moeda perdeu mais de 50% em valor.

“O Bitcoin está em alta”, escreveu uma equipe da empresa de pesquisa Kaiko liderada por Dessislava Aubert e Clara Medalie. “O sentimento do mercado passou por uma reversão dramática na semana passada, reforçado por uma crise bancária em andamento que fortaleceu a narrativa original da cripto entre os investidores”.

Para a gestora Bernstein, o comportamento positivo da criptomoeda nos últimos dias é sim reflexo de uma busca por alternativas ao sistema bancário. “Este é o cenário perfeito para Bitcoin, Ethereum  e o restante do sistema financeiro descentralizado se destacarem como um sistema alternativo, desvinculado do sistema bancário centralizado tradicional”, escreveram os analistas Gautam Chhugani e Manas Agrawal, da Berstein.

Enquanto isso, aproveitando o melhor momento do mercado, a Coinbase anuncia o lançamento de seu produto de varejo no Brasil, com direito a mais de 240 ativos disponíveis para compra com Pix.

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(Com informações da Bloomberg)

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