Tesouro Direto: piso de prefixados cai a 12,90%; mercado espera regra fiscal e analisa fala de Powell

Tesouro Direto: piso de prefixados cai a 12,90%; mercado espera regra fiscal e analisa fala de Powell

março 8, 2023 Off Por JJ

O presidente do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), Jerome Powell, adotou um tom mais leve e afirmou, nesta quarta-feira (8), que a autoridade monetária ainda não tomou uma decisão sobre o aumento de juros a ser implementado no encontro de março do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

Em sessão na Câmara dos Representantes dos EUA, Powell explicou que a instituição analisará uma série de dados antes de definir o ajuste na taxa básica, entre eles o relatório Jolts (abertura de postos de trabalho), que foi divulgado nesta quarta.

Na véspera, Powell  havia sugerido que as taxas de juros podem precisar subir por mais tempo, o que alimentou temores de uma alta potencialmente maior nos juros – de 0,5 ponto percentual.

No Brasil, as expectativas seguem em torno do anúncio do novo arcabouço fiscal prometido por Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

No Tesouro Direto, a maioria dos juros dos títulos públicos apresentava queda às 15h33. O piso dos prefixados, do Tesouro Prefixado 2026, era de 12,90% ao ano, igual a vista na terça-feira (7). O maior retorno era oferecido pelo Prefixado 2033, de 13,43% ao ano, abaixo dos 13,57% ao ano da sessão anterior.

Entre os ativos atrelados à inflação, o destaque, em igual horário, era do Tesouro IPCA+ 2045, com juros de 6,54% ao ano, menores do que os 6,54 da véspera.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, os mercados estão um pouco mais positivos. “Os resultados corporativos foram bons. E o mercado aguarda a nova regra fiscal. Lá fora, Jerome Powell disse que não está certo ainda que os juros vão voltar a subir”, afirma.

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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta quarta-feira (8): 

Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Powell

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O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou hoje que a autoridade monetária ainda não tomou uma decisão sobre o aumento de juros a ser implementado no encontro de março do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

Em sessão na Câmara dos Representantes dos EUA, Powell explicou que a instituição analisará uma série de dados antes de definir o ajuste na taxa básica, entre eles o relatório Jolts de abertura de postos de trabalho, que foi divulgado nesta quarta. Como já havia dito na terça-feira no Senado, o dirigente reforçou que dados recentes sugerem que a taxa terminal de juros deve ficar acima do previsto anteriormente.

Empregos EUA

Os Estados Unidos elevaram em 242 mil o número de vagas no setor privado em fevereiro e a remuneração anual subiu 7,2% em relação ao ano anterior, de acordo com o Relatório Nacional de Emprego ADP, produzido pela ADP Research Institute, em colaboração com o Stanford Digital Economy Lab.

Em janeiro, o número de contrações foi de 119 mil, segundo dados revisados. O dado de fevereiro veio acima do consenso Refinitiv, que previa a criação de 200 mil vagas.

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Citi

O Citigroup espera que o Fed aumente a taxa de juros em 0,50 ponto percentual em março. Antes do discurso de Jerome Powell, os analistas do banco apostavam em uma alta de 0,25 pp.

Arcabouço fiscal

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que essa semana haverá nova reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para avaliar a fase final do novo arcabouço fiscal.  Segundo ela, ainda serão feitos cálculos para fechar a proposta, antes de ser levada ao presidente Lula para a palavra final. Tebet disse ainda que os esforços são “para sair um arcabouço justo, que vai olhar pelo lado das receitas e pelo lado das despesas, com responsabilidade social, mas também sabendo que não há social sem fiscal”.

Reforma tributária

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse, na terça-feira (7) estar confiante de que a reforma tributária será aprovada, uma vez que tem apoio tanto do governo quanto da oposição, mas alertou para a necessidade de aproveitar o primeiro ano da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Eu estou muito confiante de que a reforma tributária vai andar. Eu acho que é uma oportunidade de o mundo político mostrar capacidade de diálogo e mostrar resultado. Esta é uma reforma que… traz eficiência econômica e está madura”, disse Alckmin em entrevista ao jornalista Pedro Bial, que foi ao ar na noite da véspera na TV Globo.

“Lula lidera esse trabalho empenhado, o (ministro da Fazenda Fernando) Haddad é convicto de que é necessário, a oposição –que poderia dificultar– é mais liberal… Agora, não pode perder o primeiro ano. Se possível, no primeiro semestre, já tem que votar o primeiro turno (da reforma tributária), é a ‘lua de mel’”, afirmou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

13º para beneficiários do Bolsa Família

O governo Lula não vai retomar o pagamento do 13º para beneficiários do Bolsa Família, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. “Como o nome diz, é uma bolsa: Bolsa Família. Ela não é um contrato de salário, de remuneração, nem na lógica do setor público nem na lógica do empregado do setor privado”, disse ele, ao Estadão/Broadcast.

A parcela extra do benefício foi paga apenas em 2019, no primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro. Parlamentares da oposição têm reivindicado que a atual gestão retome o adicional, visto pelo ministro como fruto de uma estratégia eleitoreira do ex-presidente.