B3 lucra R$ 1 bi, alta de 69%; prejuízo de R$ 13,4 bi da Suzano, queda do lucro da Cyrela e mais balanços
maio 14, 2020SÃO PAULO – A temporada de resultados é bastante movimentada na noite desta quinta-feira (14). Além de Petrobras (PETR3;PETR4), o destaque fica para os números da B3 (B3SA3), que teve expressiva alta do lucro, o forte prejuízo da Suzano (SUZB3) e a queda do lucro da Cyrela (CYRE3). Confira os balanços abaixo:
A B3 registrou lucro líquido de R$ 1,02 bilhão no primeiro trimestre de 2020, alta de 69,1% frente os R$ 606,1 milhões em igual período do ano passado. Já o lucro recorrente teve alta de 57%, a R$ 1,156 bilhão.
A receita líquida, por sua vez, totalizou R$ 1,91 bilhão, 38% superior frente os R$ 1,378 bilhão nos primeiros três meses de 2019. Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) teve alta de 61,6%, a R$ 1,569 bilhão, levando a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) a subir 12 pontos percentuais, passando de 70,4% para 82,4%.
“As incertezas geradas pela disseminação da Covid-19 durante o primeiro trimestre de 2020 provocaram intensa volatilidade nos mercados financeiros e de capitais mundiais. Nesse cenário turbulento, com aumento significativo de volume negociado nas plataformas de produtos listados e de balcão, testamos e demonstramos, sob condições extremamente adversas, a robustez de nossas plataformas tecnológicas e a solidez de nossos modelos de gerenciamento de risco como contraparte central. A gestão da B3 durante esse cenário de stress permitiu que cumpríssemos nosso papel de infraestrutura de mercado e garantindo aos clientes da B3 a realização de seus negócios com segurança”, afirmou a B3 em seu release de resultados.
Segundo destacou no documento Daniel Sonder, Vice-Presidente Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores, os altos volumes transacionados nos mercados, decorrentes da volatilidade intensa no trimestre, foram traduzidos em sólido desempenho financeiro e forte geração de caixa, com receitas totais de R$2,1 bilhões e lucro líquido recorrente de R$1,2 bilhão, refletindo alavancagem operacional.
No mercado de ações e instrumentos de renda variável listados, houve crescimento de 72,2% no volume financeiro médio diário negociado (ADTV) no mercado à vista de ações e de 70,3% no volume de contratos futuros de índice de ações. No mercado à vista, a alta reflete tanto o aumento de 12,4% da capitalização de mercado média quanto o maior giro de mercado, que atingiu 158,8% no trimestre.
A B3 ainda vê capex no ano entre R$ 300 milhões e R$ 330 milhões e vê o payout de dividendo no ano 120% a 150%. Ainda vê depreciação e amortização no ano de R$ 1,03 bilhão a R$ 1,08 bilhão.
A companhia de papel e celulose Suzano encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 13,42 bilhões, contra um resultado negativo de R$ 1,23 bilhão um ano antes.
Em release, a Suzano disse que o prejuízo maior foi explicado em grande parte pelo resultado financeiro negativo, que foi decorrente da variação cambial sobre a dívida e pelo resultado de operações com derivativos. Estes números foram parcialmente compensado pelo crédito de IR/CSLL diferido, impacto ainda parcialmente compensado pelo maior lucro operacional na comparação com ambos os trimestres.
A receita líquida, por sua vez, avançou 22% em um ano, passando de R$ 5,70 bilhões para R$ 6,98 bilhões. Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 3,03 bilhões nos três primeiros meses do ano, uma alta de 10%.
A margem Ebitda teve um recuo de 5 pontos percentuais, passando de 48% para 43% entre o início de 2019 e 2020.
Segundo a companhia, houve uma queda de 65% na venda de celulose no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 2,86 milhões de toneladas, enquanto o preço médio da commodity no mercado externo também recuou 34%, a US$ 469 por tonelada.
Sobre os efeitos do coronavírus, a companhia destacou quatro impactos: (i) significativo aumento na demanda por celulose em função principalmente do aquecimento do segmento de papéis sanitários; (ii) redução da demanda de papel de imprimir & escrever, o que levou a uma parada de produção nas unidades de Mucuri e Rio Verde; (iii) restrições de oferta pelo setor e alteração nos calendários de paradas programadas; e (iv) a forte desvalorização da moeda nacional frente ao dólar, que beneficia a geração de caixa da companhia.
A construtora Cyrela reportou lucro líquido de R$ 48,235 milhões no primeiro trimestre de 2020. O valor representa queda de 21,44% na comparação com o lucro líquido de R$ 61,400 milhões de igual período do ano anterior.
A companhia registrou ainda lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 27,934 milhões. O valor representa queda de 42,3% na comparação com o lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 48,409 milhões em igual período do ano anterior.
O lucro bruto da Cyrela no primeiro trimestre somou R$ 261 milhões, uma alta de 4,8% frente ao mesmo período de 2019. A receita líquida caiu 7,4% na comparação anual, para R$ 765 milhões. A margem líquida caiu de 5,9% para 3,7%, na mesma base de comparação.
O resultado financeiro da construtora fechou o trimestre positivo em R$ 3 milhões, crescimento de 73,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A dívida líquida fechou março em R$ 839 milhões, queda de 1,4% em relação ao final de 2019. Assim, o nível de alavancagem da Cyrela, medido pela relação dívida líquida/patrimônio líquido, saiu de 16,4% para 16,1% em três meses.
A Tecnisa encerrou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 58 milhões, que se compara a uma perda de R$ 2 milhões na comparação com igual período de 2019. Ou seja, uma alta de 29 vezes na base anual.
Segundo apontou a construtora, o desempenho do período ainda está impactado pelo baixo volume de lançamentos, que prejudica a diluição de custos fixos; bem como pela existência de eventos não recorrentes, tais como a [i] provisão para remensuração de unidades do hotel do projeto The Five, o qual está temporariamente fechado por conta da pandemia de COVID-19, no valor de R$ 11 milhões; e [ii] pelo reforço nas provisões para riscos e obrigações legais de R$ 7 milhões.
Já a receita líquida operacional da Tecnisa foi de R$ 44 milhões, queda de 61% frente igual período de 2019. O Ebitda ajustado ficou negativo a R$ 41,8 milhões, ante lucro de R$ 21,3 milhões na base anual.
*A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 95%, ante dado positivo de 19% na comparação com o mesmo período de 2019.
A geração de caixa do período, medida pela variação da dívida líquida, totalizou uma queima de caixa de R$ 75 milhões no trimestre. Caso seja considerada [i] a redução de R$ 13 milhões da dívida líquida dos projetos consolidados por equivalência patrimonial; [ii] o desembolso de R$ 57 milhões com a compra de terrenos; bem como [iii] o crescimento de R$ 20 milhões na carteira de recebíveis performados, dado a retomada da oferta financiamento direto aos clientes; a geração de caixa total ajustada resultaria em R$ 15 milhões, informou a empresa.
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(Com Agência Estado)