Tesouro Direto: juros de títulos de inflação vão a 6,54%; mercado foca no arcabouço fiscal e na fala de Powell
março 7, 2023A tão esperada fala do presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, prontamente mexeu com o mercado. Powell, em audiência no Comitê Bancário do Senado norte-americano, disse que o Fed deve precisar elevar os juros mais do que o esperado, em resposta aos recentes dados econômicos fortes dos Estados Unidos e está preparado para avançar em etapas maiores se a totalidade das informações recebidas sugerir medidas mais duras para controlar a inflação.
Com isso, o mercado elevou apostas de alta de 0,50 ponto percentual dos juros em próxima reunião do Fomc, o Comitê Federal de Mercado Aberto
Por aqui, investidores seguem de olho no noticiário político. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na véspera (6) que sua equipe concluiu a modelagem do novo arcabouço fiscal que vai substituir o teto de gastos, uma das maiores preocupações dos investidores neste momento.
O próximo passo será tratar do modelo com a área econômica do governo, antes de apresentá-lo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Tesouro Direto registra a repercussão das notícias internas e externas. A exemplo do movimento visto na primeira atualização do dia, os títulos públicos apresentavam queda às 15h30. O Tesouro Prefixado 2033 é o destaque, com retorno de 13,57% ao ano, abaixo dos 13,59% de segunda-feira (6). O piso dos prefixados fica com o Tesouro Prefixado 2026: 12,90% ao ano, contra 12,91% ontem.
O maior retorno entre os títulos atrelados à inflação era o do Tesouro IPCA+ 2045, de 6,54% ao ano. Na véspera, a taxa real do título, que começou a ser negociado em 2017, chegou a 6,57%, perto do pico histórico de 6,58% ao ano.
Às 16h30 0 Ibovespa operava com queda de aproximadamente 0,8%, aos 103,9 mil pontos, em linha com perdas das bolsas em NY, com discurso de Powell. Já o dólar apresentava alta de 0,31%, vendido a R$ 5,186.
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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (7):
Powell
O J.P.Morgan se manifestou sobre a sabatina de Jerome Powell no Congresso norte-americano e relatou que o Fed está preparado para jogar fora a cartilha se os dados de fevereiro não reverterem parte da força de janeiro. Para o banco, Powell abriu a porta para elevação da taxa de juros americana em 0,50 ponto percentual ao invés de 0,25 ponto percentual como antes da sabatina se estimava.
Por enquanto, o J.P. Morgan está aderindo ao aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fomc, embora relate que os dados das próximas duas semanas serão essenciais para precisar para quanto irá a taxa de juros americana.
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Segundo Jerome Powell, os juros nos EUA irão provavelmente a um patamar mais alto do que o esperado. “Os dados econômicos mais recentes chegaram mais fortes do que o esperado, o que sugere que o nível final dos juros deve ser mais alto do que o previsto anteriormente”, disse Powell em comentários preparados para uma audiência perante o Comitê Bancário do Senado.
Os comentários foram os primeiros desde que a inflação saltou de forma inesperada em janeiro e o governo dos EUA relatou uma forte abertura de postos de trabalho naquele mês.
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Embora parte dessa força econômica inesperada possa ter ocorrido devido ao clima quente e outros efeitos sazonais, Powell disse que o Fed está ciente de que também pode ser um sinal de que o banco central precisa fazer mais para conter a inflação, talvez até voltando a aumentar os juros em altas maiores do que 0,25 ponto percentual, nível que as autoridades planejavam seguir.
“Se a totalidade dos dados indicar que um aperto mais rápido se justifica, estaremos preparados para aumentar o ritmo das altas de juros”, disse Powell. O Fed realizará sua próxima reunião de política monetária em 21 e 22 de março.
IGP-DI
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,04% em fevereiro, ante alta de 0,06% em janeiro. Com este resultado, o índice acumula alta de 0,09% no ano e de 1,53% em 12 meses. O indicador foi divulgado nesta terça-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre).
O dado veio mais alto que as previsões de mercado: o consenso Refinitiv estimava deflação de 0,02% no mês.
Em fevereiro de 2022, o índice havia subido 1,50% e acumulava elevação de 15,35% em 12 meses.
Emprego
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 0,8 ponto em fevereiro, para 74,7 pontos, após ter caído em janeiro na mesma proporção, informou nesta terça-feira (7) o do FGV /Ibre. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp avançou 0,5 ponto, para 74,4 pontos.
Para Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre, após os resultados negativos do fim de 2022, o bimestre inicial de 2023 mostra um indicador que caminha de lado e se mantém em patamar historicamente baixo.
Inflação na zona do Euro
As expectativas para a inflação na zona do euro para os 12 meses e para os três anos à frente diminuíram em janeiro, enquanto as perspectivas de crescimento nominal da renda da população no ano continuam a crescer, segundo dados da pesquisa de expectativa dos consumidores divulgada nesta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).
De acordo com a pesquisa, a taxa média de inflação percebida nos últimos 12 meses caiu para 9,5% em janeiro de 2023, ante 9,9% em dezembro de 2022.
A mediana das expectativas de inflação para os próximos 12 meses recuou de 5,0% para 4,9%, enquanto a mediana das expectativas de inflação três anos à frente caiu significativamente para 2,5%, de 3,0% no mês anterior.
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