Qual a diferença entre Real Digital e Pix?
março 7, 2023O Real Digital funcionará como uma espécie de “Pix dos serviços financeiros”, disse Fabio Araujo, coordenador da iniciativa no Banco Central, na segunda-feira (6). Segundo Araújo, a moeda digital vai permitir a transferência de ativos financeiros de forma tão imediata quanto o Pix.
A declaração de Araújo ocorreu em coletiva à imprensa para apresentar as diretrizes do projeto-piloto, iniciado oficialmente na segunda.
Mas qual a diferença entre o Real digital e o Pix?
No programa Cripto+ no YouTube do InfoMoney, Jefrey Santos, CTO da Capitual, explicou que o “Pix é uma solução, enquanto o Real Digital vem para possibilitar outras soluções”.
O Pix é um meio de pagamento que já funciona e foi apresentado pronto ao público, enquanto que o Real Digital é um ambiente novo, “uma espécie de chamada para que mais revoluções, como o Pix, nasçam no futuro”, a partir de um ambiente integrado, regulado e digital.
Segundo ele, o Pix é um mecanismo que movimenta o dinheiro em sua versão eletrônica.
“O Real Digital é o que o nome diz: a moeda em sua versão digital. Há uma pequena diferença no uso prático, mas uma grande diferença na forma como essas tecnologias são construídas. Temos a falsa ideia de que as moedas digitais são criptomoedas. O real digital herdará muito da tecnologia das criptomoedas, porém, ele não é uma delas. Toda criptomoeda é digital, mas nem toda moeda digital é uma criptomoeda”, afirma Santos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Aula Magna gratuita
Seu segundo salário com dividendos
Descubra, com o Thiago Nigro, como montar uma carteira de investimentos focada em dividendos
Inscreva-se
A principal diferença entre a moeda virtual e as criptos é que a regulamentação e o controle sobre o Real Digital ficarão inteiramente sob a responsabilidade do BC, ao passo que as criptomoedas têm uma gestão descentralizada.
O Pix já está consolidado no Brasil com mais de 144 milhões de usuários cadastrados e mais de 577 milhões de chaves registradas. O projeto do Real Digital, por outro lado, terá uma fase de testes com início ainda neste mês e contará com a participação de bancos, instituições de pagamento, cooperativas e outras entidades do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Redução de custo de crédito
O coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central avalia que o Real Digital poderá reduzir o custo de crédito e aumentar o retorno de investimentos porque retira intermediários das negociações.
Além disso, um dos principais objetivos da CBCD (moeda digital do BC) é permitir a realização de novos serviços financeiros. Questionado sobre se o Real Digital vai acabar com a moeda física, técnicos explicaram que a maior diferença de um CBDC é o uso de tecnologia e oferta de serviços possíveis.
Araujo disse que no workshop sobre o tema, marcado para ocorrer em abril, os critérios dos participantes da fase de testes serão anunciados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Custo do Real Digital
Haroldo Jayme Cruz, chefe do Departamento de Informática do Banco Central, salientou que a instituição ainda não calculou o custo total do Real Digital. “A expectativa é que os custos do Real Digital sejam compatíveis com o Pix.”
*Com Agência Estado.