Petrobras (PETR4) e BB (BBAS3) amenizam queda, educacionais e construtoras em disparada: os destaques de ações após a vitória de Lula

Petrobras (PETR4) e BB (BBAS3) amenizam queda, educacionais e construtoras em disparada: os destaques de ações após a vitória de Lula

outubro 31, 2022 Off Por JJ

Como já sinalizado pelos investidores desde a semana passada, o resultado das eleições com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da República leva a fortes variações entre setores na Bolsa.

Logo nos primeiros negócios, às 10h20 (horário de Brasília) desta segunda-feira (31), as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) caíam 6,48%, a R$ 33,46, enquanto os ativos PETR4, referentes aos preferenciais, tinham baixa de 7,28%, a R$ 30,19. Contudo, ao longo da primeira hora de pregão, os ativos também foram diminuindo as perdas e, às 11h08 tinham baixa de 4,86% para PETR3 e de 5,43% para PETR4.

O futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tende a intensificar a presença do Estado no setor de refino de petróleo, com possíveis impactos nos rumos dos preços dos combustíveis da Petrobras, conforme sinalizações de planejadores de políticas da equipe do petista.

O próprio Lula prometeu rever o Preço de Paridade de Importação (PPI) praticado desde 2016 pela Petrobras, de forma que os valores dos combustíveis reflitam “custos nacionais”, sem, portanto, acompanhar as oscilações do dólar e do petróleo no mercado internacional.

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Na prática, Lula tentará conter, de antemão, uma eventual escalada nos preços dos derivados do petróleo, como experimentou o presidente Jair Bolsonaro no primeiro semestre, em pleno ano eleitoral, sob os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que reduziu a oferta global dos produtos.

Contudo, a eventual mudança na política de preços da Petrobras deve encontrar obstáculos na Lei das Estatais e no estatuto da empresa. O governo também teria de encontrar uma maneira de não reduzir a competitividade das importações, visto que no caso do diesel elas hoje atendem cerca de 30% da demanda interna.

A revisão da política viria acompanhada de um fortalecimento da produção de derivados pela Petrobras, se o novo governo seguir os estudos técnicos que embasaram o seu programa.

Após a eleição, analistas do JPMorgan cortaram a recomendação das ações da Petrobras PETR4.SA para “neutra” e reduziram o preço-alvo a R$ 37, de R$ 53 anteriormente, citando incertezas relacionadas à petrolífera após a vitória de Lula.

A equipe de estratégia da XP Investimentos, liderada por Fernando Ferreira, destacou em relatório antes da abertura que, na semana passada, os ativos brasileiros tiveram desempenho fraco e inferior ao dos mercados globais,. O Ibovespa caiu 4,5% e o real desvalorizou 2,5%, com o mercado precificando menores chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. As ações das empresas estatais estiveram entre as maiores quedas, já que tanto a Petrobras quanto o Banco do Brasil (BBAS3) caíram mais de 13% durante a semana. Nos primeiros negócios, BB registrava baixa de 5,20%, a R$ 36,80, mas também amenizou as perdas, para 2,22%, a R$ 37,96.

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Para os analistas da casa, esse deve ser o tom do mercado nos próximos dias, e as ações das estatais devem continuar voláteis, dada a persistente incerteza em relação às suas políticas futuras.

“No caso do Banco do Brasil, essas questões giram em torno das linhas de concessão de crédito subsidiadas. Para a Petrobras,  as principais questões são em relação à futura política de precificação de combustíveis, bem como seus programas de investimentos futuros, apontam os analistas da XP.

Marcos Peixoto, gestor da XP Asset, destacou durante live promovida pelo InfoMoney nesta segunda-feira que BBAS3 e os ativos de Petrobras estão negociando a múltiplos muito baixos, – algumas perto do menor valor histórico –, e que uma eventual queda mais expressiva das ações pode ser oportunidade de compra.

Educacionais, consumo e construtoras

Por outro lado, as ações do setor de educação tiveram um forte desempenho na semana passada, com Yduqs (YDUQ3) subindo 22% e Cogna (COGN3) 9%.

O movimento de alta continua. Ele começou tímido nesta sessão, mas ganhou força, sendo que YDUQ3 registrava ganhos de 5,29%, a R$ 16,10, enquanto Ânima (ANIM3), que teve sua recomendação elevada pelo Morgan Stanley, saltava 11,18%, a R$ 6,86, no mesmo horário. Os ativos de Cogna disparavam 7,86%, a R$ 3,42.

A expectativa é de que Lula fortaleça os programas de financiamento estudantil, o que beneficia as ações de educacionais, ainda que não haja mais detalhes sobre as medidas a serem adotadas.

Construtoras e empresas de consumo também ganham destaque na sessão, com analistas também vendo os setores como beneficiadas em meio ao cenário de continuidade dos auxílios à população, além de medidas de consumo, fortalecimento dos programas habitacionais.

Empresas como CVC (CVCB3) avançam cerca de 8%, enquanto MRV (MRVE3) – que é apontava entre as principais beneficiadas entre as construtoras com os programas habitacionais – subia 5,50%. Entre outras construtoras, os ganhos eram mais tímidos, mas ainda com ganhos. Direcional (DIRR3) avançava mais de 2%, enquanto Cyrela (CYRE3) tinha alta de 1,2%.

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Lojas Renner (LREN3), Natura (NTCO3), RD (RADL3), de consumo, também estavam entre as maiores altas do dia.

(com Reuters)

 

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