Com estradas bloqueadas, quase 900 ônibus de passageiros deixam de circular nas rodoviárias de SP
novembro 1, 2022Os bloqueios de caminhoneiros bolsonaristas, contrários ao resultado do segundo turno das eleições em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso nas urnas, já causam transtornos de grandes dimensões em diferentes setores e no deslocamento da população.
Passageiros de ônibus que precisam se locomover entre as cidades paulistas e até para outros estados não estão conseguindo encontrar passagens porque os bilhetes não estão sendo emitidos pelas companhias rodoviárias. O temor é que os veículos possam ficar retidos nas barricadas montadas nas rodovias.
Em São Paulo, ao menos 880 ônibus foram cancelados nas rodoviárias Tietê e Barra Funda de segunda (31 de outubro) para terça-feira (1º), segundo a Socicam, concessionária responsável pela administração dos terminais. Foram suspensas a venda de bilhetes e partidas para o Rio de Janeiro, Florianópolis e Curitiba, além de outras cidades próximas a essas capitais, assim que as manifestações foram deflagradas.
Houve registro de passageiros passando a noite na rodoviária do Tietê, à espera da liberação das rodovias ocupadas por manifestantes. Os viajantes afetados tinham bilhetes de ônibus emitidos para o Rio de Janeiro e outros destinos no Sul do país, mas não conseguiram embarcar nem encontrar hospedagem.
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O que fazer?
O Procon de São Paulo alerta que, no caso de interrupção ou atrasos, o passageiro tem direito à informação prévia e à assistência. Quando o atraso for superior a 1 h, ele pode exigir o embarque em outra empresa que preste serviço equivalente e para mesmo destino ou a restituição imediata do valor do bilhete. Se a viagem ocorrer em um veículo de características inferiores às daquele contratado, o passageiro ainda tem direito de receber a diferença do preço da passagem.
Além disso, nos atrasos superiores a 3 horas, a empresa de ônibus terá de oferecer alimentação aos passageiros. Se a viagem não puder continuar no mesmo dia, terá de pagar também a hospedagem. O Procon orienta os passageiros que se sentirem prejudicados a procurarem negociar primeiro com a empresa de ônibus e, caso não haja acordo, a recorrer ao Poder Judiciário.
Entenda o protesto
Os protestos de caminhoneiros bolsonaristas contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na eleição presidencial terminada neste domingo (30), começaram pouco tempo depois de o resultado do pleito ser oficializado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os manifestantes, que contestam a vitória da chapa encabeçada pelo PT, vêm ateando fogo a pneus e atravessando caminhões nas pistas para interromper o trânsito nas rodovias. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias militares estão atuando na dispersão dos manifestantes.
Até as 14h30 desta terça-feira, a PRF contabilizava já haver dispersado 339 bloqueios pelo Brasil. Os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro determinaram, nesta terça-feira (1º), que as rodovias ocupadas nos três Estados mais populosos do país fossem liberadas, sob pena de multa de até 100 mil reais por hora.
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Até o meio da tarde, ainda havia 6 interdições de pista e 6 bloqueios nas estradas Rio de Janeiro; 12 interdições e 5 bloqueios em Minas Gerais; e 9 interdições em São Paulo, segundo a PRF.
Na capital fluminense, seguem suspensas as viagens de ônibus que utilizam as rodovias Dutra e Rio-Santos, de acordo com a Rodoviária do Rio. Não é possível embarcar, por exemplo, em direção a São Paulo, Minas Gerais, tampouco para o Nordeste e para o Sul do país.
Dois bloqueios no trecho paulista da rodovia Presidente Dutra foram desobstruídos no meio da tarde, um no km 69 e outro no km 202, segundo a PRF, e o trânsito começava a fluir.
BR 116 – Rodovia Presidente Dutra KM 69 norte
Pista liberada pela PRF pic.twitter.com/armxZXrFyz— Polícia Rodoviária Federal em São Paulo (@prf_sp) November 1, 2022