Bitcoin acelera alta e ensaia romper os US$ 25 mil com aposta de pico de juros nos EUA

Após registrar seu melhor dia de 2023, em que chegou a disparar 20%, o Bitcoin (BTC) acelera a alta nesta terça-feira (14) mirando o nível de US$ 25 mil, acompanhando as negociações de pré-mercado em Nova York, com os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operando em terreno positivo. Às 8h, a criptomoeda era negociada a US$ 24.532, em alta acumulada de 10,5% em 24 horas.

Demais ativos digitais também operam no verde, com Ethereum (ETH) a US$ 1.683, em alta de 5,8% em relação à manhã de ontem, e alguns tokens relacionados, como o da plataforma de staking Rocket Pool (RPL), e a rede de segunda camada Optimism (OP), saltando ente 12% e 14%. O destaque, no entanto, segue com a chinesa Conflux (CFX), que soma 32% ao preço de 24 horas atrás.

Investidores parecem se adiantar na precificação de um ajuste mais tímido de juros na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), na próxima semana, como meio de estancar a crise de liquidez pela qual passam bancos regionais americanos após a queda de Silvergate, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature nos últimos dias.

“É um problema 100% iniciado com o aumento das taxas de juros no ano passado. Os bancos ficam com mais dificuldades de pagar os depositários”, comentou João Zecchin, sócio e cofundador da Fuse Capital, durante participação no Cripto+, programa semanal do InfoMoney sobre o universo dos criptoativos (assista à íntegra no player acima).

“Foi um problema de liquidez, de descasamento de fluxo, e não de solvência. O governo americano consegue resolver. É [a tese para a alta das criptos] que eu acho mais provável”, pontuou.

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Garry Schlossberg, economista sênio do Wells Fargo, afirmou à Bloomberg que o sell off de ações dos bancos regionais “com certeza cria um desafio para uma ação mais agressiva do Fed.

Um indicativo da expectativa de aumento menor, manutenção ou até corte de taxas está nos Treasuries americanos, cujo preço despencou diante da crise bancária. Além disso, swaps que tomam como referência as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre a política monetária levaram para quase 50% as chances de manutenção dos juros na próxima semana.

Até o final do ano, especuladores já chegam a apostar suas fichas de que o Fed pode reduzir os juros em quase um ponto percentual. Agentes de mercado, portanto, já tentam se posicionar esperando esse cenário se concretizar.

Mas, o investidor mais cauteloso ainda aguarda para tomar uma decisão. “Ainda tem um importante para sair que pode não atenuar os temores de inflação. Isso significa que o Fed tem um papel de equilíbrio ainda maior”, avalia Schlossberg.

O dado de inflação referente a fevereiro nos EUA será divulgado ainda nesta terça-feira, às 9h30. O consenso Refinitiv prevê que o índice de fevereiro registre um avanço de 0,4% sobre janeiro.

Se o otimismo em torno do setor cripto continuar, o BTC teria capacidade de romper os US$ 25 mil e buscar níveis mais altos.

“Em situações normais do mercado, acredito que a gente poderia voltar para próximo da região de US$ 28 mil  nos próximos dois meses”, avaliou o analista de criptomoedas Fernando Pereira, da corretora Bitget, também em participação no Cripto+.

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