BrasilAgro (AGRO3) reforça tática e vende área na Bahia por R$ 62,4 milhões
novembro 17, 2022A BrasilAgro (AGRO3), empresa especializada na produção agrícola e na venda de terras, embolsou mais R$ 62,4 milhões na negociação de parte de uma propriedade rural na Bahia, reforçando que o momento do mercado de terras está mais favorável para alienação do que para aquisição. Ao todo, o local já rendeu pelo menos R$ 190 milhões à empresa.
Em fato relevante reportado na noite desta quinta-feira (17), a BrasilAgro anunciou a venda de 1,96 mil hectares da Fazenda Rio do Meio, localizada no município baiano de Correntina. Os valores praticados no negócio deram uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 52,4% para a companhia.
Comprada em 2020, a propriedade possuía uma área total de 12,3 mil hectares à época. Porém, em setembro do ano passado, a BrasilAgro já havia negociado 4,6 mil hectares por R$ 130,1 milhões, com taxa de retorno também superior a 50%.
O comprador, que não teve o nome revelado, já realizou pagamento inicial no valor de R$ 17,7 milhões, segundo a empresa. O duration (tempo médio de recebimento) é de 2,38 anos.
Mercado vendedor
Com um portfólio de terras avaliado em R$ 3,3 bilhões no fim do primeiro semestre, a BrasilAgro vendeu cerca de R$ 720 milhões de terras em 2021 – valor que será consolidado nos balanços com o passar do tempo. Para se ter uma ideia, o valor dessas operações supera nominalmente a cifra arrecadada em seu IPO de 2006, que foi de R$ 582 milhões.
Neste mês, a companhia também havia anunciado a venda de parte de uma fazenda no Paraguai por US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 8 milhões na cotação da data do anúncio).
Em entrevista ao InfoMoney após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre da safra 2022/23, o CEO da BrasilAgro, André Guillaumon, destacou que o mercado de terras segue mais vendedor diante dos altos preços ofertados pela soja no mercado – as propriedades agrícolas focadas em grãos normalmente são negociadas em valor de sacas de soja por hectare.
“Nós sempre estamos olhando o mercado. Obviamente, buscamos oportunidades em propriedades subvalorizadas, que estejam enfrentando problemas de sucessão ou de incapacidade de investimento. Mas eu diria, mesmo, que agora nossa mão está mais ‘cheia’ para vender”, reforçou Guillaumon à época.