Bob Iger volta ao comando da Disney (DISB34) menos de um ano após se aposentar

Bob Iger volta ao comando da Disney (DISB34) menos de um ano após se aposentar

novembro 21, 2022 Off Por JJ


Bob Iger, executivo volta para a Walt Disney menos de um ano após se aposentar (Foto: REUTERS/Hannah McKay)

O ‘final feliz’ na aposentadoria de Bob Iger durou pouco. Em uma decisão do conselho de administração da Disney (DISB34), o executivo que ocupava a presidência do Conselho de Administração até dezembro de 2021 voltou ao comando da empresa menos de um ano após anunciar sua aposentadoria.

O retorno de Iger, aos 71 anos, coincide com a tentativa da gigante de entretenimento de aumentar a confiança dos investidores e voltar seu foco ao negócio de streaming. Até o momento, a tática parece ter funcionado: os papeis da empresa tiveram uma alta de 8,2% nas negociações pré-mercado nos Estados Unidos nesta segunda-feira (21). Uma melhora significativa diante do atual cenário: somente neste ano, os papéis cederam mais de 40%, enquanto o Índice Dow Jones caiu quase 7% no mesmo período.

Em comunicado, a presidente do conselho, Susan Arnold afirmou que Iger terá dois anos à frente da companhia com efeito imediato e explicou a escolha pela mudança. “O conselho concluiu que, à medida que a Disney embarca em um momento cada vez mais complexo de transformação da indústria, Bob Iger está em uma posição única para liderar a empresa nesse período crucial”, escreveu.

O executivo chega, agora, em uma companhia muito diferente daquela que deixou. Durante sua gestão – que soma 15 anos no cargo de presidente-executivo a outros dois no conselho –, a empresa chegou liderar a batalha contra a rival, Netflix, e fez várias aquisições importantes, incluindo Pixar Animation Studios, Lucasfilms, Marvel Entertainment e 21st Century Fox, o que aumentou seu valor de mercado em cinco vezes.

“Estou extremamente otimista com o futuro desta grande empresa e emocionado com o convite do Conselho para retornar como seu CEO”, disse Iger. “A Disney e suas incomparáveis ​​marcas e franquias ocupam um lugar especial no coração de tantas pessoas ao redor do mundo, principalmente no coração de nossos funcionários, cuja dedicação a esta empresa e sua missão é uma inspiração”, afirmou, em comunicado.

Surpresa para a equipe

O novo presidente substitui outro Bob, o Chapek, que assumiu a posição em um dos momentos mais complicados para a empresa: em fevereiro de 2020, logo após a pandemia ser declarada. A crise sanitária levou ao fechamento de parques e restrições aos visitantes em todo o mundo e colocou o modelo de negócio da empresa à prova.

A mudança no comando pegou os funcionários de surpresa, segundo fontes, mas a saída de Chapek era costurada há alguns meses e pedida por investidores. Em agosto, por exemplo, o investidor ativista Daniel Loeb começou a pressionar por mudanças na Disney, incluindo a separação da rede de televisão esportiva ESPN.

Chapek também ganhou antipatia dos funcionários por permanecer em silêncio sobre a legislação do Estado norte-americano da Flórida que limita a discussão em sala de aula sobre orientação sexual e identidade de gênero e, depois de quase 30 anos na companhia, renunciou ao cargo. “Agradecemos a Bob Chapek por seus serviços prestados à Disney ao longo de sua longa carreira, incluindo a condução da empresa nos desafios sem precedentes da pandemia”, disse Arnold, em comunicado.

Ao descrever o recém-chegado, Arnold ressaltou a aprovação da equipe. “Iger tem o profundo respeito da equipe de liderança sênior da Disney, com a maioria dos quais trabalhou de perto até sua saída como chairman há 11 meses, e é muito admirado pelos funcionários da Disney em todo o mundo – tudo o que permitirá uma transição perfeita de liderança”, escreveu Arnald.

Iger, por sua vez, afirmou estar “profundamente honrado por ser convidado a liderar novamente esta equipe notável, com uma missão clara focada na excelência criativa para inspirar gerações por meio de narrativas ousadas e inigualáveis”.

Disney+

O negócio de streaming teve prejuízo de quase US$ 1,5 bilhão no último trimestre, mais que o dobro da perda registrada um ano antes, ofuscando os ganhos de assinantes. E pior: a unidade, que concorre com empresas como a Netflix, ainda não conseguiu alcançar o lucro desde seu lançamento, em 2019. O plano, agora, é que a Disney+ chegue no breakeven no ano fiscal de 2024.

No seu retorno à Disney, Iger será encarregado de “colocar a Disney no caminho para um crescimento renovado” e trabalhar com o conselho para identificar um sucessor, disse a empresa.